Não gostei. Achei descritivo demais, enrolado demais
e longo demais. Aqueles que discordarem até poderão dizer o seguinte: - As
obras de Patrick Rothfuss e Tolkien também são descritivas... e muito!. – Tudo
bem galera, eu concordo que elas também possuem essa característica, mas por
outro lado os momentos de ação, o chamado ‘pega prá capá’, estão lá,
entremeando-se com os instantes descritivos. Já o clássico Drácula de Bram
Stoker, mesmo com raras cenas de ação, brinda os seus leitores com uma carga
enorme de tensão, ansiedade e principalmente medo que é o ingrediente principal
de uma obra de terror.
Já em “O Historiador” de Elizabeth Kostova, o
exagero nas descrições de lugares, paisagens e situações somados a falta de
ação ou tensão deixam a história muito enfadonha. Admito que foi difícil
concluir a leitura das 541 páginas do livro. E agradeço a minha qualidade de
leitor persistente que esporadicamente abandona uma história no meio, caso
contrário...
O engraçado é que a proposta inicial de Kostova é
ótima e assim, as pessoas que tem o hábito de lerem a sinopse oficial de uma
obra, antes de encará-la, com certeza acabarão sendo fisgadas como eu fui. Mas após
mergulhar na essência do enredo, essa proposta inicial acaba se diluindo por
causa dos problemas que já citei no início do post.
Se “O Historiador” tivesse, pelo menos, ‘uns’ 30% de
ação e tensão das páginas finais e ‘bem finais’, a história seria ótima;
devorativa, como costumo dizer. A impressão que fica é que a autora resolveu
concentrar todo o clímax da saga envolvendo Vlad ou Drácula – tanto faz – nas
últimas páginas.
O livro narra a trama de uma jovem que, após
explorar a biblioteca do pai, encontra um livro antigo e um maço de cartas
amareladas. As cartas são todas endereçadas a “Meu caro e desventurado
sucessor”. Estas correspondências fazem
alusão a um dos poderes mais maléficos que a humanidade jamais conheceu, e a
uma busca secular pela origem desse mal e sua erradicação. Trata-se de uma caça
sobre a verdade de Vlad, o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro
reinado gerou a lenda de Drácula.
Esta introdução chamativa da obra de Kostova pega o
leitor – aficionado por relatos sobre vampiros – no contra-pé, deixando a sua curiosidade
borbulhando, à flor da pele. Na contra capa do livro, a autora já tasca: “Gerações de historiadores arriscaram
reputação, sanidade, e até mesmo as próprias vidas para conhecer a verdade
sobre Vlad e sobre Drácula. Agora, uma jovem precisa decidir continuar ou não
essa busca – e seguir seu pai em uma caçada que quase o levou à ruína anos
antes, quando ele era um enérgico estudante universitário e sua mãe ainda era
viva”. Agora, para um pouquinho e me responda com toda sinceridade: Não é o
tipo de introdução que fisga o sujeito como um peixe? Pois é, foi dessa forma
que eu fui fisgado.
É claro que uma obra literária jamais pode ser
considerada unanimidade. Por melhor que seja um livro sempre haverá um grupo de
leitores destoantes que não irá gostar de alguns trechos ou da obra inteira. E
por pior que seja um livro, também teremos leitores que irão aprová-lo,
chegando muitas vezes a transformá-lo em Cult.
No meu caso, com relação ao “O Historiador”, friso
que não gostei.
Indo!
Um comentário
Eu também não gostei. E ratifico todas as suas impressões e acrescento que a autora tenta imprimir um clima gótico a historia, porém sem sucesso - e eu esperava muito. O livro poderia se chamar "O Geógrafo", inclusive.
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