10 escritores famosos que tiveram uma morte bizarra ou misteriosa

11 dezembro 2016
A ‘Dona Morte’, às vezes, gosta de brincar com os seus escolhidos. É nessas horas que vemos, ouvimos ou lemos nos meios de comunicação de massa, casos de pessoas que partiram desse mundo de uma forma, digamos que: bizarra. Quantas vezes você tomou conhecimento daquele cantor, artista ou até mesmo de um conhecido que morreu da forma mais incomum possível? Pois é, o cara partiu dessa para melhor, mas de um jeito maluco, completamente surreal.
Mas a “Dona Morte’ também pode ser enigmática e ‘fuzilar’ os seus eleitos com uma ‘passagem’ cercada de mistérios.
Sei que muitos leitores poderão achar o tema desse post macabro ou então agourento, segundo os mais supersticiosos, mas mesmo assim resolvi fazer uma lista de 10 escritores famosos que tiveram uma morte bizarra ou misteriosa.
Como surgiu a idéia? Olha, ela simplesmente surgiu. Entenda como um insight. Aquelas idéias que surgem, de repente, e que à principio você as julga meio amalucadas, mas depois percebe que são verdadeiras jóias raras.
Portanto, chega de lenga-lenga e vamos ao que interessa, ou seja, a nossa lista com os 10 escritores conhecidos que morreram de uma maneira excêntrica ou violenta.
01 – Julien Offray de La Mettrie
Julien Offray de La Mettrie foi um médico e filósofo francês e um dos primeiros escritores a escrever sobre o materialismo na era do iluminismo. Ele é considerado o fundador da ciência cognitiva.
La Mettrie morreu em 1751 no meio de um banquete que o embaixador Frances Tirconnel ofereceu em sua homenagem, após o médico o ter curado de uma grave doença. Pois é galera, feliz da vida e com a saúde recuperada, Tirconnel  decidiu pagar a sua divida de gratidão com La Mettrie lhe servindo um caprichado jantar ou almoço (sei lá a que horas aconteceu a festança) sem saber que estava assinando a sentença de morte do seu salvador.
Bem, vamos aos detalhes do que ‘rolou’ nesse banquete. Comenta-se que La Mettrie quis mostrar a sua potência estomacal comendo um monte de patê de trufas. Acho que ele teria dito: “Deixe-me ver quantos litros de patê a minha pança agüenta”. Resultado:  desenvolveu uma forte febre que levou-lhe ao delírio e faleceu em seguida. Dizem que morreu na mesa, no meio do banquete em sua homenagem. Será que ele sabia que a gula é pecado capital?
02 – Crisipo de Solis
Mais uma morte bizarra. E bota bizarra nisso! Crisipo foi um filósofo grego, considerado um dos maiores expoentes do estoicismo. Ele é considerado o responsável pela sistematização e divulgação das doutrinas da escola. Alguns afirmam que escreveu mais de setecentos livros. Deste total, sobreviveram só alguns fragmentos.
Este senhor era considerado um gênio na Grécia antiga, um filósofo e escritor de respeito, mas apesar de sua inteligência teve uma morte ‘besta’. Acredite se quiser, mas é verdade: o sujeito morreu de tanto rir por causa de um burro. A crise de riso fatal aconteceu no ano 206 a.C após o filósofo ter dado vinho e figo ao seu animal. Como o burrico ficou embriagado, não conseguia comer os figos; creio que só babava neles. Esta cena foi o suficiente para matar Crisipo de tanto rir.
03 – Tennessee Williams
Este cara foi o cara. Escreveu obras antológicas que viraram peças teatrais e filmes de grande sucesso. Aliás, além de escritor, Tennessee Williams foi um grande dramaturgo. Entre suas obras encontram-se: “Um Bonde Chamada Desejo”, “O Anjo de Pedra”, “Moise e o Mundo da razão”, entre outros.
Os seus textos ainda podem ser encontradas facilmente nas livrarias e sebos de todo o País.
O escritor e dramaturgo norte-americano morreu em 25 de fevereiro de 1983, aos 71 anos de idade,  em seu quarto no Hotel Elysee, em Nova York. Ele se engasgou com uma tampa de plástico do tipo usado em frascos de colírio. O relatório policial, entretanto, sugeriu que o uso de barbitúricos e álcool encontrados no quarto, contribuiu para sua morte visto que isso pode ter diminuído os seus reflexos.
