Viagem Fantástica

06 maio 2011
Viagem Fantástica! Que filme! Lembro-me como se fosse hoje. Há exatos 40 anos atrás, estava eu com os meus 10 anos, sentado impaciente na sala da casa dos meus pais, esperando o meu irmão mais velho para me levar ao cinema. O filme em cartaz era sobre uns homens que após serem reduzidos de tamanho entravam no interior do corpo humano para fazer uma “visitinha” em alguns órgãos. E é claro, correndo muito perigo. Pelo menos, era assim, que o meu “eu criança” via a super-produção cinematográfica de 1966, dirigida pelo grande Ricahrd Fleischer.
Dois anos depois, lá estava eu sentado, novamente, no mesmo sofá, na mesma sala de casa, para assistir a animação do filme que passava num programa infantil, o qual não me lembro o nome.
Pois é, deu prá entender porque, “Viagem Fantástica” é considerado o filme que marcou a minha vida. Mas apesar disso, só foi adquirir o livro de Isaac Asimov décadas depois, ou seja, recentemente. Demorei tanto tempo porque, talvez, o filme (que tornei a assistir outras vezes) e a animação tenham me satisfeito.
Mas, há dois anos, ao ver num sebo o referido livro, toda aquela expectativa de quatro décadas passadas acabou voltando e com isso, não pestenajei: comprei o livro “Viagem Fantástica”.
À princípio, pensei que a obra de Isaac Asimov havia servido de referencia para a criação do filme de 1966. Mero engano! Foi ao contrário! O roteiro de Richard Fleischer é que serviu como base para que Asimov fizesse a novelização do filme. E mesmo sabendo que livro baseado em filme é uma grande fria, resolvi arriscar a leitura. E posso garantir que gostei. Não sei se pelo fato de fazer muito tempo que já havia assistido o filme e, por isso mesmo, não ser capaz de me lembrar de passagens importantes, a obra de Asimov me fez viajar novamente.
Só por curiosidade, depois de ler o livro decidi assistir ao filme para fazer uma comparação. Encontrar uma locadora que tivesse a produção foi uma missão impossível, por isso, quando a TV Bandeirantes anunciou que exibiria a película num domingo à tarde, deixei tudo e fui curtir. Conclusão: filme e livro são iguais; sem tirar e nem pôr. Com certeza, se tivesse lido as páginas de Asimov logo depois de ter assistido ao filme de Fletcher, a decepção seria grande porque “um é carbono do outro”, mas como demorei tanto tempo para adquirir o livro, apreciei demais a leitura.
Dessa maneira, recomendo o livro “Viagem Fantástica”, de Isaac Asimov, para aquelas pessoas que não assistiram ao filme ou então que o assistiram há muito tempo e por isso, não se recordam direito da história. Se você se encaixa em uma dessas duas exceções, irá devorar com avidez todas as páginas.
Apesar de ser baseado num roteiro de filme, o livro é muito bem escrito, ao contrário de outras obras do gênero, mas também, pudera! O seu autor foi ninguém menos do que um dos gênios da ficção científica.  

