Cara! Tô emocionado... Tá bom vai! Tô quase
chorando... Chorando porque essa música me faz voltar ao passado... Minha
infância, minha adolescência. Que festival de recordações. Ainda mais com essa
chuvinha mansa com trovoadas tranqüilas que escuto bem longe enquanto escrevo
esse post. Estou ouvindo, estou viajando, estou sonhando com Louis Armstrong. A
sua voz rouca ressoa toda charmosa nas caixinhas de som do meu computador
soltando a garganta em We
Have All the Time in the World.
Mas você deve estar exclamando: “- Esse cara ficou
pinéu! O que isso tem à ver com o post?!”. Eu lhe respondo, então: -“ Tem tudo
à ver pessoal! Afinal de contas, essa linda canção foi o tema de “À Serviço
Secreto de Sua Majestade”. A música que emocionou milhares e mais milhares de
telespectadores durante os beijos e amassos de Bond e Tracy e também na última
cena do filme, quando 007 – vivido pelo canastrão George Lazemby – chora nos
ombros da falecida Bond-Girl que foi a única mulher que ele amou em toda a sua
vida. A moça recebeu um tiro certeiro na cabeça disparado por Ernst Stravo
Blofield.
A cena que partiu um montão de corações no final dos
anos 60 é a maior prova de que o fundador da S.P.E.C.T.R.E é, sem sombra de
dúvidas, o único ‘carrasco’ de toda a vasta galeria de vilões do agente secreto
inglês. Ele foi o algoz que conseguiu destruir os sonhos de Bond. Parem e pensem.
007 sempre tratou as mulheres que cruzaram o seu caminho como simples objetos
de prazer. As únicas duas sortudas que conseguiram mudar esse conceito do
inveterado mulherengo foram Vesper Lynd e Tereza di Vicenzo ou simplesmente
Tracy, mas acredito que a segunda teve uma importância maior na vida de Bond,
pois chegou ao ponto de conseguir fazer aflorar algumas lágrimas da expressão
cruel do agente inglês.
Acredite se quiser amigo. O rabo de saia do Bond
chegou a se casar com Tracy e também iria deixar o MI6, abandonando
definitivamente o duplo zero que lhe dava licença para matar. Tudo para constituir
uma família e se dedicar de corpo e alma ao seu grande amor. Perceberam como
Tracy era importante para Bond? Então, num certo dia, Blofeld sepulta esse
sonho assassinando a moça em sua lua de mel. Cara, justamente na lua de mel! É
prá estilhaçar qualquer coração, até mesmo de 007. Este é o vilão que se
transformou no pior pesadelo de Bond nos livros “À Serviço Secreto de Sua Majestade”
e “A Morte no Japão.
Se em “Chantagem Atômica”, Blofield apareceu apenas
indiretamente, não participando dos momentos de ação do enredo; nos outros dois
livros da trilogia, ele sai à campo e vai à luta. Em “Chantagem Atômica”, o
vilão foi o grande mentor intelectual do plano que envolvia o roubo de um avião
armado com duas ogivas nucleares. Ele só dava ordens e escolhia qual
subordinado deveria cumpri-las. No caso do roubo das ogivas, o escolhido para a
missão foi Emilio Largo. Agora, em À Serviço Secreto de Sua Majestade, meu
amigo... Hummm!! A coisa pega porque o ‘hômi’ sai à campo, como diz o ditado popular.
Blofeld e Bond duelam cara a cara, peito a peito. E é um duelo completo
englobando cinismo, chantagem, hipocrisia e como não poderia deixar de ser, corpo
a corpo que fica reservado para as páginas finais do livro quando acontece uma
perseguição de trenós nos Alpes suíços.
E quando o leitor pensa que Blofeld fugiu temendo
ser pego por James Bond, eis que o vilão surge no final do romance e arrebenta
com Bond, lhe tirando a coisa mais valiosa de toda a sua vida: a única mulher
que ele amou de verdade. Amou tanto, mas tanto que chegou a se casar com ela.
Quer golpe pior do que esse?
Sei que estou contaminando esse post com spoilers,
mas a história de James Bond e Tereza di Vicenzo é tão conhecida no universo
bondiano que já deixou de ser um segredo para ‘quase todos’ aficionados ou não
do herói.
