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08 junho 2025

Novo livro de Dan Brown, “O Segredo Final”, chega em setembro nas livrarias brasileiras, mas a obra já está em pré-venda

Os fãs de Dan Brown, mas aqueles fãs do tipo que amanhecem nas portas das livrarias em dia de lançamento de livros do autor estão em êxtase total. E por um bom motivo, melhor, por um excelente motivo, pelo menos para os leitores que devoraram O Código da Vinci, Anjos e Demônios, O Símbolo Perdido, e por aí afora; o novo livro do escritor norte-americano já tem data definida para chegar às livrarias físicas e virtuais: 9 de setembro. Mas o melhor de tudo é que a obra já está em pré-venda nos principais portais literários, entre os quais o da Amazon.

A história será lançada no Brasil pela Arqueiro, selo da Editora Sextante, e deve seguir a fórmula já consagrada do autor, que une suspense, teorias conspiratórias e segredos perigosos. Em outras palavras, não espere um Brown inovador em O Segredo Final porque a velha fórmula dos livros anteriores também estará presente e acompanhada do bom e velho Robert Langdon com todas as suas manias e trejeitos. Aliás, o famoso professor de simbologia religiosa da Universidade de Harvard volta para o convívio dos leitores brasileiros após oito anos ausente, desde o lançamento de Origem.

E já que citei Origem; em 2017, a obra garantiu o segundo lugar em Ficção na Lista Anual de Mais Vendidos do portal Publishnews com 121 mil exemplares naquele ano apenas nas livrarias brasileiras. Em 2018, foram mais 100 mil exemplares.

Agora, na nova trama, Langdon viaja para Praga com a acadêmica Katherine Solomon, que foi convidada a ministrar uma palestra e está prestes a publicar um livro com descobertas surpreendentes sobre a natureza da consciência humana. O que era para ser uma simples apresentação muda de figura quando um assassinato brutal acontece e Katherine desaparece junto com o manuscrito de seu livro, colocando Langdon na mira de uma poderosa organização. “É um campo de batalha diferente de tudo que ele já viveu e Langdon não terá que lutar só pela própria vida, mas também pelo futuro da humanidade”, diz a descrição da editora, que relançará, também em setembro, todas as obras de Brown com capas inéditas.

Pois é, quando setembro chegar... será só alegria para os devoradores de livros, mas os devoradores de obras de Dan Brown.

07 junho 2025

Qual é a melhor forma de ler a saga “Hannibal Lecter”? Respeitando a ordem cronológica dos fatos ou a ordem de lançamento dos 4 livros?

A “Quadrilogia Hannibal Lecter” é uma das sagas literárias que eu mais gosto. Tanto é verdade que já perdi a conta das vezes que reli os livros Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal, A Origem do Mal do escritor norte-americano Thomas Harris. Amei e viajei todas as vezes que reli. 

Conheci a obra de Harris através do filme hiper-premiado “O Silêncio dos Inocentes” do diretor Jonathan Demme. Estávamos no comecinho da década de 90 quando um serial killer vivido pelo gênio Anthony Hopkins despertou o interesse - e acredite - despertou a simpatia de milhares de cinéfilos. O tal Hannibal Lecter, com fama de canibal, era um famoso médico psiquiatra, muito fino, inteligente e com um Q.I acima da média, mas tinha um hábito nada recomendável: ele degustava aqaueles pacientes que não correspondiam ao tratamento. E foi assim que ele ganhou o apelido de “Hannibal, o canibal” ou “Dr. Lecter, o canibal”.

Após ter assistido ao filme, quis na mesma hora ler o livro para comparar os enredos e descobri que livro e filme são praticamente iguais com pouquíssimas diferenças, exceto a descrição detalhada dos personagens na obra literária o que não acontece nas telonas.