Cena do filme "Viagem Fantástica" de 1966
A idéia de uma novelização de Viagem  Fantástica partiu dos produtores do filme com o apoio dos magnatas da 20th Century Fox. Percebendo que a produção cinematográfica “arrebentaria a boca do balão” nas bilheterias, eles pensaram: “Porque não ganhar uns trocos a mais com um livro baseado no roteiro do filme?”. Dessa forma o faturamento praticamente dobraria. Mas para isso, tanto filme quanto livro teriam de ser impecáveis. O filme já tinha um gênio à frente da direção: Richard Fleischer, que em 1954 havia provado o seu talento ao dirigir “20 Mil Léguas Submarinas”, com Kirk Douglas, baseado na obra de Julio Verne. Só faltava um outro gênio para ficar responsável pela novelização do roteiro. Foi então que todos – eu disse todos, desde donos do estúdio até diretor e passando por produtores – concordaram que o nome certo para essa tarefa seria Isaac Asimov e... ninguém mais.
Quanto todos pensariam que Asimov recusaria o convite – imagine o gênio da ficção científica daquela época escrevendo um livro baseado numa história de outra pessoa?! – ele acabou aceitando!! Pois é, milagres acontecem.
Mas depois de alguns dias trabalhando no projeto, Asimov se arrependeu; mas já era tarde, mesmo assim, ele tornou pública a sua insatisfação, pois apesar de sua fama no universo da literatura, os produtores do filme não lhe deram a liberdade desejada para fazer algumas alterações de seu gosto na novelização. Reza a lenda que foi então que Asimov simplesmente optou por transcrever o roteiro – sem nenhuma alteração, da maneira mais fiel possível – para as páginas do livro, eliminando apenas as incoerências científicas mais descabidas.
A insatisfação de Asimov foi tanta que em 1987 ele resolveu escrever um outro livro sobre o tema, mas com a liberdade – que lhe foi tolhida em 1966 – de colocar no papel o que a sua imaginação permitisse. Nascia assim: “Viagem Fantástica II – Rumo ao Cérebro”. Mas como o tema desse post é o primeiro “Viagem Fantástica” e não o segundo, vamos ao resumo do livro novelizado por Isaac Asimov.
Dr. Benes, um dos mais conceituados cientistas do mundo guarda um importante segredo científico que poderá revolucionar o mundo da ciência. Ele descobriu como miniaturizar pessoas, ou seja, diminuí-las ao tamanho de bactérias para depois fazê-las voltar a sua estatura normal. Ocorre que Dr. Banes sabe coisas que podem transformar esse projeto em algo imaginável, dando vantagem total para quem possuir tal segredo. Após a descoberta, o cientista decide abandonar o seu grupo e debandar para um outro grupo rival. É preparada uma armadilha e ele acaba sofrendo um acidente ganhando como “brinde” uma espécie de traumatismo craniano com direito a um coágulo que é curável apenas por dentro. Para salvar o cientista, uma equipe de pesquisadores, à bordo de um submarino, é reduzida ao tamanho de microorganismo e injetada na corrente sanguinea de Banes. O objetivo é chegar até o coágulo em seu cérebro e extirpá-lo. Pronto! Tem início a aventura! O grupo passa por várias partes do corpo de Banes, entre elas: coração, capilares, Pulmão, Pleura, Linfócitos, Ouvidos e Cérebro. Ao passar em cada um desses órgãos, o perigo é constante, fazendo com que o leitor viaje junto com a equipe de aventureiros.
Como eu já disse, para quem não se lembra do filme, uma leitura obrigatória.
Em tempo! Vem aí um remake de “Viagem Fantástca. A direção será de Shawn Levy, o mesmo de “Uma Noite no Museu, tendo no papel principal o “Wolverine” Hugh Jackman.

4 comentários

  1. Viagem Fantástica não pode ser realmente chamado de uma obra de Isaac Asimov, já que ele adaptou o roteiro do filme...Muito melhor e realmente uma obra de Asimov, com uma trama mais elaborada é o livro : Viagem Fantástica II - Rumo ao Cérebro
    Recomendo!

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  3. O livro é bem mais detalhado com certeza.
    Os eventos são mais explicados.
    Um exemplo é no final do filme, não mostra o "Proteus" destruído e retorcido pela célula branca. E nem quando a célula esfaqueda os tripulantes.
    O filme não fala do minitaturzador a bordo.
    Não é igual ao filme.
    O livro é bem melhor e quando o filme ficar pronto, espero que seja igual ao livro.
    Já "Rumo ao Cérebro" é uma outra história que não tem nada haver com a história original. A ideia da narrativa é um pouco cansativa, mas no todo é interessante.
    Mesmo assim ainda prefiro "Viagem Fantástica" original, apesar da ideia não ter surgido do Isaac Asimov, e pelo que eu sei ele na época ficou muito frustrado por não ter tido essa ideia e por isso escreveu "Rumo ao Cerebro".
    Recomendo os 2 livros. Mas o filme recomendo depois de ler a história original.

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  4. O livro é bem mais detalhado com certeza.
    Os eventos são mais explicados.
    Um exemplo é no final do filme, não mostra o "Proteus" destruído e retorcido pela célula branca. E nem quando a célula é esfaqueada pelo Grant.
    O filme não fala do minitaturizador a bordo.
    Não é igual ao filme.
    O livro é bem melhor e quando o filme ficar pronto, espero que seja igual ao livro.
    Já "Rumo ao Cérebro" é uma outra história que não tem nada haver com a história original. A ideia da narrativa é um pouco cansativa, mas no todo é interessante.
    Mesmo assim ainda prefiro "Viagem Fantástica" original, apesar da ideia não ter surgido do Isaac Asimov, e pelo que eu sei ele na época ficou muito frustrado por não ter tido essa ideia e por isso escreveu "Rumo ao Cérebro".
    Recomendo os 2 livros. Mas o filme recomendo depois de ler a história original.

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