O Perfume - A História de Um Assassino

28 dezembro 2016
O maior erro cometido por algumas pessoas que leram “O Perfume - A História de Um Assassino”, do escritor alemão Patrick Suskind, e se decepcionaram foi ter acreditado que se tratava de uma obra de terror ou suspense. O enredo, magistralmente, criado por Suskind é um drama; e daqueles muito bem escritos. Quanto ao terror, melhor esquecer. O Suspense? Vá com calma porque ele chega, mas em doses homeopáticas. Bem, mas nem por isso o livro é ruim ou amorfo, pelo contrário, como já disse no início do post, o enredo é excelente e consegue prender a atenção do leitor.
A história que tem como cenário a Paris do século XVIII  gira em torno de Jean-Baptiste Grenouille, um garoto francês que viveu num orfanato com regras rígidas. Sua infância foi catastrófica e logo ao nascer foi abandonado pela mãe que não o queria de maneira alguma. Ele veio ao mundo no meio do fedor de um mercado de peixe, onde sua mãe trabalhava como vendedora.  Ao dar a luz, ela pegou o bebê e o jogou no meio das vísceras que os limpadores extraiam dos peixes e amontoavam num canto do mercado: um verdadeiro lixão com uma fedentina insuportável. Mas o choro de Jean-Baptiste fez com que fosse descoberto pelos presentes na feira. Sua mãe acabou presa e condenada a morte. O nosso futuro serial killer foi entregue aos cuidados de uma madame que tinha o péssimo hábito de explorar crianças órfãs. Cara! Quer infância pior do que esta! Uma verdadeira escola para homicidas.
Jean-Baptiste cresceu e logo descobriu que possuia um dom incomum: a capacidade de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Um detalhe: ele mesmo não tem odor nenhum: nem ruim, nem bom, simplesmente nasceu sem cheiro. Ele também não possui sentimentos. Amor, ódio, paixão, tristeza ou alegria.
Ao descobrir o seu raro dom olfativo, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. A partir daí, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos, nem que seja por meio de assassinatos em série. Sua intenção é criar um perfume que faça dele uma pessoa atraente, capaz de ser notada  e amada por toda a sociedade.
Suas vítimas preferidas são donzelas, independente de classe social, bastam ter um odor que agrade o assassino.
Após matar as mulheres, ele espalha uma massa de banha em seus corpos para impregná-la com os seus odores. Depois, utilizando o seu dom de perfumista, transforma essa massa impregnada de ‘cheiros’ em perfumes.
Atentem para o final do livro. Nas últimas páginas, você passa a compreender qual é a verdadeira intenção de Jean-Baptiste.
Os leitores que gostam de um final surpreendente e, principalmente, de um bom drama, sem dúvida, terão um prato cheio.
Ah! E para aqueles que criticam a obra, só posso dizer o seguinte: se o livro fosse ruim, não teria conseguido vender 15 milhões de exemplares em quarenta idiomas, além de ser adaptado para os cinemas contando com uma constelação de feras, tais como Dustin Hoffman, Alan Hickman e Ben Whishaw (o novo Q dos filmes de James Bond)!!

Pontaço para Suskind que caprichou no enredo.

Um comentário

  1. Não tive a oportunidade de ter conhecido o livro antes do filme ( inclusive só agora descobri a existência do livro ) e como via de regra o livro SEMPRE é melhor que o filme, creio que, quem o desabone não saiba apreciar uma ótima história.

    ResponderExcluir

Instagram