Alguns livros, às vezes, conseguem mandar até o mais persistente dos leitores pra lona

17 julho 2025

Desde o dia em que adquiri o hábito pela leitura; hábito que foi sendo cultivado ao longo de toda a minha infância e adolescência - graças aos meus “anjos da guarda literários” como minha mãe, meus professores e bibliotecárias (se quiser saber mais sobre isso veja  aqui e mais aqui) - dificilmente abandonei um livro. Criei até um ditado particular: “Seja bom ou ruim, livro comigo é até o fim”, mas confesso que às vezes – quase sempre, poucas vezes – é difícil seguir a risca esse ditado.

Galera, concluir a leitura de algumas obras é barra e daquelas barras bem pesadas. Comparo alguns enredos a uma verdadeira via crucis como se o leitor estivesse carregando uma cruz pesada nas costas e essa cruz nada mais é do o livro. Vejam bem, não acredito que existam livros que sejam ruins de um modo geral, ou seja, para todos os leitores. Sempre defendi a tese de que um enredo literário pode desagradar 10 leitores, mas em contrapartida, agradar outros 100. Portanto, para mim não existe história ruim, apenas histórias que não me agradaram: livros que são verdadeiras cruzes nas minhas costas, mas nas costas dos outros são verdadeiros bálsamos.

Achei importante fazer esse esclarecimento para que os seguidores do blog, Insta e fanpage do “Livros e Opinião” não se assustem com as obras que irei citar nessa postagem e acabem desistindo de lê-las.

Dadas as devidas explicações vamos ao que interessa. Devo a Mister Magic – Os Bastidores da Ilusão a ideia de escrever esse post. Decidi comprar o livro de Kiersten White após ter lido vários comentários positivos de leitores que amaram o enredo. Outro ponto positivo que pesou na balança na hora da compra foi o seu enredo que bem resumidamente diz respeito a um grupo de crianças que apresentava um icônico programa infantil na TV e que terminou abruptamente com a saída de uma delas. O “X” do mistério é descobrir o porque dessa criança ter sido “resgatada” do programa pelo seu pai que, por sua vez, sempre evitava dizer o motivo desse “resgate” para a filha., além de mantê-la isolada do mundo. Lembrando ainda que essa situação, um tanto traumática, fez com que essa criança, agora adulta, se esquecesse de tudo o que teria acontecido naquela época, sofrendo um apagão. Após mais de 30 anos, esse grupo de apresentadores, hoje já homens e mulheres formados, decidem se reunir para descobrir, de fato, o que houve naquela época.

Cara, confesso que esse enredo me fisgou como um peixe, mas infelizmente não “vingou”. A leitura enroscou; não deslancha de maneira alguma. Muita enrolação; enrolação e mais enrolação na solução do mistério. A grosso modo, compare esse mistério a ser desvendado como um bolo cheio de camadas e com o recheio no seu núcleo, bem no meio. Na minha opinião, a autora se enroscou na camada de glacê e ficou por ali, se esquecendo das outros camadas de massa, chantilly e doce de leite até se chegar ao recheio principal que está, como já escrevi, no núcleo do bolo. Para que o leitor tenha uma ideia dessa “enroscada no glacê”, basta dizer que o livro tem 318 páginas e eu já estou perto de 200, para ser exato, 198 páginas, e até agora... nada; só enrolação.

Quando concluir a leitura de Mister Mágic – Os Bastidores da Ilusão estarei escrevendo uma resenha e dando mais detalhes. Creio que não desistirei da história, mesmo porque já passei bastante de sua metade e por isso, desistir agora, seria uma grande “covardia literária”.

Mas agora, quero abrir o meu coração para a galera, confessando que já perdi batalhas para outros livros, não conseguindo lê-los até o final. Talvez os tenha escolhido num momento ruim ou os seus enredos acabaram sendo incompatíveis com a minha faixa etária que ansiava por outros tipos de enredos; sei lá, o que posso afirmar é que não gostei e desisti.

O primeiro deles que me obrigou a abandonar a leitura, pasmem: foi Aeroporto de Arthur Hailey, um livro considerado por muitos, uma verdadeira obra prima. Comprei o livro por causa do filme de 1970 com Burt Lancaster, George Kennedy, Dean Martin, Jacqueline Bisset e outra gama de astros e estrelas hollywoodianas daquela época. Havia assistido ao filme em VHS, anos após o seu lançamento nos cinemas, e gostado muito. “Entonce” resolvi ler a obra literária e... a leitura empacou.

Tinha em mãos um romance que tanto os leitores quanto os críticos da época haviam elogiado aos borbotões e com um enredo incrível, mas acontece que... a leitura não ia.

No início pensei que o grande número de páginas, 563, havia sido o motivo, mas ocorre que eu já tinha lido e adorado sagas bem mais extensas. Depois imaginei que a causa desse bloqueio com o romance de Hailey seria o número excessivo de personagens e consequentemente as tramas paralelas. Em resumo, não sei explicar exatamente qual foi a causa. Essa empacada valeu até um post sobre o assunto. Aqueles que se interessarem poderão saber mais detalhes nesse link.

Mas querem saber qual livro que, de fato, me nocauteou? Após receber vários golpes no fígado, estômago, seguido de um direto no queixo, o livro Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada, de Laurence Gardner, conseguiu me mandar para a lona. Tentei, mas não deu. Desisti.

Acredito que um dos mistérios que mais intriga os religiosos, arqueólogos e a comunidade científica, de um modo geral, é a arca da aliança. Segundo relatos bíblicos, a arca foi construída no século 13 a.C., por ordem de ninguém menos que Moisés para guardar as tábuas dos Dez Mandamentos.

Mas onde está a arca? Ela, de fato, existiu? Qual o seu poder? Qual a opinião da comunidade religiosa e científica? Qual a relação dos templários com o artefato? Eram tantas as minhas dúvidas que acabei indo com toda sede ao pote. Pena que ele caiu e se quebrou.

O livro de Gardner não esclareceu nenhum desses questionamentos. Parecia que eu  estava lendo um livro sobre alienígenas. A primeira chutada de balde do autor foi a de que Moisés não seria judeu, mas um faraó egípcio chamado Akhenaton que fugiu do Egito após tentar cultuar um único Deus. Depois desse vieram outros golpes; vários jabs, uppercuts, cruzados, ganchos  e o 'diretaço' que me mandou pra lona. Explico todos esses “golpes” nesse post que escrevi na época em que tentei ler o livro de Gardner.

Pois é galera, agora, voltando para o presente, torço pra que o enredo de “Mister Magic – Os Bastidores da Ilusão” deslanche e que assim, eu comece a atingir outras camadas desse bolo porque já estou enjoado de “comer glacê” (rs).

Inté!

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