No livro, uma agente novata do FBI chamada Clarice Starling é destacada para encontrar um assassino, Búfalo Bill, conhecido por arrancar a pele de suas vítimas. Para entender como o serial killer pensa, ela procura um perigoso psicopata, encarcerado sob a acusação de canibalismo. É aí que entra o famoso Dr. Lecter que decide ajudar na caça ao assassino, “emprestando” o seu intelecto acima da média, mas com uma condição... desde que a agente do FBI concorde em ser analisada por ele como se fosse sua paciente.

Gostei tanto do que vi nas páginas e também nas telonas que decidi comprar todos os livros que seriam lançados futuramente, além de assistir aos outros filmes baseados nessas obras.

Na primeira vez que li a quadrilogia procurei seguir a ordem de lançamento dos livros, mesmo porque não havia um outro jeito, já que naquela época havia sido publicado apenas O Silêncio dos Inocentes e Dragão Vermelho. Mas quando completei a saga, fiz a experiência de ler os quatro livros respeitando a ordem cronológica dos fatos. E é sobre isso quero “falar” nesta postagem porque já vi alguns questionamentos nas redes sociais sobre como obter a melhor experiência, o maior nível de satisfação ao ler a saga.

Posso garantir que independentemente da galera ler a “Quadrilogia Hannibal Lecter” na ordem de lançamento das obras ou então de “trás para frente”, a experiência será a mesma, ou seja, saborosamente deliciosa. As duas maneiras tem as suas nuances, vantagens, e porque não, desvantagens, também. Vou tentar explicar melhor.

Se a sua opção for pela ordem cronológica dos fatos, você iria entender detalhadamente o que transformou uma criança dócil e inocente num perigoso e temido serial killer. Também iria conhecer como foram os primeiros anos de Hannibal Lecter na faculdade de medicina, os seus amores, as suas paixões e os gatilhos que fizeram com que ele optasse por  seguir o lado do crime. Certamente, o leitor que escolhesse essa sequência de leitura, iria desenvolver sentimentos de empatia e muita empatia com o personagem o que poderia torná-lo menos assustador nos livros seguintes.

Dessa forma, o leitor teria de pagar um preço considerável por conhecer, em primeira mão, os fatos que levaram o Dr. Lecter a se tornar um criminoso, incluindo algo que marcou profundamente, a sua infância. O preço, como já citei acima, seria um Lecter menos sombrio, assustador e até mesmo, menos impactante, ao longo do outros livros.

Cara, você vai amar o Dr. Lecter de Hannibal, A Origem do Mal e se não tomar cuidado... vai até mesmo querer adotar aquela criancinha inocente.

Agora se a galera começar a sua leitura por Dragão Vermelho, o primeiro livro da série lançado em 1981, o bicho pega. Na obra que abre a saga, Harris nos mostra um Lecter demoníaco, muito longe daquela criança inocente de Hannibal, A Origem do Mal e também daquele Lecter sutil e charmoso de O Silêncio dos Inocentes. O serial killer canibal aparece pouco na trama, já que o livro é focado em Will Graham, agente do FBI, que se vê obrigado a voltar a trabalhar para prender um assassino em série conhecido como Fada do Dente. Tudo seria muito fácil para Graham, se não tivesse passado por situações extremamente traumáticas enquanto atuava no FBI.

O enredo mostra como Graham conseguiu prender o Dr. Lecter, no passado; mas agora, ele precisa recorrer ao canibal para que o serial killer lhe ajude com o seu intelecto a prender o Fada do Dente.

Mesmo aparecendo pouco no enredo, Lecter mostra para o que veio. O autor narra em detalhes como foi a prisão traumática do personagem e como o agente do FBI quase pagou com a própria vida por isso. Aliás, ele continuará pagando e com um risco maior, após procurar o canibal na prisão para pedir ajuda. Como disse, ele encontrará um Lecter demoníaco e impiedoso.

No terceiro livro da saga, o personagem se mostra menos odioso e cruel. Estas duas características cedem espaço para o charme, a sutilidade, a inteligência e o finesse que fizeram de Hannibal Lecter um dos serial killers mais queridos da literatura ficcional.

