Livro “Collor Presidente” promete revelar segredos de um dos períodos mais turbulentos da política brasileira

08 maio 2016
Eu lembro perfeitamente o período conturbado do governo Fernando Collor de Mello. Como esquecer?  Foram fatos antológicos – principalmente no mau sentido – que marcaram a história da política brasileira. Mas será que o governo Collor gerou alguma coisa positiva para o Brasil?
Bem, o autor Marco Antônio Villa, um conceituado historiador político, entrevistou o atual deputado do PTB para o seu livro “Collor Presidente” que deverá ser lançado no dia 10 de maio. Ah! Antes que me esqueça: a obra já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais do País.
No livro, o senador alagoano afasta o rótulo de “governo corrupto”. “O meu governo foi o que permitiu hoje a toda essa juventude a lidar com todos os objetos típicos da modernidade, como o celular e o computador. Poder desfrutar de veículos que podem ser hoje considerados mundiais, de poder estudar fora com facilidade, enfim...foi o governo da abertura comercial. Foi o governo que promoveu a nova abertura comercial que proporcionou ao Brasil ter hoje benesses a ser considerado um parceiro comercial”, frisou Collor.
Ao falar das denúncias, o senador do PTB fez questão de frisar que todas elas foram derrubadas pela Justiça, mas chamou para si a responsabilidade de ser o criador de leis de combate à corrupção no país. “Grande parte da legislação anticorrupção foi por mim criada como presidente da República. Então, alguém que promove isto não pode querer cometer atos desairosos. Meu governo foi o do salto adiante que o Brasil deu para a integração competitiva. Fez com que a nossa indústria se tornasse mais competitiva”.
Villa também aborda uma possível “sociedade” entre Collor e Paulo César Farias nos casos de corrupção. “Isto nunca aconteceu. Melhor que minha resposta são as decisões tomadas pela Justiça. Nada disto aconteceu ou existiu na minha relação com o senhor Paulo César Farias”, diz Collor.
Não conheço o teor do livro, mas espero que ele tenha o mesmo sex appeal do livro de Rosane Malta – que um dia já foi Rosane Collor. *&%#@%&*&%$#@#$!!!!! Cobras e lagartos. Com certeza, nesse momento estou sendo xingado, zoado, amaldiçoado e etc e mais etc  por várias pessoas que estão lendo esse post, só porque elogiei o livro “Tudo o que vi e vivi” da ex-primeira dama e ex-esposa de Collor.
Cara, fazer o que? Eu gostei. Ela contou tudo sobre os bastidores políticos de Brasília e de lambuja deu alguns detalhes sobre a vida, digamos... entre quatro paredes do casal. Sabemos que Rosane, tinha livre acesso nos recônditos mais secretos de Brasília, chegando a participar, até mesmo, de reuniões com chefes de estado ao lado do ex-marido. Sendo assim, quem melhor do que ela para contar todo o balacobaco da capital federal durante a gestão do “caçador de marajás”?
Mas você pode me contradizer afirmando: “ Ela só taca pedras no cara e se possa de santinha, de vítima”. Pêra aí, será que você leu o livro certo? Se leu, vai concordar comigo que Rosane também conta alguns podres – e violentos – de sua vida. Cara, a mulher revelou que fez até macumba pro Silvio Santos não se candidatar! Sem dizer outros detalhes bem mais obscuros de sua vida.
Achei necessário fazer essa observação sobre o livro de Rosane porque a minha expectativa com relação a obra de Villa é enorme. Quero saber mais sobre os bastidores políticos no período de 15 de março de 1990 a 29 de dezembro de 1992; as negociações secretas envolvendo PC Farias; como era o relacionamento profissional Collor e Zélia; as denuncias envolvendo pessoas do círculo próximo a Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira dama Rosane.
E para cumprir esse objetivo, é fundamental que o autor tenha feito um minucioso trabalho de pesquisa. Eu espero, de coração, que o livro não seja apenas um meio de defesa de Fernando Collor.
Mas  acredito que não. Ao menos na sinopse fornecida pela editora Record,
Villa teria pesquisado arquivos desconhecidos, investigado documentos inéditos e entrevistado dezenas de personagens daquele período turbulento da política brasileira.
Outro ponto positivo da obra são as credenciais do autor. Villa é historiador com mestrado em Sociologia e doutorado em História. Foi professor universitário durante trinta anos. É comentarista do Jornal da Cultura (TV Cultura de SP), da rádio Jovem Pan e da Tveja. Escreve em O Globo e no seu próprio blog. Publicou diversos livros, entre os quais ‘Década perdida: dez anos de PT no poder’, também pela editora Record. 

Enfim, vamos aguardar pela chegada do livro que já está por aí.

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