10 livros de terror fantásticos que se tornaram filmes antológicos

23 fevereiro 2016
No post de hoje decidi fazer uma lista de livros de terror famosos que renderam filmes inesquecíveis. Neste caso, tanto escritor quanto roteiristas foram competentes ao máximo. É triste quando alguns ‘roteiristas açougueiros’ de grandes ou pequenos estúdios mutilam o enredo de um livro considerado uma verdadeira obra prima. Agora, transformar um livro ruim num enredo supimpa, acredito que seja bem mais difícil.
Mas vamos ao que interessa: o top list dos 10 livros antológicos de terror que foram adaptados para os cinemas com muita competência. Resultado: filmes, também, antológicos.
01 – O Exorcista (William Peter Blatty)
Livro fenomenal. Filme estupendo. Falar o quê mais da obra literária de William Peter Blatty e da produção cinematográfica de William Friedkin? Cara, “O Exorcista” conseguiu a façanha de vender 13 milhões de cópias em todo o mundo, transformando-se num dos livros mais impactantes e polêmicos de todos os tempos. Quanto ao filme, pode ser considerado o melhor do gênero de todo o século. Tanto é que até agora, não surgiu nenhum outro para destroná-lo.
O início do livro já cria um clima assustador, mostrando o trabalho em vão de médicos, psiquiatras e psicólogos em tentar descobrir a estranha doença de  Regan, uma menina de apenas 12 anos. Logo de cara, o leitor já vai se preparando para a “carga pesada” que está por vir, ou seja, o famoso embate entre o bem e o mal,  representados na história pelo demônio Pazuzu (que possui a alma de Regan) e os padres Merlin e Damien Karras.
Nos cinemas, as cenas de Reagan descendo a escadaria de sua casa imitando uma aranha e a virada de 360 graus em seu pescoço durante a sessão de exorcismo deixaram muitos expectadores histéricos.
Fantásticos livro e filme.
02 – A Casa Infernal (Richard Matheson)
Assisti “A Casa da  Noite Eterna” quando tinha 12 ou 13 anos. Gostei tanto que acabei adquirindo o VHS e posteriormente o DVD , o qual continuo assistindo após muitos anos. O filme é uma aula sobre o gênero ‘casa mal assombrada’. Vou mais além, acredito que a produção cinematográfica de 1973 foi a pedra filosofal sobre o tema, já que tudo começou ali. Muitos outros filmes de terror produzidos em anos posteriores utilizaram “A Casa da Noite Eterna” como referência.
A produção do diretor John Hough, que teve nos papéis principais Roddy Mc Dowall, Pamela Franklin e Clive Revill foi baseada no livro “A Casa Infernal” de Richard Matheson escrito em 1971.
Livro e filme tem poucas diferenças. No enredo, um milionário excêntrico quer comprovar a existência de vida após a morte. Para isso, ele financia um estranho e perigoso projeto no qual uma equipe de cientistas formada por quatro pessoas deve passar alguns dias isolada num antigo casarão conhecido como mal assombrado. Se aceitarem o desafio, cada um dos participantes receberá 100 mil libras.
A “Mansão Belasco”, palco da experiência, é considerada a o Monte Everest das casas mal assombradas. Há 40 anos, ela se mantém imponente, desfiando todos aqueles que tentam decifrar os seus segredos. Nesse período houve duas tentativas de investigá-la, uma em 1931 e outra em 1940. Ambas foram desastrosas. Oito dos mais renomados pesquisadores de fenômenos paranormais do mundo envolvidos nessas tentativas foram mortos, cometeram suicídio ou enlouqueceram. 
E agora, chegou a vez dessa nova equipe investigar o local. Tanto o livro quanto o filme são impressionantes. Sustos, atrás de sustos e com um final surpreendente.
03 – O Iluminado (Stephen King)
Stanley Kubrick remexeu em toda a essência do romance de Stephen King. Ah! Em toda a essência e também nas características dos personagens. Resumindo: mudou toda a estrutura do romance lançado em 1977. Por isso mesmo, o filme de 1980 se tornou uma espécie de “me ame” ou “me deixe” o que não o impediu que ganhasse o status de cult em todo o mundo.
Não é segredo para nenhum dos leitores que acompanham de perto a carreira de King que ele detesta o filme de Kubrick. “Não é o meu livro e não é um bom filme, para mim. É todo estilo e nenhuma substância”.
É meu amigo! Sem tirar uma vírgula, essas foram as palavras exatas do mestre do terror e suspense numa de suas recentes entrevistas.
Bem, independente da opinião do grande King, a verdade é que o filme ‘bombou’ (no bom sentido) em todos os cinemas de norte a sul nos países onde foi exibido. Quanto ao livro, dispensa comentário. Foi um dos maiores sucessos do escritor.
A obra literária dá maior atenção ao desenvolvimento psicológico de Jack Torrance, o patriarca da família que vai morar com o filho Danny e a esposa num hotel isolado no meio de nada. O leitor vai descobrindo aos poucos e sequencialmente todos os meandros da mente do pai que se revela um alcoólatra com graves problemas psicológicos.
Também mergulhamos, gradualmente, na mente de Danny. É saboroso ir virando as páginas e familiarizando-se com os poderes paranormais do garoto.