Neste segundo livro da Trilogia Blofeld, após tentar
de todas as formas possíveis e impossíveis encontrar o grande chefe da
S.P.E.C.T.R.E, mas sem sucesso, Bond passa a acreditar que a agencia de
terrorismo e extorsão não mais existe, à exemplo de seu principal mentor, o
qual acredita ter morrido . Ocorre que o MI6¨pensa o contrário e por isso,
obriga o seu principal agente secreto com licença para matar à continuar a
busca por Blofeld.
Bond se frustra pela insistência do MI6 na
prolongação da procura e em sua incapacidade de encontrar o vilão. Por isso, ele
acaba escrevendo uma carta de demissão para seu chefe, M.
Enquanto escreve sua carta, Bond encontra a linda, e
suicida, Condessa Teresa "Tracy" di Vicenzo,
primeiro na estrada e posteriormente em uma mesa de jogo, onde ele a salva
pagando sua dívida. No dia seguinte, Bond a segue e impede sua tentativa de
suicídio, porém os dois acabam capturados por capangas profissionais. Eles são
levados até o escritório de Marc-Ange
Draco, chefe da Unione Corse, o maior sindicato criminal da Europa.
Tracy é a filha única de Draco, que acredita que o único modo de salvar sua
filha de novas tentativas de suicídio é através de um casamento com Bond. Para
facilitar isso, ele oferece a Bond um dote de um milhão de libras;
Bond recusa, mas concorda em continuar namorando Tracy enquanto a saúde mental
dela melhora. Ocorre que o amor é cruel e acaba enlaçando os dois
pombinhos, principalmente Bond que se apaixona perdidamente pela garota.
Bem, resumindo, Bond acaba localizando Blofeld, após
receber uma valiosa informação do pai de Tracy e sai na captura do super-vilão
da S.P.E.C.T.R.E.
Após frustrar o plano do sifilítico Blofeld (isso
mesmo, ele tem sífilis em estágio avançado no livro) de destruir toda a
economia agrícola de vários países, Bond se torna o principal alvo de sua ira.
Pronto! A vingança está jurada como uma vendetta. Vingança que se concretiza da
pior maneira possível no final do romance e também do filme.
À Serviço Secreto de Sua Majestade termina seco e
triste. Aliás... não tenho vergonha de esconder que chorei ao ler o final do
livro e ver o final do filme. Acredite, pode parecer brincadeira, mas chorei
com um livro e um filme de James Bond.
Fazer o quê...
Putz, e essa musica do Louis continua tocando no meu
computador....
2 comentários
Oi J.A.
ResponderExcluirEstou vindo lá da perseguição de trenós :))
Adoooro seus posts! Sempre me divirto mtooo e aprendo bastantão.
Fiz "amizade" com os personagens "bondnianos" mesmo não sendo uma aficcionada nem mto conhecedora dos fatos das tramas de Ian Fleming. Não me importo cm spoilers, às vezes até procuro por eles na internet para ficar por dentro de alguma novi que não vou poder conferir.
Adorooo Armstrong e seu vozeirão são clássicos imperdíveis!
Puxa =/ Blofeld é mesmoo um carrasco, malvadão uia!
Aowwwwnnnnnnnn eu tenho uma versão para o fato da Tracy ser uma it girl!
Olha só o nome do pai dela!!!!! Draco!
Oras se não é uma versão de Dragão. e vc sabe amoooooo dragões! :))
Excelente findi procê com agito e descanso na medida exata.
abraçoo em sir Touro, sei que ele está tirando de letra a fisio.
Afinal ele é um herói das páginas da vida e integrante absoluto do clã dos dragões!
bjs
Como vai a "internauta leitora alto astral e fã de dragões"? Espero que bem.
ExcluirSeu alto astral é contagiante. Continue sempre assim. Mas vamos ao que interessa, ou seja, livros. Luna, se puder comece a ler as obras de Fleming. Trata-se de uma leitura indispensável para quem é fã ou 'meio-fã' de James Bond. Muitas pessoas que não gostavam do gênero, após lerem um dois livros de Ian Fleming, foram correndo atrás dos sebos para comprar todos os 14 livros sobre 007. Ah! Desculpe de que já assistiu aos filmes não cola, porque livro e filme são iguais a água e óleo.
Faça o teste.
Abcs!!!