A mulher é a bola da vez no oitavo volume de
“Crônicas Saxônicas” de Bernard Cornwell. E pode esquecer esse lance de sexo
frágil. Definitivamente não cola. Aethelflaed, Stiorra e Eadith são mais fortes
do que você imagina, capazes de fazer o mais bruto dos homens se dobrar aos
seus pés. Apaixonei-me por elas. Inteligentes, bonitas, perseverantes,
sedutoras e corajosas. Ufaaa! É muita areia para a minha carroça!
Em “O Trono Vazio”, Uhtred cede parte de seu
protagonismo para o trio de beldades que passa a dar as cartas na estória.
Aethelflaed busca conquistar o trono de seu marido Ethelred – que está com o pé
na cova - e assim, tornar-se a ‘Senhora da Mércia”. Stiorra, apesar de ainda
ser uma criança, tem a mesma personalidade do pai. Isto fica evidente em suas
atitudes ousadas e corajosas tomadas ao longo da história: uma dessas decisões,
inclusive, me deixou boquiaberto. Se Stiorra fosse do sexo masculino,
certamente eu diria: “Stiorra, você é o cara!”. E por fim, a estonteante
Eadith. Caraca, como esse Uhtred só se relaciona com mulheres bonitas! Vai ter
sorte assim lá na Conchinchina! Eadith é um vislumbre. Conwell a descreve como
uma verdadeira deusa loira, daquelas de deixar louco de desejo o mais frívolo
dos homens. Ela começa como aliada do Senhor da Mércia - o ‘mala’ e traiçoeiro Ethelred
- mas depois passa a apoiar Uhtred de Uhtred, ajudando-o na busca pela lendária
espada ‘Cuspe de Gelo’ que o feriu gravemente no duelo com Cnut no livro
anterior. Reza a lenda que Uhtred só poderá se libertar do ferimento que o está
levando á morte, se conseguir encontrar essa espada encantada e reverter o
feitiço.
O relacionamento - ora amoroso, ora conflituoso -
com essas três personagens femininas é o que dá o tom ao enredo, deixando-o tão
atrativo ao ponto de não sentirmos falta das memoráveis batalhas presentes nos
últimos volumes.
Aethelflaed juntamente com Uhtred – que também é o
seu amante – planejam dar um golpe no Witan (grupo de conselheiros do reino da
Mércia) para que ela passe a assumir todas as responsabilidades do reino, assumindo
o lugar de seu marido após a sua morte. A princesa usa toda sua perspicácia
para conseguir esse objetivo considerado praticamente impossível, já que em
toda a história da Mércia, nenhuma mulher assumiu o trono. Então, quando você
julga que está tudo perdido, lá vem o ‘jogador de xadrez’ Uhtred e aplica um
‘golpaço’, mas daqueles de deixar o leitor com um Óoooooo!! Na boca. Golpaço,
diga-se de passagem, dado com a ajuda de Aethelflaed que consegue, assim, o trono
da Mércia”.
Cara, Aethelflaed é fodástica. Não tem como não se
apaixonar por essa mulher. Enquanto seu marido Ethelred é um covardão de ‘mão
cheia’, ela é uma guerreira nata; uma combatente de fazer inveja para muitos
brutamontes com escudo e machado nas mãos. Como não bastasse, ela ainda é
inteligente e perspicaz. Cornwell faz questão de destacar todos esses atributos
da moça em “O Trono Vazio. É ela que salva Uhtred, em cima da hora, da
humilhação de ter de se entregar – juntamente com as suas tropas – para um
asqueroso inimigo à mando de Ethelred. Cara, ela sozinha, somente com a sua espada
e a sua formosa égua branca Gast,
esculhamba o sujeito e seus homens, mandando ele seguir as suas ordens e
não as de Ethelred. Uhauuuu! Como vibrei nessa hora.
