Desde o dia em que adquiri o hábito pela leitura;
hábito que foi sendo cultivado ao longo de toda a minha infância e adolescência
- graças aos meus “anjos da guarda literários” como minha mãe, meus professores e
bibliotecárias (se quiser saber mais sobre isso veja aqui e mais aqui) - dificilmente
abandonei um livro. Criei até um ditado particular: “Seja bom ou ruim, livro
comigo é até o fim”, mas confesso que às vezes – quase sempre, poucas vezes – é
difícil seguir a risca esse ditado.
Galera, concluir a leitura de algumas obras é barra e
daquelas barras bem pesadas. Comparo alguns enredos a uma verdadeira via crucis
como se o leitor estivesse carregando uma cruz pesada nas costas e essa cruz nada
mais é do o livro. Vejam bem, não acredito que existam livros que sejam ruins
de um modo geral, ou seja, para todos os leitores. Sempre defendi a tese de que
um enredo literário pode desagradar 10 leitores, mas em contrapartida, agradar outros
100. Portanto, para mim não existe história ruim, apenas histórias que não me
agradaram: livros que são verdadeiras cruzes nas minhas costas, mas nas costas
dos outros são verdadeiros bálsamos.
Achei importante fazer esse esclarecimento para que os
seguidores do blog, Insta e fanpage do “Livros e Opinião” não se assustem com as
obras que irei citar nessa postagem e acabem desistindo de lê-las.
Dadas as devidas explicações vamos ao que interessa.
Devo a Mister Magic – Os Bastidores da
Ilusão a ideia de escrever esse post. Decidi comprar o livro de Kiersten
White após ter lido vários comentários positivos de leitores que amaram o
enredo. Outro ponto positivo que pesou na balança na hora da compra foi o seu
enredo que bem resumidamente diz respeito a um grupo de crianças que apresentava
um icônico programa infantil na TV e que terminou abruptamente com a saída de
uma delas. O “X” do mistério é descobrir o porque dessa criança ter sido “resgatada”
do programa pelo seu pai que, por sua vez, sempre evitava dizer o motivo desse “resgate”
para a filha., além de mantê-la isolada do mundo. Lembrando ainda que essa
situação, um tanto traumática, fez com que essa criança, agora adulta, se esquecesse
de tudo o que teria acontecido naquela época, sofrendo um apagão. Após mais de
30 anos, esse grupo de apresentadores, hoje já homens e mulheres formados,
decidem se reunir para descobrir, de fato, o que houve naquela época.
Cara, confesso que esse enredo me fisgou como um
peixe, mas infelizmente não “vingou”. A leitura enroscou; não deslancha de
maneira alguma. Muita enrolação; enrolação e mais enrolação na solução do
mistério. A grosso modo, compare esse mistério a ser desvendado como um bolo
cheio de camadas e com o recheio no seu núcleo, bem no meio. Na minha opinião,
a autora se enroscou na camada de glacê e ficou por ali, se esquecendo das outros
camadas de massa, chantilly e doce de leite até se chegar ao recheio principal
que está, como já escrevi, no núcleo do bolo. Para que o leitor tenha uma ideia
dessa “enroscada no glacê”, basta dizer que o livro tem 318 páginas e eu já
estou perto de 200, para ser exato, 198 páginas, e até agora... nada; só
enrolação.
Quando concluir a leitura de Mister Mágic – Os Bastidores da Ilusão estarei escrevendo uma
resenha e dando mais detalhes. Creio que não desistirei da história, mesmo
porque já passei bastante de sua metade e por isso, desistir agora, seria uma
grande “covardia literária”.
Mas agora, quero abrir o meu coração para a galera,
confessando que já perdi batalhas para outros livros, não conseguindo lê-los
até o final. Talvez os tenha escolhido num momento ruim ou os seus enredos acabaram
sendo incompatíveis com a minha faixa etária que ansiava por outros tipos de
enredos; sei lá, o que posso afirmar é que não gostei e desisti.
O primeiro deles que me obrigou a abandonar a leitura,
pasmem: foi Aeroporto de Arthur
Hailey, um livro considerado por muitos, uma verdadeira obra prima. Comprei o
livro por causa do filme de 1970 com Burt Lancaster, George Kennedy, Dean
Martin, Jacqueline Bisset e outra gama de astros e estrelas hollywoodianas
daquela época. Havia assistido ao filme em VHS, anos após o seu lançamento nos
cinemas, e gostado muito. “Entonce” resolvi ler a obra literária e... a leitura
empacou.
Tinha em mãos um romance que tanto os leitores quanto
os críticos da época haviam elogiado aos borbotões e com um enredo incrível,
mas acontece que... a leitura não ia.
No início pensei que o grande número de páginas, 563,
havia sido o motivo, mas ocorre que eu já tinha lido e adorado sagas bem mais
extensas. Depois imaginei que a causa desse bloqueio com o romance de Hailey
seria o número excessivo de personagens e consequentemente as tramas paralelas.
Em resumo, não sei explicar exatamente qual foi a causa. Essa empacada valeu
até um post sobre o assunto. Aqueles que se interessarem poderão saber mais
detalhes nesse link.
Mas querem saber qual livro que, de fato, me nocauteou?
Após receber vários golpes no fígado, estômago, seguido de um direto no queixo,
o livro Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada, de Laurence Gardner, conseguiu
me mandar para a lona. Tentei, mas não deu. Desisti.
Acredito que um dos mistérios que mais intriga os
religiosos, arqueólogos e a comunidade científica, de um modo geral, é a arca
da aliança. Segundo relatos bíblicos, a arca foi construída no século 13 a.C.,
por ordem de ninguém menos que Moisés para guardar as tábuas dos Dez
Mandamentos.
Mas onde está a arca? Ela, de fato, existiu? Qual o
seu poder? Qual a opinião da comunidade religiosa e científica? Qual a relação
dos templários com o artefato? Eram tantas as minhas dúvidas que acabei indo
com toda sede ao pote. Pena que ele caiu e se quebrou.
O livro de Gardner não esclareceu nenhum desses
questionamentos. Parecia que eu estava
lendo um livro sobre alienígenas. A primeira chutada de balde do autor foi a de
que Moisés não seria judeu, mas um faraó egípcio chamado Akhenaton que fugiu do
Egito após tentar cultuar um único Deus. Depois desse vieram outros golpes;
vários jabs, uppercuts, cruzados, ganchos
e o 'diretaço' que me mandou pra lona. Explico todos esses “golpes” nesse
post que escrevi na época em que tentei ler o livro de Gardner.
Pois é galera, agora, voltando para o presente, torço pra
que o enredo de “Mister Magic – Os Bastidores da Ilusão” deslanche e que assim,
eu comece a atingir outras camadas desse bolo porque já estou enjoado de “comer
glacê” (rs).
Inté!
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