Já no filme: Buuuummmmm!! O terror psicológico inicial some e os cinéfilos ficam sem saber o que irá acontecer na sequencia. Com isso, cada tomada de cena é uma surpresa, já que a família Torrance é introduzida no Overloque Hotel do nada e só depois é que o ‘nada’ vai se esclarecendo.
Não sei se fui claro, mas é isso que acontece na produção de Kubrick. Independente dos erros e acertos existentes no livro e no filme; ambos fizeram o maior sucesso.
04 – Drácula (Bram Stoker)
O livro de Bram Stoker foi adaptado para os cinemas várias vezes. Algumas adaptações bagaceiras, outras meia-bocas e em raras exceções: clássicos. Incluo nessas raras exceções os filmes de 1931 com Bela Lugosi, o de 1958 com a dupla Christopher Lee e Peter Cushing e a elaboradíssima produção de 1992 com Gary Oldman.
Quanto a obra literária de Stoker, publicada em 1897, dispensa comentários. O que dizer de um livro que ainda é editado após séculos, quebrando todas as barreiras do tempo?
O autor se inspirou em relatos do folclore romeno sobre o nosferatu e na saga do Príncipe Vlad III Drakulea, cavaleiro da Ordem do Dragão que havia jurado a proteção do Cristianismo e a defesa armada das fronteiras da Europa contra o movimento de expansão islâmica liderado pelos Turcos Otomanos no século XV. Vlad ficou conhecido pelo modo abominável como tratava seus inimigos.
O enredo no formato de epístolas se passa no final do período vitoriano (1837-1901) e traz um jovem advogado, Jonathan Harker, que tem como objetivo ir ao castelo do Conde Drácula e ajudá-lo a comprar uma propriedade em Londres.
Quando Harker chega ao castelo... Mama mia!! A ‘coisa fica feia!”. Sobra até para a sua noiva Mina. Depois disso, só mesmo os conhecimentos do professor Van Helsing para tentar mandar o conde de volta para as profundezas do inferno.
As epístolas escritas por Harker e pelo capitão Demeter foram aquelas que mais mexeram comigo. De fato, são de arrepiar. Tanto é, que há algum termpo, escrevi um post só para elas (conferir aqui).
O livro e os três filmes que citei são obrigatórios para os fãs do gênero.
05 – Deixa Ela Entrar (John Ajvide Lindqvist)
Depois de “Drácula de Bram Stoker’, “Deixa Ela Entrar” é o melhor livro de vampiros de todos os tempos. O autor sueco John Ajvide Lindqvist estava inspirado quando escreveu a história de Eli e Oskar.
Ao contrário do lendário Conde Drácula, o personagem criado por Lindqvist: a vampira Eli, é completamente ambígua, despertando a cada página, a curiosidade do leitor. Eu ficava ansioso para saber quais seriam as suas atitudes ao longo história. Tipo se ela iria fazer algo bom ou maquiavélico, já que ao mesmo tempo em que Eli amava, minutos depois, matava ou então após um abraço inocente de criança carente, vinha a catracada na veia jugular da vítima. Já o conde Vlad idealizado por Stoker é a
imagem do próprio mal. Desde a sua primeira aparição nas páginas de ‘Drácula’, o leitor já percebe que o sanguessuga vai aprontar poucas e boas, pois vive no mal, respira o mal e ama o mal.
Já com Eli, o espírito do mal definitivo cede lugar para a ambigüidade. A vampira de “Deixa Ela Entrar”, mostra inúmeras facetas, entre as quais: de criança inocente, abandonada à mercê de um pedófilo e também a de vampira maléfica, pronta para devorar as suas vítimas.
Do livro saíram duas adaptações para os cinemas – 2008 e 2010 – e por incrível que pareça, as duas foram fantásticas. O filme sueco de 2008 foi uma sensação internacional, recebendo rasgados elogios da crítica. Dois anos depois teríamos a refilmagem americana que contrariando todas as expectativas, conseguiu se igualar ao seu antecessor.
06 – Frankenstein (Mary Shelley)
Mary Shelley escreveu Frankenstein para participar de um concurso de histórias de terror onde competiu com grandes nomes da literatura universal. Ela redigiu uma das mais impressionantes histórias de horror de todos os tempos. E é claro, venceu o concurso, superando outros autores, na época, muito mais experientes.
Basicamente, a trama gira em tono de um cientista chamado Victor Frankenstein que se dedica criar um ser humano gigantesco, sacrificando o contato com a família e a própria saúde, e após dois anos obtém sucesso. Porém, Victor enoja-se com sua criação, e abandona-a, fugindo.
Depois de um tempo, o cientista descobre o mal que causou a si mesmo e também as pessoas próximas, pois a aberração criada por ele foge e começa a destruir todas as coisas e pessoas que Victor mais ama em sua vida.
“Frankenstein”, á exemplo de “Drácula de Bram Stoker”, ganhou muitas versões cinematográficas, mas apenas duas se salvaram: “Frankenstein” (1931) com a atuação impecável de Boris Karloff como o monstro, que lhe rendeu muitos prêmios e elogios e “Frankenstein de Mary Shelley” (1994) do diretor Kenneth Branagh, considerada a versão mais fiel da obra de Shelley. As atuações de Robert De Niro e Branagh como criatura e criador, respectivamente, também merecem elogios.
07 – O Bebê de Rosemary (Ira Levin)
