Se hoje eu morro de rir dos filmes de zumbis, no
passado eu morria de medo. Culpa de George A. Romero e do seu “A Volta dos Mortos
Vivos”. Quando assisti esse filme tinha os meus 12 anos e só faltei entrar
debaixo da poltrona do cinema. Gente, que saudades daquele tempo em que não
perdia uma sessão de fim de semana no saudoso Cine São Salvador da extinta
(creio eu) Empresa Teatral Pedutti. Mesmo a produção sendo censurada para as crianças,
o menino aqui acaba sempre driblando o porteiro, graças a amizade do meu irmão
mais velho (que assistia aos filmes junto comigo) com o gerente do cinema. Que
saudades galera! Tô sendo sincero; a emoção bateu com tudo aqui no peito. Me
desculpem, mas vou divagar um pouco, não tem como evitar galera. Era aquela
época em que não existiam cartazes dos filmes, pelo menos nas cidades pequenas,
então, os cinemas contratavam pintores para desenhar detalhes do filme numa
tela toda branca que ficava afixada nas paredes externas do prédio. Na cidade
em que morava tinha um japonês ‘fantastic’. O cara usava aquelas boininhas de
pintor e ‘despejava’ nas telas verdadeiras obras de arte. Parece que estou
vendo o japonezinho baixinho, meio corcundinha, com uma barbichinha no queixo e
‘trepado’ numa escada elaborando os traços mágicos do filme. As pinturas que
mais me marcaram foram “A Sétima Viagem de Simbad” e “A Noite dos Mortos Vivos”.
Quando passei na frente do cinema e vi o japa
pintando um zumbi todo torto com um pedaço de alguma coisa sanguinolenta nas
mãos, fiquei impressionado e pedi ao o meu irmão para usar a sua influencia
junto ao gerentão. E lá fomos nós.
Cara, gostei tanto do filme que mesmo após tantos
anos, o roteiro desenvolvido por John Russo e o próprio Romero ainda me
assusta. Fato que não ocorre com os monstrengos de Residente Evil, Walking Dead
e Guerra Mundial Z. Sei lá, acho os zumbis de hoje muito rápidos, capazes de
escalar paredes, subir muros, dar pulos acrobáticos, cambalhotas, virar a cabeça
para trás como a ‘Reagan Possuída’ de “O Exorcista”. Meu! Os caras abusam dos
ilimitados efeitos do nosso amigo computer.
Os zumbis do passado, quer dizer,
os zumbis de “A Noite dos Mortos Vivos” e até mesmo aqueles da refilmagem de
1985, “O Regresso dos Mortos Vivos” eram lentos (dava a impressão que estavam
em stop-motion), desajeitados, desengonçados, mas a-s-s-u-s-t-a-v-a-m. Captcha?! Por isso, não há
como não tirar o chapéu para esses dois sujeitos: Russo e Romero.
Edição em brochura |
E que surpresa ao garimpar na Net na manhã de hoje
em busca de alguns livros numa ‘super-promoção’ – que inclusive, já comentei na
Fan Page do blog – dei de cara com o livro da editora Dark Side: “A Noite dos
Mortos Vivos e A Volta dos Mortos Vivos” e escrito por quem? Vai, tente
adivinhar. Por ninguém mais do que John Russo, a fera que roteirizou o filme de
1968 juntamente com o lendário George A. Romero. E aqui cabe uma curiosidade:
Russo, além de roteirista, interpretou um dos zumbis do filme. Engraçado né?
Mesmo o livro não estando disponível – os sites das
principais livrarias virtuais o colocaram apenas em pré-venda, já que será lançado
somente no dia 12 de março próximo – não pensei duas, três ou quatro vezes e já
reservei o meu volume.
E agora que deixei de divagar, gostaria de dizer que
se eu fosse vocês, reservaria imediatamente o meu exemplar, porque vale a pena.
O livro de Russo é uma romantização do filme de 1968, mas não tipo copião do
filme. Nada disso. O texto literário tem muitas diferenças da produção cinematográfica
e com certeza os leitores irão perceber essas nuances.
“A Noite dos Mortos Vivos” inclui
ainda uma surpresa para os leitores: o texto integral da sequência do clássico,
que nunca chegou a ser filmada, chamada de “A Volta dos Mortos-Vivos” (não confunda
com a comédia trash de 1985, que também contou com Russo no time de
roteiristas). Isso mesmo: são dois romances de John Russo no mesmo volume.
Edição capa dura |
Para
aqueles que desconhecem ou não se lembram da história que revolucionou os
cinemas em 1968, segue o roteiro de Russo e Romero no qual o livro foi baseado:
“A radiação provocada pela queda de um satélite faz com que os mortos saiam de
suas covas como zumbis comedores de gente, fazendo com que um grupo de pessoas
refugiados em uma casa tenham que lutar pela sobrevivência contra uma horda
sedenta de carne e sangue.”
E para você ainda está em dúvida se vai ou não adquirir
o livro, gostaria de dizer que “A Noite dos Mortos Vivos” rompeu todos aqueles
paradigmas do zumbi oriundo do vodu ou então de qualquer outro ‘lance’ de magia
negra. Russo e Romero idealizaram o zumbi sanguinário e violento que tem como
hobby se alimentar de cérebros humanos.
O filme virou polêmica na época de seu lançamento
por suas cenas de violência e pelo final apocalíptico, chamado de satanista e
"contra os valores religiosos". Antes do lançamento oficial do filme,
os realizadores depararam com um grande problema em sua distribuição. As
produtoras puritanas da época só distribuiriam “A Noite dos Mortos Vivos” com
cortes nas cenas sangrentas e/ou um final mais otimista, o que era
completamente contra a ideologia dos responsáveis pelo filme.
Quanto ao layout, a Darkside lança a obra em duas
edições e para os bolsos de todos os tamanhos. O livro no fomato brochura - mais simples - custa R$ 29,90 , na
promoção, enquanto que o da edição limitada com capa dura, capaz de deixar os leitores
babando, sai em média por R$ 45,00.
Ah! Repetindo: o livro já está em pré-venda nas
grandes livrarias virtuais. A previsão é de que chegue ao mercado no dia 12 de
março.
É isso aí, divirtam-se!
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