Muitos fãs da saga perguntam como esse personagem caiu tanto no agrado dos leitores apesar de ser um perigoso assassino. Na minha opinião, um dos motivos foi o fato desses leitores terem lido primeiro “O Silêncio os Inocentes” e não “Dragão Vermelho” que mostra toda a faceta do mal do icônico personagem. Apesar de ter sido lançado sete anos antes de “O Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” passou praticamente despercebido dos leitores que só despertaram interesse pelo Dr. Lecter com o lançamento do filme de Jonathan Demme.

Quanto a ordem de leitura da saga, não sei se consegui esclarecer, mas vamos lá. Quer seguir a ordem cronológica dos fatos - mas ciente de que ao conhecer o personagem já adulto transformado num perigoso serial killer, o impacto será menor? Ok. Então leia respeitando essa sequência: Hannibal: A Origem do Mal, Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal. A outra opção é fazer a leitura de acordo com a ordem de publicação dos livros – Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal: A Origem do Mal, ciente de que irá encontrar, inicialmente, um Dr. Lecter maldoso, visceral e demoníaco, muito diferente daquele que você viu nas telas.

Há também uma terceira pção para ler a saga, começando pelo seu segundo livro, Silêncio dos Inocentes e depois seguindo a ordem normal de publicação, ou seja: Dragão Vermelho, Hannibal e A Origem do Mal. Aqueles que optarem por essa sequência conhecerão, primeiramente, um Lecter menos cruel e mais finesse, o que atenuará o choque do Lecter de Dragão Vermelho.

Taí, escolham de que forma desejam ler uma das sagas mais famosas da literatura e dos cinemas. Qualquer uma delas será benvinda e não atrapalhará o entendimento da trama.

 

01 junho 2025

A Empregada está de olho

Começo essa postagem já pedindo aos fãs da saga A Empregada de Freida McFadden para que esqueçam – mas um ‘esqueçam’ com todas as letras maiúsculas – da Millie dos dois primeiros livros (A Empregada e O Segredo do Empregada). A Millie de A Empregada Está de Olho é muito diferente; ela mudou demais. E na minha opinião, mudou para pior. Neste terceiro livro da saga não vemos aquela personagem ativa, arrojada, sem medo, perspicaz, capaz de enfrentar qualquer desafio. Pois é... a nossa Millie mudou.

No enredo de A Empregada Está de Olho já se passaram 20 anos dos acontecimentos do primeiro livro. E após essas duas décadas vemos uma Millie matrona, casada com Enzo e mãe de dois filhos: Nico, de 9 anos e Ada, de 11. Ela deixou para trás toda a sua impetuosidade e perspicácia. E foi justamente dessa impetuosidade e perspicácia que eu, como leitor, senti falta. Para se ter uma ideia do quanto ela mudou, em determinado capítulo, a personagem ficou embasbacada, completamente sem resposta, ao ser desafiada por um encanador que a acusava aos gritos – como não bastasse, ainda perto daquela víbora chamada Suzete - de lhe ter dado um cheque sem fundos. E para completar a humilhação, Suzete ainda fez questão de pagar o encanador e depois tirar um sarrinho na cara da Millie. Juro que fiquei puto da vida e exclamei: PQP! Cadê a minha Millie?!!!!!”

E já que mencionei a víbora da tal Suzete, aproveito também para acrescentar uma outra personagem – que se não víbora, pelo menos uma cobrinha – de nome Janice, ou seja, as duas novas vizinhas da nossa Empregada. Fiquei constrangido todas as vezes que as duas humilharam Millie. Suzete, aliás, chegou ao ponto de dar em cima do Enzo e na cara da Millie!!!

Fico imaginando o que teria acontecido com Suzete e Janice nos ‘velhos tempo’; as respostas afiadas que elas receberiam e que lhe fariam fechar a boca na hora.

