Quer saber de uma coisa? Não entendo como tantos livros de
qualidade, com enredos extraordinários e personagens que esbanjam carisma são
literalmente “escanteados” pela maioria dos produtores cinematográficos. Estes
canastrões da sétima arte - produtores apenas no nome - preferem comprar os
direitos de adaptação para o cinema de uma porcaria como ‘Fallen’ ou ‘Hush,
Hush’ ou ainda ‘Wake’ e deixar de lado jóias preciosas da literatura, do tipo:
‘As Crônicas de Artur’, ‘A Sombra do Vento’ e ‘O Círculo Matarese’.
Caramba! Essa tal cretinice desses produtores FDP é fod...!
Me desculpem a revolta e o palavreado chulo
mesclados ao desabafo, mas não dá
pra aceitar tanta... Ah! Deixe prá lá!.
Dói no coração pensar que estamos deixando de ver nas
telonas essas histórias antológicas por puro relaxo e ignorância dessa alta
cúpula Hollywoodiana que não vale um tostão furado.
Confesso que no início dessa semana já estava pronto para
comprar alguns fogos para comemorar uma notícia inebriante que havia visto na
Internet. A de que o “O Círculo Matarese”, do mestre da espionagem Robert
Ludlum – o pai de Jason Bourne – iria ser adaptado para os cinemas, e ainda
tendo como diretor o mago David Cronenberg. Tudo bem que um dos atores
principais seria o “missão impossível” Tom Cruise. Ok, ok, eu agüento o Tom,
mas o importante é que a história de Ludlum seria transposta para os cinemas.
Vejam bem o que escrevi: “Seria”.
É que na ânsia da emoção não percebi que essa notícia havia
sido veiculada nas redes sociais em 2009!! E até agora nada de nada! E lá vai o
blogueiro aqui, fuçar, novamente, na Net na louca esperança de encontrar alguma
notícia, duas ou três linhas que sejam sobre o assunto, mas a frustração ganha
corpo quando não encontro nada atualizado. Chego a conclusão que a adaptação da
obra, por algum motivo, acabou dando para trás. Fazer o que, né.
Já li o “Círculo Matarese” duas vezes e estou me preparando
para encarar as suas páginas pela terceira vez. A história é viciante, daquelas
que você agarra e só tem vontade de largar quando termina. Achei o “Circulo”
muito melhor do que “A Identidade Bourne”, apesar dessa segunda obra ser
considerada aquela que abriu as portas do sucesso para Ludlum, transformando-o
num dos autores de Best-Sellers mais respeitados do mundo.
Imagine em plena guerra fria, dois agentes – um americano e
outro, russo –
obrigados a trabalharem juntos, apesar de serem considerados
inimigos mortais. Aliás, a capa da edição mais recente do livro deixa evidente
o que Bradon Scofield e Vasili Talaniekov representam um para o outro. Só para
lembrar que na capa de “O Círculo Matarese” vemos dois escorpiões venenosos
numa luta aguerrida onde, provavelmente, só um deles sairá vivo. É assim que
Scofield e Talaniekov se tratam:
inimigos mortais.
Mas qual situação seria capaz de fazer com que esses dois
agentes – considerados os melhores em seus respectivos países – esquecessem,
temporariamente, as suas diferenças e passassem a trabalhar juntos. Somente uma
coisa maligna ao extremo e com o poder de levar o mundo em que vivemos à
destruição total. A‘coisa’, em questão, com todo esse poder de fogo se chama
Circulo Matarese.
Esta violenta organização criminosa é dedicada ao
financiamento de terroristas da qual fazem parte altos escalões da CIA, da KGB,
do governo da Rússia, do Departamento de Estado norte-americano e até o futuro
presidente dos Estados Unidos. Agora, essa confraria deseja o domínio para além
dos limites do poder das nações. O ‘cabeça’ dessa organização é o bilionário
corso, Guillaume Matarese, que planeja liquidar corruptores e corruptos,
lançando no caos os governos da Europa e fazendo com que grandes empresas
multinacionais e bancos percam seus protetores.
O Círculo Matarese é formado por perigosos serial killers
capazes de se infiltrar em qualquer setor governamental, administrativo,
financeiro e institucional, incluindo CIA , FBI e KGB sem serem notados.
Eles são mais poderosos do que a própria Máfia, estão em
todo o lado, embora ninguém os veja ou
saiba alguma coisa sobre eles. E agora, querem dominar o mundo.
Scofield e Talaniekov são os únicos agentes em todo o mundo
que podem deter o Círculo Matarese; dois inimigos mortais jurados de ideologias
opostas. O primeiro, agente da CIA e Talaniekov, do KGB. Os melhores terão de
por de lado o ódio que sentem um pelo outro e superar momentaneamente as
diferenças existentes entre eles, pois só assim, poderão enfrentar a invencível
organização.
Mas porque essas esses dois agentes - obrigados a
trabalharem juntos, se odeiam tanto. Bem, vamos lá. Taleniekov assassinou
gratuitamente a mulher de Scofield em Berlim Oriental. Uma
provocação. Por outro lado, Scofield matou o irmão de Taleniekov em Praga. Uma vingança.
Dois motivos mais do que necessários para que esses homens de ideologias
distintas se transformem em dois venenosos escorpiões inimigos, prontos para se
ferroarem até se matarem. Por tudo isso, um encontro entre os dois, em qualquer
hipótese, seria fatal.
Ludlum, através de sua escrita mágica, vai prendendo o
leitor de uma tal maneira que se torna impossível largar o livro. No meu caso,
não via a hora de Scofield e Taleniekov se encontrarem, após um acordo entre os
seus chefes americanos e russos. Como seria esse encontro? Qual a reação de
ambos ao se encararem? Fui engolindo as páginas até chegar esse momento. E
quando chegou. Uhauuu! Foi épico cara! Algo que o leitor jamais irá imaginar;
só mesmo lendo para entender. E é claro que não vou estragar esse momento épico
com spoilers.
Vou parar por aqui para não ficar revelando detalhes sobre o
enredo do livro. Apenas recomendo. Leiam e não se arrependerão.
Indo!
Um comentário
show
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