Stiorra, por sua vez, segue os passos do pai ao
vingar um inimigo que tentou abusá-la. Quando Uhtred lhe diz que matar um homem
é mais difícil do que ela imagina e que apesar do cara merecer morrer, ele
deveria ter um fim rápido; a garota lhe pergunta despreocupadamente: “Por quê?
Ele pensou em desfrutar de mim. Isso seria rápido?”. Stiorra, então, mostra um
de seus seios para o cara e pergunta se era aquilo que ele queria olhar e tocar;
depois, ela simplesmente o estripa.
Também é a filha de Uhtred que salva o pai de uma
enrascada ao tentar libertar a filha de Aethelflaed. A garota está presa no
castelo do pai para se casar à força com o ambicioso chefe da guarda de
Ethelred que cobiça o trono da Mércia. Quando o plano de Uhtred está fadado ao
fracasso, lá vem Stiorra com uma estratégia brilhante e inesperada, livrando o
seu pai do fiasco.
Quanto a Eadith, fico imaginando em meus sonhos essa
beldade. PQP, Uhtred! Assim não vale! A mulher é muito bonita. De acordo com
Cornwell, ela estonteia qualquer pobre mortal do sexo masculino, colocando no
chinelo outras teúdas e manteúdas que apareceram ao longo da saga como: Brida,
Iseult, Skade, Erce e outras, excetuando Gisela, mulher de Uhtred que morreu em
“Terra em Chamas” e da qual sou fã inconteste.
É Eadith que livra o guerreiro pagão de seu pior
destino. E este pior significava a ‘morte’, já que o ferimento provocado por
“Cuspe de Gelo” estava levando, aos poucos, o nosso guerreiro para a cova. Eadith
decide ajudar Uhtred a encontrar a lendária espada que pertenceu a Cnut e que
sumiu após o duelo de vida ou morte entre os dois em “O Guerreiro Pagão”, 7º
volume da saga Crônicas Saxônicas.
A aventura de Uhtred, seus guerreiros e Eadith que
saem pelo mar afora, navegando por terras desconhecidas, em busca de ‘Cuspe de
Gelo” deixa o leitor com o coração na mão, já que as dificuldades encontradas
ao longo do caminho são muitas, deixando no ar a pergunta: “Será que essa
espada desapareceu para sempre?”
Após ter lido “O Trono Vazio” posso afirmar com
convicção que a reputação de Uhtred só manteve-se viva por causa dessas três
mulheres. Portanto, não há como negar que Aethelflaed, Stiorra e Eadith foram
os principais destaques dessa 8ª parte de “Crônicas Saxônicas”.
Neste volume da saga, o autor narra a história de
uma Mércia dividida. E sua maior ameaça não tem origem nos selvagens guerreiros
irlandeses nem nos nórdico pagãos, mas sim em uma disputa interna. Ethelred, o
senhor da Mércia, está definhando, prestes a morrer, e não deixa nenhum
herdeiro legítimo.
Ainda que a senhora Athelflaed, sua esposa e inimiga,
seja uma combatente formidável e uma grande líder, a Mércia jamais foi
comandada por uma mulher. Além disso, ela não conta com seu guerreiro mais
poderoso, o infame Uhtred, gravemente ferido em seu último combate com Cnut.
Para ajudar sua senhora, ele precisa antes se recuperar, e para isso deve ir
atrás da espada que o perfurou, desviando ainda mais das questões políticas.
Enquanto rola a luta pelo trono da Mércia em
disputadas internas, seus inimigos pagãos se aproveitam desse ‘relaxo’ para
organizar uma nova tentativa de conquistar os reinos saxões. Com isso, o futuro
se torna incerto e o sonho de unificação dos reinos de Wessex, Mércia e
Nortumbria, dando origem a Inglaterra, se torna cada vez mais distante.
Sinceridade? Apesar da leitura dos oito livros,
ainda não me cansei da saga. Pelo contrário, não vejo a hora do lançamento do
9º intitulado “Warriors of the Storm”.
E que venha logo!
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