A retirada ‘estratégica’ de um punhado de livros

17 maio 2016
A minha casa está uma loucura só. Há pouco tempo, optei por uma pintura externa, mas depois percebi que as janelas estavam perrengues e lá vamos nós trocar as tais janelas, mas ao substituí-las, percebi que a pinturas dos dois quartos ficaram detonadas; aí... toma pintura total nos dois quartos. Acabou? Bem que eu queria, mas infelizmente ainda tem mais vendaval pela frente. Agora é o assoalho de tacos e madeiras de lei que ficaram completamente destroçados com o arrasta móveis pra lá e pra cá.
- “Mô, vamos reconstituir tudo isso aqui com sinteco”, sugere Lulu.
-  “Ok, Ok, vamos nessa”, concordo.
E assim, começa o pega pra capá. Implantei uma força-tarefa de recolhimento de livros da minha estante. –“Em dois dias faço isso”, disse. O tonto aqui, mal sabia o que ainda estava por vir. Dois dias não foram suficientes para acondicionar as obras em caixas ‘hermeticamente’ fechadas e catalogadas.
Vencido o prazo, a equipe responsável pela aplicação do sinteco chegou, literalmente 
 babando. Tigrão era o apelido do sargento que comandava a equipe. Gostei do cara: educado e com um poder de convencimento sem igual. Ao contrário de seu apelido, o cara era "mando" e com a fala mais mansa ainda. E foi assim que ele revelou que teria de começar o seu trabalho imediatamente, sem condições de adiamento de prazo,já que os seus 'soldados' tinham novas missões agendas. Nem mesmo Lulu - tenho de fazer força para não rir quando ela o chama por 's-e-o' Tigrão - conseguiu demover o sargentão de seu intento.  
E nessa história de cumprimento de prazo fui obrigado a ‘semi-organizar’ uma autentica operação de guerra, visando uma retirada estratégica dos meus livros das estantes. O objetivo era resgatá-los sem nenhum ferimento ou baixas. Queria todos sãos e salvos. Cara, me senti um verdadeiro sargento comandando um pelotão antes do ataque em massa do esquadrão rival.
No desespero valeram todas as táticas, incluindo as mais absurdas. Parte da minha tropa – digo livros – foi conduzida ao banheiro de um dos quartos. E por lá ficaram acomodados em cima de banquetas, numa tábua sobre o vaso sanitário, na pia e até mesmo no gabinete do toalete.
Outra parte da tropa foi conduzida – com alguns ferimentos, mas sem baixas – para um local secreto escolhido por Lulu, onde a poeira e os gazes tóxicos emanados pelos equipamentos dos comandados de Tigrão não pudessem chegar.
Minha Nossa!! Nem mesmo o quartel general; quero dizer, as prateleiras da minha tropa escaparam da fúria dos “inimigos”. Pó e poeira vermelha por todos os lados.
Bem galera, o jeito agora é recomeçar. Esperar que a tão propalada reforma de my house termine para reagruparmos a ‘tropa’ e voltarmos a gostosa rotina de leitor inveterado.
Peço ainda desculpa pela desacelarada  no ritmo das postagens. Tudo efeito dessa correria que acabei de lhes contar. Espero voltar ao ritmo normal o mais breve possível.
Inté!


2 comentários

  1. Bem, Jam, que posso lhe dizer?

    Sei como é assustadora a mudança de rotina de uma hora para outra em nossas vidas. Deixar o conforto um pouco de lado, mas em prol de algo maior.

    Você está absolutamente certo em buscar defender a integridade de sua coleção. Qualquer colecionador faria o mesmo.

    Lamento não comentar com mais frequência, mas a vida acadêmica não é nada fácil. Acaba-se abrindo mão de muitas coisas, muitas vezes do que mais gostamos, como no meu caso, a literatura. O que consola é saber que um dia, no futuro, haverá bastante tempo livre para me dedicar ao que gosto.

    Antes que eu esqueça, parabéns pelas prateleiras e tenha confiança de que tudo dará certo. Em breve, a sala de leitura estará pronta e tudo terá valido a pena!

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    Respostas
    1. Tex, obrigado pelo estímulo. Estou precisando. Quanto a vida acadêmica, sei como é complicado. Já passei por isso; mas como vc mesmo disse, haverá tempo mais do que suficiente para que possa desfrutar de leituras prazerosas.
      Abraços!

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