A tampa do vidro de colírio teria caído do frasco direto para a sua garganta no momento em que ele tentava lubrificar os seus olhos. Não me pergunte como isso aconteceu.
04 – Edgar Allan Poe
Tá bom.  Vai me dizer que você acreditava que só as histórias de Edgar Allan Poe eram cheias de mistérios e que ele tinha uma vida normal, bem tranquilinha? Sinto lhe dizer que você está redondamente enganado.
O famoso autor de mistério e terror teve uma vida muuuuito misteriosa e estranha. Cara, bota misteriosa e estranha nisso! Pra começar, Poe só vivia do que escrevia o que já lhe dava pouca estabilidade financeira. O autor americano urrava, suava, pastava para pagar a suas contas.
Por  influencia dessa vida difícil, certo dia ele foi encontrado perambulando por Baltimore, "claramente perturbado". Foi levado ao hospital às pressas, onde morreu pouco tempo depois. O mistério é que ninguém até hoje sabe as causas ou a causa de sua morte. Segundo os estudiosos da vida do autor, as mais possíveis são o excesso de álcool e drogas, tuberculose e até suicídio. Mas as teorias conspiratórias não param por aí. Uma das hipóteses mais aceitas é que Poe foi vítima de "cooping", uma ação eleitoral truculenta, organizada por gangues, que capturava pessoas aleatórias (em geral, as que estavam à margem da sociedade) e as forçava a votar inúmeras vezes em um único candidato. Para isso, a gangue embebedava as vítimas, para que não resistissem tanto à agressão. Como o escritor morreu em um ano eleitoral, isso explicaria por que ele foi encontrado em forma tão lastimável no dia de sua morte. Em seu atestado de óbito, consta que Poe morreu de "congestão cerebral".
Apesar dessas teorias conspiratórias, ninguém conseguiu descobrir, até agora, como Poe deixou esse mundo.
05 – Manuel Batista Cepelos
As mortes esquisitas ou misteriosas também assombraram os escritores brasileiros. É o caso do carioca Manuel Batista Cepelos que teve uma morte com requintes de tragédia grega. Mas quem foi essa figura literária tupiniquim que muitos leitores jovens desconhecem?
Cepelos foi um poeta, tradutor e romancista que também trabalhava como policial, advogado e promotor público. Resumindo: o cara ‘assobiava e também chupava cana, tudo ao mesmo tempo’.
Ele ficou notabilizado por suas traduções, especialmente de poemas de Stephane Mallarmé. Foi provavelmente o primeiro a publicar uma tradução deste poeta em livro no Brasil, posto que a única tradução anterior de um trabalho de Mallarmé saiu em revista, não coincidindo com as obras traduzidas pelo poeta paulista. Enveredou também pelo romance realista, publicando “O vil metal”, em 1910, que foi muito bem recebido pela crítica.
Cepelos fez grande amizade com o senador Peixoto Gomide que passou a ser o seu padrinho político. Devido a esta convivência, o poeta conheceu a filha do senador por quem se apaixonou, chegando ao ponto de marcar a data do casamento. Porém, o parlamentar , num gesto de extremo descontrole assassinou a filha e em seguida se suicidou, revelando antes que os noivos eram irmãos. Chocado e deprimido, o poeta mudou-se para o Rio de Janeiro. Cepelos foi encontrado morto junto às pedras da praia que existia na rua Pedro Américo, no Catete. Não se sabe, até hoje, se teria se suicidado ou caído acidentalmente. 
06 – Ambrose Bierce
Ambrose Bierce já nasceu cercado pelo mistério e o humor negro. Considerado um dos mestres da literatura de terror juntamente com H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe, a sua vida e morte foi cercada de incógnitas.  Sua família era um tanto excêntrica e o seu pai, um sujeito muito estranho. O ‘papi’ era um fanático religioso dominado pela mulher e apaixonado pela poesia. Teve 13 filhos (Bierce era o décimo). Os três irmãos que nasceram depois de Bierce morreram e ele ficou sendo o caçula. O clima entre os manos era muito antagônico o que transformava o ambiente em casa numa guerra aberta e permanente. Um deles se rebelou contra o fanatismo religioso da família e fugiu para se tornar artista de circo; ao contrário de uma irmã, que após ter assumido até a ‘ultima gota’ esse fanatismo, foi ser missionária na África, onde teria sido comida por canibais.
