Não
vou ficar enaltecendo neste post as qualidades do livro “Eu, Christiane F.. 13
anos, Drogada e Prostituída”, mesmo porque pretendo escrever algo específico,
brevemente, aqui no Livros e Opinião. Por ora basta dizer que o livro, apesar
de ter sido lançado há 36 anos, não perdeu o seu impacto e atualidade. Mas... e
como estará hoje a personagem real que inspirou a obra escrita pelos
jornalistas Kai Hermann e Horst
Hieck em 1978? O que ela fez após o lançamento e sucesso do livro, durante
essas mais de três décadas e meia? Voltou aos tóxicos ou se recuperou, não
vindo a sofrer nenhuma recaída? Está viva? Tem filhos?
Acredito, que somente aqueles que leram o livro
na época de seu lançamento – assim como eu e todos aqueles da minha geração –
estejam com essas perguntas entaladas na garganta, desesperadamente loucos para
conhecer as respostas e ainda mais quando essas respostas saem da boca da
própria Christiane.
Pois é, tenho boas notícias para essa galera
“adolescentes de ontem-balzaquinos de hoje”: já está à venda o livro “Eu,
Christiane F., A Vida Apesar de Tudo”, onde Christiane Vera Felscherinow, ou
simplesmente ‘Christiane F.’, abre o jogo e conta como foi a sua vida desde que
conheceu o sucesso.
Ainda não comprei o livro, por isso não posso dizer se ele tem
o mesmo impacto de seu antecessor, mas zapeando na Net as opiniões de alguns
críticos literários, parece que a obra não decepcionou.
“Eu, Christiane F., A Vida Apesar de Tudo” demorou mais de três anos para ser escrito e
Christiane convidou a escritora Sonja Vukovic para organizar os seus rascunhos.
Pelo que eu pude pesquisar. Vukovic disse que só aceitaria escrever a obra se
Christiane abrisse o seu coração e fosse sincera ao extremo respondendo a tudo
o que ela perguntasse. Tudo indica que a escritora não queria fazer um livro
que apelasse para o sentimentalismo barato colocando a personagem como vítima
da sociedade ou então uma obra que funcionasse como canal de lobby para uma drogada
e ex-prostituta, pintando-a como um mártir ou santa do pau oco. Resultado, o
livro não nega fogo e faz uma devassa na vida da moça alemã. Por exemplo, Christiane
revela a Vukovic que passados mais de 35 anos, ela não conseguiu abandonar o vício e no momento em que descobriu ter uma
hepatite C devorando o seu fígado decidiu contar a sua vida. Ela ‘vomita’
verdades estarrecedoras em sua biografia, entre as quais que com apenas 12 anos
já havia provado haxixe, depois mudou para heroína com 13 e aos 14 já estava se
prostituindo para poder ‘pagar’ o vício. A sua avó ainda tentou ‘salvar’ a sua
vida, trazendo a menina para morar com ela, mas de nada adiantou, já que Christiane
acabou sendo condenada por envolvimento com drogas. A partir daí, colecionou
abortos e relacionamentos complicados.
Christiane F. nos tempos atuais |
Afirma que experimentou todos os tóxicos
possíveis e impossíveis, sendo o ecstasy o mais recente. Revela que apesar de
ter abandonado a prostituição, jamais conseguiu deixar o vício das drogas o que
culminou com a sentença de morte de seu fígado e consequentemente de sua vida
num futuro não muito distante.
Christiane diz também que nada doeu mais em sua
vida do que a perda da guarda de seu filho, hoje com 17 anos. A Justiça a
considerou uma mãe inapta para cuidar da criança (na época).
O livro desenterra as origens familiares de
Christiane, ou seja, como era o seu relacionamento com os pais. Ela relata a
violência física e moral com que o pai tratava a família,chegando ao ponto de
negar que tinha esposa e filha na frente dos amigos.
Enfim galera, revelações de deixar o queixo
caído. Por tudo isso, a obra promete ter o mesmo impacto de sua antecessora de
36 anos atrás.
“Eu, Christiane F., A Vida Apesar de Tudo” lançado pela Bertrand Brasil tem 266
páginas e pode ser encontrado na maioria das livrarias físicas e virtuais por
menos de R$ 30,00.
Entonce, quer dar uma conferida?
3 comentários
Eu li, e vale cada palavra, assim como seu antecessor te prende, impacta, e deixa sem ar. Apesar de se perder um pouco no tempo em algumas partes, creio que seja a própria Christiane que se perde, mas é como o anterior, queremos logo virar a página e ver o que houve. "Comi" o livro, e já estou com saudades dele.
ResponderExcluirCom certeza você leu o primeiro livro de Cristiane; e como você já escreveu, o segundo não é diferente. Correto, a palavra certa é impactante... ele, de fato, provoca impacto.
ExcluirAbcs!
Muito bom livro! Adorei
ResponderExcluir