Decepcionante. Após ter devorado “O Dia do Chacal” e
“O Dossiê Odessa” fui com tanta sede ao pote que me estrepei; e por inteiro.
Queria ter encontrado o mesmo Frederick Forsyth dos outros dois romances
fenomenais. Talvez por isso, a minha decepção tenha sido incomensurável.
Acredito que uma das qualidades de Forsyth que falta
para a maioria dos outros autores é criar um enredo com inúmeras tramas
paralelas e distintas que não se perdem
durante todo o desenrolar da história e que se unem num final surpreendente.
Este estilo de escrita que muitos escritores famosos e endeusados pela crítica
não conhecem, sobra em Forsyth. Por isso, mergulhei de cabeça em “O Afegão” que
não tinha nenhuma dessas qualidades.
Enquanto “O Dia do Chacal” prende o leitor,
deixando-o desesperadamente impaciente para saber o que acontecerá com alguns
personagens, em “O Afegão” a obviedade é latente. A história não passa de uma
aventura morna e pior: com personagens nada carismáticos. A trama,
literalmente, se arrasta do início ao fim.
Acredito que a pior coisa que pode acontecer com o
enredo de um romance é a tal da obviedade, que eu disse acima, ou seja, a trama
é tão escancarada que você já sabe o que vai rolar no início, no meio e no
final da trama. E foi esse desastre que aconteceu em “O Afegão”.
Na trama, os serviços de inteligência inglês e
norte-americano acabam de receber uma informação bombástica de que um atentado
terrorista da rede al-Qaeda está perto de acontecer. Não há pistas de quando,
onde e nem por quem. As autoridades de segurança não possuem fontes dentro da
organização de Osama Bin Laden; então alguém tem a idéia de infiltrar na rede
terrorista, Mike Martin, um veterano coronel britânico. Ele tentará se passar
por Izmat Khan, alto oficial afegão do Talibã, prisioneiro há cinco anos em
Guantánamo.
Martin foi nascido e criado no Iraque o que
facilitaria a sua transformação em um talibã. Assim, numa tentativa de evitar o
desastroso ataque, os serviços de inteligência tentarão aquilo que ninguém
jamais imaginaria: fazer Mike Martin se passar por Izmar Khan.
O curioso é que a idéia inicial de Forsyth foi
fantástica e tinha tudo para se transformar num bestseller, mas o tiro acabou
saindo pela culatra.
Infelizmente.
Postar um comentário