Fiquei na dúvida se lia ou não “O Legado Bourne” de
Eric Van Lustbader. O problema, galera, foi o seguinte: considero os livros da “TrilogiaBourne” – A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne - de
Robert Ludlum verdadeiras obras primas da literatura policial. Lambuzei-me
inteiro lendo os três livros. Cara, são bons demais! Entonce, após o
falecimento de Ludlum, chega um outro escritor, com o aval dos herdeiros,
garganteando que tem condições de criar novas histórias envolvendo um dos
personagens mais emblemáticos da literatura policial.
Imediatamente pensei no fiasco da decisão dos
familiares de Sidney Sheldon que tomaram medida semelhante ao contratarem Tilly
Bagshawe para seqüenciar um dos melhores livros do autor: “O Reverso da Medalha”.
Não que Bagshawe seja uma má escritora, ocorre que em certos personagens não devemos mexer. É
melhor deixá-los quietinhos depois que o seu criador partiu dessa para melhor.
Desenvolver um personagem é como criar um filho. Quem conhece melhor um personagem
do que o escritor que o criou?
Por isso pensei comigo: - “Caraca, vai dar gagad... Jason
Bourne é um personagem muito complexo para se dar bem em outras mãos que não
sejam as de seu criador, ou seja, Ludlum.
Ok, mas mesmo assim, resolvi arriscar. E não me
arrependi.
Lustbader fez um excelente trabalho. Adorei o livro.
É claro que o leitor que acompanhou toda a trilogia original vai perceber
diferenças na escrita dos dois autores, mas não há como negar que nessa sequência,
Lutsbader foi muito feliz e conseguiu manter o nível.
O enredo tem muita ação, conspirações e surpresas.
Prestem atenção no personagem Khan que reserva uma grande reviravolta no final.
Aliás, esse personagem foi muito bem construído pelo autor, à exemplo do agente
da CIA, Martin Lindros e da misteriosa Annaka. Quer saber quando um autor
entende do assunto? No momento em que ele escreve um livro com um grande numero
de personagens e apesar disso, consegue deixá-los todos interessantes. Pois é, Lustbader
conseguiu. “O Legado Bourne” tem uma ‘infinidade’ de personagens e todos eles
conseguem prender a atenção do leitor, tendo papéis preponderantes na história.
Mais do que isso. Alguns deles são dúbios ao extremo, reservando grandes
reviravoltas na trama, algumas de derrubar o queixo do leitor.
O livro escrito em 2004 foi adaptado para os cinemas
em 2012 com Jeremy Renner – O Gavião Arqueiro de Os Vingadores – no papel de
Bourne; mas a exemplo dos outros três livros escritos por Ludlum, emprestou
apenas o titulo para a produção cinematográfica, já que os enredos são bem
diferentes..
No livro de Lustbader, O ex-agente da CIA David Webb
parece ter enterrado definitivamente ‘Jason Bourne’, sua segunda identidade,
criada pela rede de inteligência internacional para atuar em missões especiais.
Ele agora leva uma vida pacata como professor de estudos orientais na
Universidade de Georgetown, ao lado da mulher e dos filhos. Mas após o
surgimento de Khan, um perigoso e enigmático matador internacional – com
talento equivalente ao seu – sua vida se torna um verdadeiro inferno. Khan
passa a perseguir Bourne com a intenção de se vingar de algo que o agente da
CIA lhe fez no passado. Além de Khan, Bourne ainda tem que enfrentar um outro
vilão, Stepan Spalko, um aparente líder humanitário, que planeja matar um
grande numero de pessoas com uma arma letal, aplicando um golpe sem precedentes
em vários países. Golpe que pode culminar com o desencadeamento de mais uma
guerra mundial.
Recomendo a leitura.
Um comentário
Se houve alguma coisa ruim neste livro, pelo menos na minha opinião, foi a morte dos 2 únicos amigos que nosso herói tinha, fiquei um pouco frustrado,mas, continuei a leitura e não me decepcionei, um bom livro, porém, Robert Ludlum deixou saudades.
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