O Trono Vazio (Crônicas Saxônicas – Livro VIII)

28 dezembro 2015
A mulher é a bola da vez no oitavo volume de “Crônicas Saxônicas” de Bernard Cornwell. E pode esquecer esse lance de sexo frágil. Definitivamente não cola. Aethelflaed, Stiorra e Eadith são mais fortes do que você imagina, capazes de fazer o mais bruto dos homens se dobrar aos seus pés. Apaixonei-me por elas. Inteligentes, bonitas, perseverantes, sedutoras e corajosas. Ufaaa! É muita areia para a minha carroça!
Em “O Trono Vazio”, Uhtred cede parte de seu protagonismo para o trio de beldades que passa a dar as cartas na estória. Aethelflaed busca conquistar o trono de seu marido Ethelred – que está com o pé na cova - e assim, tornar-se a ‘Senhora da Mércia”. Stiorra, apesar de ainda ser uma criança, tem a mesma personalidade do pai. Isto fica evidente em suas atitudes ousadas e corajosas tomadas ao longo da história: uma dessas decisões, inclusive, me deixou boquiaberto. Se Stiorra fosse do sexo masculino, certamente eu diria: “Stiorra, você é o cara!”. E por fim, a estonteante Eadith. Caraca, como esse Uhtred só se relaciona com mulheres bonitas! Vai ter sorte assim lá na Conchinchina! Eadith é um vislumbre. Conwell a descreve como uma verdadeira deusa loira, daquelas de deixar louco de desejo o mais frívolo dos homens. Ela começa como aliada do Senhor da Mércia - o ‘mala’ e traiçoeiro Ethelred - mas depois passa a apoiar Uhtred de Uhtred, ajudando-o na busca pela lendária espada ‘Cuspe de Gelo’ que o feriu gravemente no duelo com Cnut no livro anterior. Reza a lenda que Uhtred só poderá se libertar do ferimento que o está levando á morte, se conseguir encontrar essa espada encantada e reverter o feitiço.
O relacionamento - ora amoroso, ora conflituoso - com essas três personagens femininas é o que dá o tom ao enredo, deixando-o tão atrativo ao ponto de não sentirmos falta das memoráveis batalhas presentes nos últimos volumes.
Aethelflaed juntamente com Uhtred – que também é o seu amante – planejam dar um golpe no Witan (grupo de conselheiros do reino da Mércia) para que ela passe a assumir todas as responsabilidades do reino, assumindo o lugar de seu marido após a sua morte. A princesa usa toda sua perspicácia para conseguir esse objetivo considerado praticamente impossível, já que em toda a história da Mércia, nenhuma mulher assumiu o trono. Então, quando você julga que está tudo perdido, lá vem o ‘jogador de xadrez’ Uhtred e aplica um ‘golpaço’, mas daqueles de deixar o leitor com um Óoooooo!! Na boca. Golpaço, diga-se de passagem, dado com a ajuda de Aethelflaed que consegue, assim, o trono da Mércia”.
Cara, Aethelflaed é fodástica. Não tem como não se apaixonar por essa mulher. Enquanto seu marido Ethelred é um covardão de ‘mão cheia’, ela é uma guerreira nata; uma combatente de fazer inveja para muitos brutamontes com escudo e machado nas mãos. Como não bastasse, ela ainda é inteligente e perspicaz. Cornwell faz questão de destacar todos esses atributos da moça em “O Trono Vazio. É ela que salva Uhtred, em cima da hora, da humilhação de ter de se entregar – juntamente com as suas tropas – para um asqueroso inimigo à mando de Ethelred. Cara, ela sozinha, somente com a sua espada e a sua formosa égua branca Gast,  esculhamba o sujeito e seus homens, mandando ele seguir as suas ordens e não as de Ethelred. Uhauuuu! Como vibrei nessa hora.
Stiorra, por sua vez, segue os passos do pai ao vingar um inimigo que tentou abusá-la. Quando Uhtred lhe diz que matar um homem é mais difícil do que ela imagina e que apesar do cara merecer morrer, ele deveria ter um fim rápido; a garota lhe pergunta despreocupadamente: “Por quê? Ele pensou em desfrutar de mim. Isso seria rápido?”. Stiorra, então, mostra um de seus seios para o cara e pergunta se era aquilo que ele queria olhar e tocar; depois, ela simplesmente o estripa.
Também é a filha de Uhtred que salva o pai de uma enrascada ao tentar libertar a filha de Aethelflaed. A garota está presa no castelo do pai para se casar à força com o ambicioso chefe da guarda de Ethelred que cobiça o trono da Mércia. Quando o plano de Uhtred está fadado ao fracasso, lá vem Stiorra com uma estratégia brilhante e inesperada, livrando o seu pai do fiasco.
Quanto a Eadith, fico imaginando em meus sonhos essa beldade. PQP, Uhtred! Assim não vale! A mulher é muito bonita. De acordo com Cornwell, ela estonteia qualquer pobre mortal do sexo masculino, colocando no chinelo outras teúdas e manteúdas que apareceram ao longo da saga como: Brida, Iseult, Skade, Erce e outras, excetuando Gisela, mulher de Uhtred que morreu em “Terra em Chamas” e da qual sou fã inconteste.
É Eadith que livra o guerreiro pagão de seu pior destino. E este pior significava a ‘morte’, já que o ferimento provocado por “Cuspe de Gelo” estava levando, aos poucos, o nosso guerreiro para a cova. Eadith decide ajudar Uhtred a encontrar a lendária espada que pertenceu a Cnut e que sumiu após o duelo de vida ou morte entre os dois em “O Guerreiro Pagão”, 7º volume da saga Crônicas Saxônicas.
A aventura de Uhtred, seus guerreiros e Eadith que saem pelo mar afora, navegando por terras desconhecidas, em busca de ‘Cuspe de Gelo” deixa o leitor com o coração na mão, já que as dificuldades encontradas ao longo do caminho são muitas, deixando no ar a pergunta: “Será que essa espada desapareceu para sempre?”
Após ter lido “O Trono Vazio” posso afirmar com convicção que a reputação de Uhtred só manteve-se viva por causa dessas três mulheres. Portanto, não há como negar que Aethelflaed, Stiorra e Eadith foram os principais destaques dessa 8ª parte de “Crônicas Saxônicas”.
Neste volume da saga, o autor narra a história de uma Mércia dividida. E sua maior ameaça não tem origem nos selvagens guerreiros irlandeses nem nos nórdico pagãos, mas sim em uma disputa interna. Ethelred, o senhor da Mércia, está definhando, prestes a morrer, e não deixa nenhum herdeiro legítimo.
Ainda que a senhora Athelflaed, sua esposa e inimiga, seja uma combatente formidável e uma grande líder, a Mércia jamais foi comandada por uma mulher. Além disso, ela não conta com seu guerreiro mais poderoso, o infame Uhtred, gravemente ferido em seu último combate com Cnut. Para ajudar sua senhora, ele precisa antes se recuperar, e para isso deve ir atrás da espada que o perfurou, desviando ainda mais das questões políticas.
Enquanto rola a luta pelo trono da Mércia em disputadas internas, seus inimigos pagãos se aproveitam desse ‘relaxo’ para organizar uma nova tentativa de conquistar os reinos saxões. Com isso, o futuro se torna incerto e o sonho de unificação dos reinos de Wessex, Mércia e Nortumbria, dando origem a Inglaterra, se torna cada vez mais distante.
Sinceridade? Apesar da leitura dos oito livros, ainda não me cansei da saga. Pelo contrário, não vejo a hora do lançamento do 9º intitulado “Warriors of the Storm”.

E que venha logo!

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