Há livros, cujos roteiros já estão ali escancarados
para serem adaptados para o cinema. Histórias que não precisam nem mesmo de
roteiristas para serem mudadas, porque elas já estão prontas para saírem das
páginas direto para as telas. O que estou querendo dizer é que os enredos dessas
obras literárias foram feitas para ‘virar’ filmes, mas por um motivo ou outro,
acabam sendo preteridas pelos todos poderosos produtores da Meca do cinema. E
assim galera, perdemos a oportunidade de nos deliciarmos com produções
cinematográficas que tinham grandes possibilidades de se tornarem blockbusters.
Paciência....
“Ponto de Impacto”, de Dan Brown, lançado em 2005 no
Brasil pela editora Sextante, quatro anos após a sua publicação no mercado americano, tem essa
característica peculiar de prender o leitor da primeira à última página. E por
falar em última página... Putz, putz e super-putz novamente!! Caraca, que
final! Daqueles de derrubar o queixo, mas afinal de contas, tudo na história é
para derrubar não só o queixo, mas a queixada inteira. Acho que Dan Brown
resolveu brincar ou tirar o sarro (no bom sentido) com a cara dos seus leitores no momento em que
escreveu esse livro. Cada capítulo apresenta uma reviravolta do tipo 360 graus.
Quem você pensava que era isso não é isso, mas é aquilo... o fulano que você
jamais imaginava que fosse tomar certa atitude, vai lá e toma a tal atitude lhe
deixando completamente pasmada... o que é fraude deixa de ser fraude e o que é verdadeiro
passa a ser fraude... Bruuuuuuuu!! Hiiiiiiiii!! Priiiiiiiiiii!! Biluuuuu!!!
Você deve estar pensando que enlouqueci. Cara, tô louco não; acontece que tudo
isso que acabei de escrever é a essência do contexto da obra. E quer saber de
uma coisa? Essas reviravoltas amalucadas de Brown – mas muito perspicazes e
inteligentes – fazem de “Ponto de Impacto” um livro impar, muito melhor do que
as aventuras de Robert Langdon e suas heroínas baluartes. As histórias do
famoso simbologista de Harvard cansam em alguns momentos, obrigando o leitor a
dar uma espreguiçada na poltrona, deixando o livro com um marcador de página na
mesa e saindo para um happy hour com os amigos; já com “Ponto de Impacto”, essa
atitude é impensável, afinal de contas, abandonar temporariamente a leitura “it’s
impossible”, por causa da ação desenfreada semelhante a uma montanha russa e
também devido as maledetas reviravoltas que são despejadas pelo autor aos borbulhões.
Quando eu pensava em deixar o livro para ir dormir, lá vinha uma dessas
surpresas e dessa forma, o garotão continuava a sua leitura. Resultado: passei
duas madrugadas insones, mas valeu à pena.
Outro detalhe importante que gostaria de lembrar é a
química perfeita existente entre o casal de protagonistas Raquel Sexton e
Michael Tolland. Eles, simplesmente arrasam. Tipo a dupla de personagens que
faz bem para o leitor, já que um não quer ser mais que o outro ou então sem
aqueles ataques de feminismo ou machismo. O lema é o seguinte: “Vamos descobrir
o que está acontecendo juntos, sem essa de que eu ou você é o melhor ou o mais
esperto”.
Em “Ponto de Impacto”, Brown elaborou uma deliciosa e apetitosa salada
russa, juntando ingredientes como ficção científica, política, suspense, ação e
tendo por sobremesa uma tensa e arraigada teoria da conspiração.
Tudo começa quando a NASA encontra um enorme
meteorito enterrado na geleira Milne, no alto Ártico, contendo fósseis – uma
prova irrefutável da existência de vida extraterrestre - as autoridades políticas
americanas se movimentam para tomar vantagem de tal acontecimento. O fascinante
achado acontece exatamente quando a NASA se tornou uma questão central na
disputa pela presidência que está para acontecer. O candidato à reeleição, o
presidente Zachary Herney, vem perdendo pontos com os ataques de seu oponente,
o senador Sedgwick Sexton, à ineficiência e aos gastos excessivos da agência
espacial.
Para evitar especulações sobre a autenticidade do
meteorito, a Casa Branca convoca Rachel Sexton, analista do NRO – o Escritório
Nacional de Reconhecimento – e filha do adversário do presidente, para
verificar os dados levantados pela NASA. Além dela, quatro renomados cientistas
são enviados para o Ártico, entre eles o oceanógrafo e apresentador de TV
Michael Tolland.
Mas quando suspeitas de fraude surgem, os cientistas
passam a ser caçados por uma equipe de assassinos profissionais, controlada à
distância por um inimigo poderoso. Tentando escapar da morte, Rachel e Michael
enfrentam os perigos da gelada paisagem do Ártico e inúmeras outras ameaças
enquanto tentam descobrir quem se esconde por trás dessa genial armação.
Galera é isso aí. “Ponto de Impacto” é o tipo do
livro para ser comprado, mesmo que você tenha nos bolsos apenas o dinheiro do
almoço. Vale à pena.
Inté!
Um comentário
Um dos meus favoritos do Dan Brown. Lembro que fiquei vidrado nele lá pelos idos de 2006, não conseguia para de ler e o tal vento catabático nunca saiu da minha mente... kkkkkkkkkkkkkkk... Tendo lido todas as obras do autor, as dividia em dois segmentos (o composto por este e Fortaleza Digital que são inteiramente dinâmicos e a trilogia de Langdon, mais acadêmicos e com partes morosas) distintos de um mesmo autor. Mas ele conseguiu, em Inferno, mesclar a energia e vibração de Ponto de Impacto com a historicidade das narrativas de Langdon. Bela postagem, este Ponto de Impacto é um "livraço"... Abraços!
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