Os filmes de Roman Polansky sempre foram polêmicos. Cultuados, mas jamais unanimidades. Com “O Bebê de Rosemary” não foi diferente. A produção de 1968 com Mia Farrow e John Cassavetes ao mesmo tempo que recebeu elogios de crítica e publico, também foi esmagada por parte dessa mesma crítica e público. Alguns consideraram o filme uma verdadeira obra de arte no gênero terror psicológico, outros consideraram-no ridículo: sem medo e sem emoção, além de um roteiro fraquíssimo.
O livro escrito por Ira Levin, ao contrário do filme, agradou a gregos e troianos na época de seu lançamento em 1967. Muito elogiado e vendendo horrores, não haveria outro caminho a seguir, senão a compra de seus direitos para uma adaptação cinematográfica.
No enredo de Levin, os recém-casados Rosematy e Guy Woodhouse alugam um apartamento em antigo prédio de Nova Iorque e organizam suas vidas com pequena ajuda dos vizinhos Minnie e Roman Castevet. Guy é ator e luta por um papel de destaque, enquanto Rosemary decora com ar mais alegre o apartamento onde
anteriormente foi cometido um crime. Guy consegue um papel graças a um acidente com o ator titular e, logo depois, Rosemary tem um pesadelo no qual é possuída pelo demônio. Passado algum tempo, Rosemary descobre que está grávida e é tratada por Minnie e o médico desta, Dr. Sapirstein com vitaminas especiais. Fatos estranhos levam Rosemary a desconfiar que todas estas pessoas estão envolvidas com magia negra, começando a suspeitar que o marido, um ator que, literalmente, venderia a alma ao diabo para conquistar o sucesso, mantém ligações perigosas com vizinhos praticantes de bruxaria, que desejam possuir o filho dela que vai nascer.
08 – Horror em Amityville (Jay Anson)
O livro publicado em  1977 e que se tornou um grande sucesso editorial - com mais de três milhões de cópias vendidas - também serviu de inspiração para várias adaptações cinematográficas. A melhor de todas foi “Cidade do Horror” exibida em 1979. Tanto livro quanto o primeiro filme arrepiam.
O enredo escrito por Jay Anson foi baseado em fatos reais e narra os eventos sobrenaturais vividos pela família Lutz que se mudou para uma residência maligna que parecia ter vida própria.
No dia 18 de dezembro de 1975 um casal jovem com três filhos muda-se para uma bela e enorme casa situada na Avenida Ocean 112, em Amityville, Nova Iorque, EUA. Vinte e oito dias depois eles fugiram aterrorizados, abandonando praticamente todos os seus bens, alegando a existência de entidades malignas assombrando a casa. Vale lembrar que um ano antes, na mesma casa, havia acontecido um assassinato brutal.
Nem mesmo um padre conseguiu ajudar, pois ao tentar benzer a residência, foi ameaçado por uma voz que ordenou que ele saísse imediatamente.
09 – Psicose (Robert Block)
Livro e filme são dois verdadeiros clássicos. A obra escrita por Robert Bloch ganhou as telas de cinema em 1960, dirigido pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock. O personagem Norman Bates, interpretado nas telas por Anthony Perkins teve como inspiração Ed Gein, mais conhecido como o “Assassino de Wisconsin. A cena do assassinato no banheiro se tornou um verdadeiro ícone, servindo de referência para outros filmes e até mesmo peças publicitárias.
O enredo de Block conta a história de Marion Crane que rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga, erra o caminho e vai parar num velho motel, onde é amavelmente atendida pelo dono, sem perceber que se trata de um perigoso psicopata atormentado pelo fantasma de sua mãe controladora.
O filme que custou US$ 800 mil, conseguiu arrecadar US$ 50 milhões nas bilheterias de todo o mundo, tornando-se um clássico. Quanto ao livro, foi sucesso de vendas e mesmo após cinco décadas, continua ganhando novas edições. A mais recente foi lançada pela editora Darkside.
10 – Angústia (Misery) (Stephen King) 
O livro Angústia de Stephen  King, lançado em 1987, é um dos mais pesados do autor no estilo terror psicológico. Daqueles que faz jus ao título, já que a sua leitura deixa qualquer leitor angustiado. E como!
King criou uma vilã horripilante, a verdadeira essência da maldade: Annie Wilkes, uma psicopata capaz das piores crueldades para atingir o seu objetivo.
Em “Angústia” ou “Misery”, um famoso escritor de romances chamado Paul Sheldon tem sua vida transformada em um pesadelo sem fim, quando em uma terrível nevasca perde a direção do carro e sofre um acidente horrível, quebrando uma perna, deslocando a bacia e esmagando o joelho. Mas o pior ainda estava por vir. Pois ele é ajudado por sua fã nº 1, a enfermeira Annie Wilkes, que o  colocará em cárcere privado, submetendo-o a uma série de torturas. O motivo? Ela descobre que Sheldon resolveu matar sua personagem preferida, Misery Chastain. Por isso, ela decide usar todos os recursos possíveis para mantê-lo aprisionado e sofrendo, até que o seu “paciente” reescreva a história da maneira que ela julgue correta.
O livro foi adaptado para os cinemas em 1990 com o nome de “Louca Obsessão” e teve nos papéis principais: James Caan como Paul Sheldon e Khaty Bates como a psicopata Annie Wilkes. Aliás, Bates deu um verdadeiro show de interpretação o que lhe valeu o Oscar de melhor atriz.


