Eu lembro perfeitamente o período conturbado do
governo Fernando Collor de Mello. Como esquecer? Foram fatos antológicos – principalmente no
mau sentido – que marcaram a história da política brasileira. Mas será que o
governo Collor gerou alguma coisa positiva para o Brasil?
Bem, o autor Marco Antônio Villa, um conceituado
historiador político, entrevistou o atual deputado do PTB para o seu livro
“Collor Presidente” que deverá ser lançado no dia 10 de maio. Ah! Antes que me
esqueça: a obra já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais do País.
No livro, o senador alagoano afasta o rótulo de
“governo corrupto”. “O meu governo foi o que permitiu hoje a toda essa
juventude a lidar com todos os objetos típicos da modernidade, como o celular e
o computador. Poder desfrutar de veículos que podem ser hoje considerados
mundiais, de poder estudar fora com facilidade, enfim...foi o governo da
abertura comercial. Foi o governo que promoveu a nova abertura comercial que
proporcionou ao Brasil ter hoje benesses a ser considerado um parceiro
comercial”, frisou Collor.
Ao falar das denúncias, o senador do PTB fez questão
de frisar que todas elas foram derrubadas pela Justiça, mas chamou para si a
responsabilidade de ser o criador de leis de combate à corrupção no país.
“Grande parte da legislação anticorrupção foi por mim criada como presidente da
República. Então, alguém que promove isto não pode querer cometer atos
desairosos. Meu governo foi o do salto adiante que o Brasil deu para a
integração competitiva. Fez com que a nossa indústria se tornasse mais
competitiva”.
Villa também aborda uma possível “sociedade” entre
Collor e Paulo César Farias nos casos de corrupção. “Isto nunca aconteceu.
Melhor que minha resposta são as decisões tomadas pela Justiça. Nada disto
aconteceu ou existiu na minha relação com o senhor Paulo César Farias”, diz
Collor.
Não conheço o teor do livro, mas espero que ele
tenha o mesmo sex appeal do livro de Rosane Malta – que um dia já foi Rosane
Collor. *&%#@%&*&%$#@#$!!!!! Cobras e lagartos. Com certeza, nesse
momento estou sendo xingado, zoado, amaldiçoado e etc e mais etc por várias pessoas que estão lendo esse post,
só porque elogiei o livro “Tudo o que vi e vivi” da ex-primeira dama e ex-esposa
de Collor.
Cara, fazer o que? Eu gostei. Ela contou tudo sobre
os bastidores políticos de Brasília e de lambuja deu alguns detalhes sobre a
vida, digamos... entre quatro paredes do casal. Sabemos que Rosane, tinha livre
acesso nos recônditos mais secretos de Brasília, chegando a participar, até
mesmo, de reuniões com chefes de estado ao lado do ex-marido. Sendo assim, quem
melhor do que ela para contar todo o balacobaco da capital federal durante a
gestão do “caçador de marajás”?
Mas você pode me contradizer afirmando: “ Ela só
taca pedras no cara e se possa de santinha, de vítima”. Pêra aí, será que você
leu o livro certo? Se leu, vai concordar comigo que Rosane também conta alguns
podres – e violentos – de sua vida. Cara, a mulher revelou que fez até macumba
pro Silvio Santos não se candidatar! Sem dizer outros detalhes bem mais obscuros
de sua vida.
Achei necessário fazer essa observação sobre o livro
de Rosane porque a minha expectativa com relação a obra de Villa é enorme.
Quero saber mais sobre os bastidores políticos no período de 15 de março de
1990 a 29 de dezembro de 1992; as negociações secretas envolvendo PC Farias; como
era o relacionamento profissional Collor e Zélia; as denuncias envolvendo
pessoas do círculo próximo a Collor, como ministros, amigos do presidente e
mesmo a primeira dama Rosane.
E para cumprir esse objetivo, é fundamental que o autor
tenha feito um minucioso trabalho de pesquisa. Eu espero, de coração, que o
livro não seja apenas um meio de defesa de Fernando Collor.
Mas acredito
que não. Ao menos na sinopse fornecida pela editora Record,
Villa teria pesquisado arquivos desconhecidos,
investigado documentos inéditos e entrevistado dezenas de personagens daquele período
turbulento da política brasileira.
Outro ponto positivo da obra são as credenciais do
autor. Villa é historiador com mestrado em Sociologia e doutorado em História.
Foi professor universitário durante trinta anos. É comentarista do Jornal da
Cultura (TV Cultura de SP), da rádio Jovem Pan e da Tveja. Escreve em O Globo e
no seu próprio blog. Publicou diversos livros, entre os quais ‘Década perdida:
dez anos de PT no poder’, também pela editora Record.
Enfim, vamos aguardar pela chegada do livro que já
está por aí.
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