Me desculpem, mas neste dia preciso desabafar; e
desabafar para mim, significa “boicotar” uma resenha, uma lista ou então um
comentário literário em prol de uma divagação neste blog. Um dia desses, um
amigo meu, muito chegado e também leitor desse espaço, me disse num tom meio de
troça: “por que você não troca o nome do seu blog para Livros e Divagações”?
Ahahahahaha! Achei engraçado naquele momento, mas depois refletindo com mais
tranquilidade, cheguei à conclusão de que nem todas as pessoas que seguem a
minha página na Internet aceitam muito bem essas minhas... digamos: “viagens
fora de orbita”, quero dizer da órbita literária. Se você é uma dessas pessoas, me perdoe, mas
hoje preciso de uma válvula de escape e para mim, divagar no blog – não sempre,
é claro – é a minha melhor válvula de escape. Já revelei em postagens
anteriores que cada vez que “jogo conversa fora”, expondo algumas situações que
estou vivendo em minha vida é como se estivesse conversando com cada um dos
meus seguidores numa mesa de bar, num happy hour, etc. Tenho essa sensação; sei
lá, me sinto bem, mais aliviado. ‘Entonce’, lá vamos nós (rs).
Nestes últimos dias, tenho percebido que Lulu está
muito triste. Por isso, lhe perguntei o que estava acontecendo e
coincidentemente o motivo de sua aparente tristeza é o mesmo motivo da minha
não aparente tristeza. Vou explicar melhor. Lulu é muito autentica em seus
sentimentos; ela não consegue mascará-los. “Se estou triste, estou triste e
pronto; se estou zangada, estou zangada e pronto” e assim por diante. Acho que
é por isso, que na maioria das vezes, ela está sempre de bem com a vida. A sua
“panela” está sempre com a pressão baixa. Já no meu caso, é diferente. Não sei
se por causa da minha profissão, eu acabo sendo obrigado a guardar numa gaveta
dentro da minha cabeça uma série de acontecimentos negativos que muitas vezes
sou obrigado a presenciar, mesmo não querendo presenciá-los. E isso vai se acumulando,
acumulando, acumlando e por mais triste que eu esteja, por dentro,
aparentemente eu não consigo expressar essa tristeza ou preocupações.
Entenderam agora porque, uma vez ou outra, cá estou eu, aqui no blog,
divagando? Pois é, nesses momentos ele faz o papel da minha válvula de escape;
e confesso que ele me ajudou muito, principalmente nos últimos momentos do meu
pai, o grande Kid Tourão, já conhecido por todos aqueles que acompanham o
“Livros e Opinião” há vários anos. Antes e também depois de sua “passagem”,
falei muito dele nesse espaço. (é só ver aqui, aqui, novamente aqui e mais aqui)
Ok, mas vamos ao que interessa. Estava expondo que o
motivo da tristeza de Lulu era (ou melhor, é) o mesmo que o meu. Este motivo
diz respeito a saúde de seu filho que, por sua vez, é meu enteado. Não há
necessidade de revelar o seu nome, basta apenas dizer que ele é uma pessoa
maravilhosa e iluminada apesar de carregar em seu ombro o fardo de uma
esquizofrenia paranoide somadas a diabete e obesidade – excetuando a obesidade,
seu pai tinha os mesmos problemas. Há pouco tempo a sua saúde deu uma
complicada e agora, estamos correndo atrás do prejuízo. Além disso, pintou um
segundo problema: Lulu trabalha na mesma empresa que eu, mas em um setor
diferente. Tivemos troca de diretores e o “negócio” degringolou com a chegada
dos dois novos administradores. Um deles é omisso, enquanto o outro é um
ditador aluado; aluado porque toma decisões lunáticas dentro de um setor o qual
não tem nenhum domínio técnico. Tanto ela quanto eu, nesse atual momento de
nossas vidas profissionais, estamos “comendo o pão que a diabo amassou; sem
contar o problema de saúde do meu enteado.
Tudo isso que eu revelei para vocês aponta para o
título dessa postagem. Aguenta aí galera, prometo que serei breve. Tanto eu
quanto Lulu encaramos a nossa vida como uma viagem de trem. Uma viagem, cheia
de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de
surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas
com os desembarques. Com certeza, em algumas estações que esse trem parar, as
tristezas irão embarcar e a alegria, por sua vez, desembarcará; mas o trem fará
parada em outras estações. E nessas novas estações, as essas mesmas tristezas
que estavam presentes, ocupando alguns assentos, irão embora, cedendo lugar
para as alegrias que irão embarcar. Assim é a nossa vida, como esse trem que eu
tenho o hábito de chamar de trem da vida.
Esse trem nos ensina que temos que aproveitar cada passagem
“Up” de nossas vidas, por menores que sejam. Se ficarmos gravitando em torno
dos nossos problemas, ignorando esses os momentos especiais que sempre passam
por nós, a “coisa” enrosca e então, abrimos a porta do trem para que a dona
Depressão entre nele e ocupe o lugar – que está vago – bem ao nosso lado.
Vou revelar algo. Quando percebo que estou dando muita
trela para os problemas que me cercam, esquecendo de se conectar com a energia
positiva dos meus amigos e familiares, imediatamente penso num trecho da música
Trem-Bala da compositora Ana Vilella e, então, mudo minha visão de vida.
O trecho que mexe comigo é esse: “Segura teu filho no colo. Sorria e abrace teus pais enquanto estão
aqui. Que a vida é trem-bala, parceiro. E a gente é só passageiro prestes a
partir”. Entenda “teu filho” e “teus pais” também como “teus irmãos”,
“teus amigos”, “tua mulher”, “Teu marido”.
Afinal de contas, são tantos “teus especiais” que nós temos em nossas
vidas, não é?
Inté galera!
Nas próximas postagens, prometo retornar com as
resenhas, listas e afins (rs).
2 comentários
Fiquei imensamente emocionada com a sua postagem. A vida é uma viagem, cujas bagagens podem estar cheia de lembranças amargas ou doces, ruins ou boas. Desde que a minha avó faleceu tento ver a vida por um prisma diferente. Quero guardar em minha memória apenas aquilo que me traz esperança. Força, amigo. Tudo há de dar certo contigo e com a tua família.
ResponderExcluirObrigado Sammy! Força para todos nós. Também procuro guardar na memória os bons momentos dessa viagem nesse trem-bala. Abraços!
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