Saudades de você Millie, mas da Millie do passado e não dessa nova versão, mas... tudo na vida muda, né? Fazer o que?!

Agora querem saber se eu gostei do livro? Gostei. - Ôpa!! Mas espera aí cara? Depois de tudo o que você escreveu acima, você ainda afirma que gostou da história? É muita incoerência!

Galera, calma aí; eu vou explicar porque essa linha de raciocínio não é assim tão incoerente. A Empregada Está de Olho é um dos raros livros em que você, apesar de se decepcionar com o personagem (s) principal (s) não se decepciona com o enredo; e o enredo desse – pelo menos, até agora - último livro da saga é muito bom. McFadden criou pequenas reviravoltas no decorrer do enredo quem conseguem manter os leitores ligados; plot twists pequenos, mas deliciosos. Outro  detalhe positivo é que alguns personagens não são o que aparentam ser; é aquela ‘coisa’ do tipo: “Putz, o cara fez isso?! Não acredito!!”. E, no meu caso, gosto muito de ser enganado pelo personagem de uma história; de ter sido feito bobo por ele. Adoro quando eu exclamo durante a leitura: “Caráculas! Não pode ser verdade!”. E o enredo desse terceiro livro da saga “A Empregada” tem pelo menos três surpresas que valem o selo “Não pode ser verdade!”: duas no meio da trama e outra no seu final.

Sydney Sweeney será Millie nos cinemas. O filme estreia nos Estados Unidos em dezembro de 2025

Por isso, não tem como eu criticar o enredo desenvolvido por McFadden; ele é muito bom, muito bem escrito. O que eu quis explicar logo no início do post é que fiquei decepcionado em ver uma Millie matrona, sossegada e sem aquela perspicácia que eu aprendi a definir como “perspicácia bandida” que desnorteava os seus ou as suas rivais.

Mas não fiquem pensando que ela amoleceu totalmente. No final, pelo menos ela mostra um pouco – não tudo, mas um pouco – dessa perspicácia ao confrontar a sua oponente. Tudo bem que ela não fez isso sozinha, mas com a ajuda de um parceiro (que por sinal, não foi o Enzo) mas, pelo menos, fez; e serviu para uma redenção da personagem, digamos que... meia boca.

Neste último livro da saga, como citei ,logo no início, já se se passaram 20 anos dos eventos que ‘rolaram’ no primeiro livro. Millie, agora casada com Enzo e com filhos, continua a enfrentar situações que a levam a questionar o que acontece ao seu redor, incluindo os seus vizinhos.

Nessa nova trama acompanhamos Millie e sua família se mudando para sua casa dos sonhos no subúrbio, onde acabam descobrindo que a vida fora da cidade grande não é tão tranquila quanto parece, muito menos segura.

Com a estranha família Lowell e sua empregada na casa ao lado, uma vizinha bisbilhoteira e paranóica do outro lado da rua, barulhos assustadores durante a madrugada e todos os membros da família mudando de comportamento sem motivo aparente, Millie começa a se perguntar se tomou a decisão certa ao se mudar.

Quando a empregada dos Lowells abre a porta, de avental branco e os cabelos presos num coque apertado, Millie está decidida a ser simpática, afinal, sabe exatamente como é estar nessa posição. Só que o olhar insistente dela lhe dá calafrios. E essa não é a única coisa esquisita no novo bairro. Millie passa a ver uma figura sinistra sempre à espreita, observando sua família, e, para piorar, seu marido começa a fazer passeios noturnos misteriosos. Como se não bastasse, a vizinha do outro lado da rua a adverte: “Se eu fosse você, tomaria cuidado com aquela mulher.”

Enfim, trata-se de um bairro muito louco, com vizinhos estranhos, com alguns deles guardando segredos perigosos, aliás... muito perigosos.

Enfim, é isso aí. Não gostei da nova versão da Millie, mas gostei do enredo.

Inté!

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