Os leitores que acompanham o blog há algum
tempo já conhecem a minha aversão por
novelizações de filmes. Eu, simplesmente, detesto. Se fosse padre, excomungaria
todos os autores que escrevessem as famigeradas novelizações. E talvez, eu não
esteja assim tão errado já que a maioria dos livros com essa característica
acabou naufragando, enquanto os filmes tornaram-se verdadeiros blockbusters. Em
2011 escrevi um post que explica muito bem a chamada maldição das novelizações.
Mas como para tudo nesse mundo existem as exceções,
no caso das novelizações não é diferente. Uma delas é o livro de Erich Segal,
“Love Story” que no Brasil recebeu o título de “Uma História de Amor”.
O romance lançado em 1970 foi o livro mais vendido
nos Estados Unidos e traduzido para 33 idiomas. Na época as livrarias
enfrentaram filas gigantescas de leitores que de tão desejosos em adquirir a
obra chegaram a dormir nas portas das lojas.
Então, como explicar toda essa histeria por uma
novelização? Bem, para decifrar esse mistério temos que voltar para 1969, ou
seja, um ano antes do lançamento do filme. Pois é, Segal havia escrito um roteiro sobre o envolvimento de um rapaz rico com
uma garota pobre que sofre de doença terminal. Os executivos da Paramount
‘amaram’ o enredo lacrimoso e sem pestanejar compraram o texto. Frisando: isto, em 1969. Para reforçar a divulgação do filme, a
produtora pediu que o autor escrevesse também um livro baseado no roteiro
cinematográfico, para ser lançado nas lojas no Dia dos Namorados do ano
seguinte, semanas antes de o longa ir para os cinemas. A estratégia funcionou.
"Love Story", estourou em vendagens e o filme com Ryan O’Neal e Ali MacGraw se tornou a sexta maior bilheteria na história do cinema americano. A frase dita pela personagem de MacGraw no filme: “amar é jamais ter que pedir perdão” se tornou antológica e uma marca registrada para aquela geração.
Portanto, acredito que o sucesso da novelização de Love Story deve-se a estratégia de marketing da Paramount que optou por lançar o livro bem antes do filme e numa data que tinha tudo a ver com a situação: o dia dos namorados. Acredito que por ter sido lançado antes da produção cinematográfica, o livro de Segal acabou perdendo o estigma de novelização.
"Love Story", estourou em vendagens e o filme com Ryan O’Neal e Ali MacGraw se tornou a sexta maior bilheteria na história do cinema americano. A frase dita pela personagem de MacGraw no filme: “amar é jamais ter que pedir perdão” se tornou antológica e uma marca registrada para aquela geração.
Portanto, acredito que o sucesso da novelização de Love Story deve-se a estratégia de marketing da Paramount que optou por lançar o livro bem antes do filme e numa data que tinha tudo a ver com a situação: o dia dos namorados. Acredito que por ter sido lançado antes da produção cinematográfica, o livro de Segal acabou perdendo o estigma de novelização.
Milhares de pessoas leram o livro antes de assistir
ao filme o que resultou num sucesso estrondoso da obra. Não deu outra: esses
mesmos milhares de leitores ficaram hiper-curiosos para ver como a história
escrita ficaria nas telonas. Cara, essa estratégia de marketing simples mas
eficaz, fez com que tanto livro quanto filme entrassem para o chamado rol da
fama das obras antológicas.
Como já disse, o livro foi o mais vendido em 1970 na
Terra do Tio Sam e lançado em mais de 30 países. Já a película cinematográfica
faturou cinco Globos de Ouro, incluindo melhor
filme e melhor atriz para Ali MacGraw, que pegou o papel por ser namorada de
Robert Evans, um poderoso produtor da Paramount.
Conseguiu sete indicações para o Oscar, mas só levou a melhor trilha sonora, para Francis Lai.
Conseguiu sete indicações para o Oscar, mas só levou a melhor trilha sonora, para Francis Lai.
“Love Story” também abriu caminho
nos cinemas para os chamados filmes românticos de doença, onde sempre um dos
protagonistas morria perto do fim. Afinal, onde você acha que “Como eu era
antes de você”, “A culpa é das estrelas”, “Diário de uma paixão” e tantos
outros se inspiraram?
Li o livro de Segal e também
assisti ao filme dirigido por Arthur Hiller e posso garantir que as diferenças
são praticamente inexistem. Obra literária e produção cinematográfica podem ser
consideradas irmãs gêmeas.
Como já havia assistido ao filme há
décadas - na minha infância - não me recordo de muitas coisas, por isso, as
páginas de “Love Story” ainda conseguiram me prender; caso contrário, seria
difícil.
Na trama temos um rapaz rico que
estuda direito em Harvard e uma garota de classe baixa que dá um duro danado
para pagar uma faculdade de menor prestígio. A família dele se opõe ao romance,
mesmo assim, eles se casam e Oliver perde a ajuda financeira paterna.
Tempos depois, o choque: ela tem uma doença incurável. O roteiro não deixa claro, mas é leucemia. Quando a doença se agrava, ele acaba se reaproximando do pai que por sua vez, revê a sua forma de encarar o relacionamento do casal. Mas, já é tarde demais.
Tempos depois, o choque: ela tem uma doença incurável. O roteiro não deixa claro, mas é leucemia. Quando a doença se agrava, ele acaba se reaproximando do pai que por sua vez, revê a sua forma de encarar o relacionamento do casal. Mas, já é tarde demais.
Um ótimo livro, desde que você não se recorde do
filme.
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