Tenho certeza, mais do que absoluta, que não há uma pessoa que não tenha se emocionado ao extremo após ter concluído a leitura de “David Copperfield”, considerada a obra máxima de Charles Dickens. Pois é, esse livro me emocionou tanto em minha adolescência que cheguei ao ponto de escolhê-lo como tema de trabalho de escola no segundo grau. Lembro-me que naquela época – oooo tempinho bão (rs) – consegui convencer o meu grupo para representar uma peça de teatro baseada na obra de Dickens. O nosso professor de Educação Artística tinha dado livre arbítrio aos grupos de alunos para fazer o que quizessem. E lá foi eu e meus amigos prepararmos a peça teatral. Para as nossas idades e amadorismo, a peça até que saiu “meia boca”.
Fiz essa colocação para que vocês entendam como “David Copperfield” mexeu comigo. Depois de anos e anos, lá vai o antigo ginasial, hoje um cinqüentão, ler novamente as aventuras de Copperfield. Fiz o impossível para encontrar o texto original e não a história resumida e readaptada para o público infanto-juvenil. Encontrei a obra de Dickens num sebo virtual em dois volumes pertencentes a coleção “Grandes Romances Universais”, da saudosa editora W.M. Jackson INC. Não pestanejei um minuto sequer e comprei os livros.
A história, narrada em 1ª pessoa, de uma criança orfã de pai, que é obrigada a enfrentar o mundo por si própria, tendo apenas o apoio – praticamente nulo – de sua mãe doente e inexperiente é de mexer com o mais duro dos corações. Para complicar a vida do pequeno Copperfield, sua mãe acaba se casando com um homem cruel e autoritário, que ao lado de sua irmã passam a desprezar e a bater na criança. Copperefield, então, toma coragem foge de casa e a partir daí começa o seu crescimento como ser humano. Essa evolução moral do personagem é mostrada em detalhes por Dickens. Não há como não se apaixonar ou odiar a miscelânea de personagens que desfilam pelas páginas do romance: a meiga empregada Peggoty; o endividado, mas sempre alegre Sr. Micawber, o traiçoeiro Uriah Hipp; a excêntrica Betsey Trotwood, tia de David; a frágil e infantil Dora, 1ª esposa de Copperfield; a bonita e sensata Agners, que viria se tornar o seu grande amor; além de tantos outros.
Todos os personagens – bonés e maus - que aparecem na trama deram a sua parcela de colaboração para que o pequeno David conseguisse vencer na vida e superar todas as dificuldades encontradas pelo caminho.
A maioria dos críticos acreditam que a história de David Copperfield seja o livro mais biográfico da vida de Charles Dickens, ou seja, as muitas situações enfrentadas pelo personagem principal foram vividas na realidade pelo autor. Outros, vão mais além e afirmam que a história de David Copperfield se funde com a própria história de Dickens, com pouquíssimas mudanças.
Bem, o que importa é que o romance é uma verdadeira obra de arte, um dos maiores clássicos da literatura universal que vale a pena ser lido e relido em qualquer idade.
2 comentários
Oi, José Antônio.
ResponderExcluirTambém gosto muito desse livro, o jeito Dickens de escrever é fascinante.
Você já leu Oliver Twist? É bem nesses estilo (jovem órfão em dificuldades).
Esses dois foram os únicos que li do Dickens, mas estou com Grandes Esperanças e As Aventuras do Sr. Pickwick. E todos foram comprados em sebos a precinhos camaradas, isso é uma grande vantagem em ler grandes-autors-que-já-morreram. rs
=)
Olá Joelma,
ResponderExcluirDe Charles Dickens só li David Copperfield. Quanto a Oliver Twist pretendo ler, sim, brevemente!
Obrigado pela visita e volte sempre!