7 comentários

  1. Um ótimo tema para um debate... Belíssima lista e ótimo texto... Adicionaria à lista "A Profecia", do David Seltzer e "Hellraiser", do Clive Barker. Permita-me um desabafo: acho que só eu não achei a mínima graça em "Deixa Ela Entrar" (acho o filme ainda pior do que o livro)? kkkkkkkkkkkkkk... No quesito " melhor livro de vampiros de todos os tempos após Drácula" eu ainda fico com "A Trilogia da Escuridão", do Guillermo Del Toro e Chuck Hogan, seguido de perto por "Entrevista com o Vampiro", da Anne Ricce... Abraços e continue com firme, sua escrita é sensacional!

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    1. Grande Marcelo! Deixei para ler o seu post, tranquilo, em minha casa. Terminei agora. Só me resta parabenizá-lo 'mil' vezes pelo seu minucioso trabalho de pesquisa. Putz! Parabéns, mesmo. Escrita leve e que prende a atenção. Valeu.
      Qto a lista fiquei na dúvida entre "A Profecia" e "Angustia", mas no final a balança pendeu para o lado de King.; Não tem jeito, sou fã do cara e a interpretação de Khaty Bates como Annie falou mais alto, também.
      Abcs!

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  2. Ótima lista! Bem escrita, informativa, parabéns!
    Meu favorito é Drácula, apesar de Stephen King ser brilhante.
    Amei o Blog <3
    http://gordicesliterarias.blogspot.com.br/

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    1. Debora, fico feliz que tenha gostado da lista e tbém do blog. Acredito que "Drácula" e "O Exorcista" estejam no topo das produções cinematográficas que foram adaptadas de livros.
      Abcs!

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  3. Desses que você citou li oito, e são todos muito bons!

    Mais um excelente post, Jam!

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  4. Olá Tex!
    Obrigado,
    Pode ler os outros dois, com certeza, irá gostar (rs)
    Abcs!

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  5. Que bom post, uma seleção muito clássico. Estou no final com medo, mas eu gosto de terror ou suspense histórias e filmes exorcismos. Recentemente, vi The Vatican Tapes não geralmente pensam que é liberado em queda livre bater a cada clichês imagináveis em uma história de horror. De tudo isso, o mais interessante é uma cena em que ela cospe três ovos que representam a Santíssima Trindade. Poderíamos dizer que há material para contar uma história interessante, mas certamente com intenções não é suficiente. "Exorcistas No Vaticano" poderia ter tido melhor destino se o tom geral do filme era crua e cheia de deboche.

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