A exemplo de sua vida familiar, a morte de Bierce também foi sui generis. Ele simplesmente sumiu! Verdade, sem deixar rastro. Até hoje não sabem onde está o seu corpo!
Acredita-se que Bierce tenha falecido aos 71 anos em 1913 ao partir em viagem para o México sem deixar rastros.  Uma tese popular diz que ele teria sido fuzilado pelos revolucionários de Pancho Villa.
Bierce tornou-se personagem de si mesmo, saindo da vida para entrar em suas próprias histórias.
07 – Ésquilo
Com todo o respeito e que Deus o tenha, mas a morte desse famoso dramaturgo grego, autor de peças famosas, foi muito engraçada, digna de uma tragicomédia da Grécia antiga.
Como ocorreu? Ok, eu conto. Reza a lenda que no ano 456 a.C. o nosso glorioso Ésquilo estava em Gela, na ilha de Sicília, tranquilo ao sol, encontrando inspiração para escrever mais uma peça, quando um abutre-barbudo, também conhecido por ‘quebra-ossos’, confundindo a vasta careca do grego com um ovo, deixou cair um osso em sua cabeça matando-o. O abutre-barbudo é conhecido por jogar ossos em cima de ovos para quebrá-los.
Pode um treco desses?!
08 – Georgi Markov
A história da morte do escritor búlgaro Georgi Markov também é muito bizarra. Seus textos que saíam nos jornais não agradaram o governo da época e ele começou a ser perseguido pela polícia secreta da Bulgária e pela KGB em 1978. Tentaram matar o sujeito duas vezes, mas só conseguiram na terceira.
Markov estava atravessando a ponte de Waterloo para pegar o ônibus para a BBC, onde trabalhava, quando sentiu uma dor aguda na coxa, como se fosse uma picada de inseto. Olhou para trás e viu um homem pegando um guarda-chuva do chão, saindo correndo e entrando em um táxi. O escritor morreu em 11 de setembro de 1978, quatro dias após receber a estocada fatal de um guarda-chuva envenenado. Causa da morte? Envenenamento por ricina.
09 – Machado de Assis
Machado de Assis, considerado um dos imortais da literatura brasileira, era epilético e padecia com as graves crises provocadas pela doença. O autor de “Dom Casmurro” e fundador da Academia Brasileira de Letras, porém, não admitia falar com ninguém sobre os ataques e até evitava pronunciar o nome da doença. Nem mesmo os seus amigos mais íntimos sabiam que ele sofria com esse distúrbio.
Apesar de nunca ter sido diagnosticado clinicamente com o mal, os seus biógrafos são unânimes quanto ao fato. 
As convulsões faziam com que o escritor, às vezes, mordesse a própria língua, o que provocava feridas. Quando alguém o questionava sobre sua dificuldade em falar – provocada pelas feridas da mordedura -, justificava: “Estas aftas! Estas aftas!”.
Em seus últimos dias, morreu com uma úlcera cancerosa na boca, derivada de seus diversos ataques epiléticos e que lhe impedia de ingerir qualquer alimento sólido.
10 – Francis Bacon
Este político, escritor, filósofo e cientista foi uma das maiores feras do século XVI. É tido como o fundador da ciência moderna. Inclusive houve rumores que havia escrito algumas das obras de Shakespeare. Porém, a sua morte idiota não condiz em nada com a sua ‘folha de virtudes’, indo totalmente contra a sua inteligência e brilhantismo.
Man, creia só o que o cara aprontou. Ele morreu recheando uma galinha com neve. Sério! Em uma tarde de 1625, Bacon estava olhando uma tormenta de neve e pensou que a neve poderia conservar a carne da mesma forma que o sal. Decidido a provar, comprou uma galinha em uma vila próxima, a matou e foi para fora de casa para ver como a galinha coberta de neve se congelava. A galinha nunca se congelou, mas Francis Bacon sim. A façanha resultou em uma pneumonia que o levaria a morte.
Bacon...  Bacon... Bacon...

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