O inferno dos tradutores de Inferno

12 maio 2013


Com certeza a história que irei contar agora não será a última referente aos bastidores do novo livro de Dan Brown, “Inferno”. Muitas outras surgirão, algumas falsas, outras verdadeiras, algumas sensacionalistas outras sérias; enfim, histórias dos mais variados tipos e para todos os gostos. Com o tempo, muitas delas se tornarão, até mesmo, lendas urbanas, mas de uma coisa eu tenho certeza, notícia tão estranha quanto essa que vocês ficarão sabendo por aqui, acho difícil.
Logo na manhã de hoje, ao dar uma zapeada pela Net dei de cara com uma informação... olha... sinceramente não sei como classificá-la. Esquisita, talvez paranóica, risível, grave. Sei lá pessoal. O que posso dizer escrever é que fiquei de queixo, boca e bochecha caidas. Assim ó: Hãaaaaaaaaaaaaa??!!
Segundo fontes ultra-confiáveis, entre elas o Jornal O Globo, no dia 18 de fevereiro, onze tradutores de vários países começaram a trabalhar na tradução de “Inferno”, novo livro de Dan Brown. Esse fato seria normal se os tradutores, em questão, não fossem obrigados a exercer as suas funções num esconderijo subterrâneo, apelidado de “o bunker”, localizado num dos pontos mais improváveis e impossíveis de toda a Itália: debaixo do edifício Mondadori, sede da editora responsável pela edição italiana do romance.
Antes de serem recolhidos ao bunker, os tradutores, os quais reputo de vítimas (rss) tiveram seus celulares recolhidos com a promessa de serem devolvidos após as sete semanas de serviço. Além dos celulares, foram apreendidos, também, qualquer tipo de dispositivo que possibilitasse comunicação com o exterior. Resumindo, os caras ficaram quase dois meses isolados do mundo exterior, “enterrados”, a maior parte do tempo, numa ‘caverna’ debruçados em cima do texto de Brown trabalhando na tradução para os seus respectivos países.
Mas o inferno dos tradutores do Brasil, Alemanha, Espanha, França e Itália estava apenas começando, porque além do confinamento num bunker e a apreensão dos celulares, eles ainda tiveram de sujeitar a muitas outras restrições, entre as quais trabalhar trancados no mesmo espaço com portas vigiadas por homens armados. Se quisessem sair um pouco, tomar – com se diz aqui no interior – ‘uma fresca’, eles tinham de pedir autorização e mesmo assim, serem fortemente sondados por olhos atentos dos seguranças do bunker.
Ah! Tem mais! O acesso à internet era feito através de um computador partilhado e altamente vigiado. E-mails, redes sociais, nem pensar! Contato com os familiares, filhos, esposas ou esposos, era algo proibido. Mêo! Os caras estavam completamente i-s-o-l-a-d-o-s, como verdadeiros Robisons Crusoés!
Eles até podiam comer na cantina da editora Mondadori, mas para isso foram preparados álibis para explicar o motivo de um grupo de tradutores de países diferentes estarem ali naquele momento. As palavras “Dan Brown” e “Inferno” erram terminantemente proibidas nesses momentos. Dois detalhes que ia me esquecendo. No momento em que os reclusos estavam almoçando, lanchando ou jantando eram muito bem vigiados e todos tinham que se sentar na mesmo lugar, jamais em mesas separadas. Ah! E sem ‘lenga-lenga’ e muito menos direito ao ‘kilo’. O lema era ‘comida no bucho e mãos à obra’.
No fim do dia, por volta das 21 horas ou mais, ao terminarem – parcialmente – o trabalho, eles eram conduzidos por uma vã até o hotel para dormirem. Quanto ao manuscrito de Borwn, no qual estavam trabalhando, voltava a ser guardado num cofre secreto como se fosse a pedra preciosa mais importante do mundo. No dia seguinte, começava tudo de novo. A mesma vã os recolhia do hotel e os levava ao bunker para pegarem firme no trampo.
Todas essas regras de segurança foram adotadas porque a editora tinha medo de que alguns tradutores pirateassem o material. Por isso....
O grupo de onze profissionais, incluindo os brasileiros Fabiano Moraes e Fernanda Abreu tinham de seguir um  conjunto de regras rígidas que ficou conhecido como “Os 10 Mandamentos dos Tradutores de Inferno”. Querem saber quais? Ok. Espiem logo abaixo:
01 -  “Inferno”: Os tradutores não podiam falar com ninguém sobre a trama
02 - Papelada: Eles não podiam levar para fora do bunker qualquer material sobre o livro, fosse impresso ou digital
03 - Telefones: Celulares e outros instrumentos de comunicação eram vetados
04 - Conexão: Dispositivos pessoais conectados à internet eram proibidos
05 - Circulação: Não era permitido andar pelo edifício Mondadori, com exceção do refeitório e do café
06 - Identificação: Os tradutores deviam estar sempre de crachá
07 - Explicações: A equipe não devia falar sobre os motivos de sua presença no prédio
08 - Acesso: Só tradutores, editores e seguranças podiam entrar no bunker
09 - Idas e vindas: Eles deviam assinar um papel toda vez que precisassem sair do local
10 - Pesquisa: Os tradutores podiam acessar a internet em computadores vigiados por seguranças.
Eu heinnn...
PS: O livro chega ao Brasil no próximo dia 24 de maio.

7 comentários

  1. Daí o livro chega nas mãos do consumidor e todo mundo acha uma porcaria.

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    1. Ehehehe... pois é, e os pobres dos 'caras' sofrendo num 'bunker'....

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  2. Bom... pelo teaser lançado na net há menos de um mês eu estou bem esperançoso que este romance irá superar sem preoblemas o fraquíssimo Simbolo Perdido...

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    1. Realmente Marcelo, "O Símbolo Perdido" deixou a desejar e muito. Tomara que nesse livro, Brown volte a acertar a mão.
      Abcs!

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  3. creio que esse livro será no mesmo patamar de o código da Vinci!!






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  4. Prezado José Antônio,

    Você sabe algo a respeito de crítica sobre o "manifesto do nada na terra do nunca" do Lobão?

    Recomenda ?

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  5. Olá Marcelo; desculpe a demora em lhe responder, estava com alguns pepinos para serem descascados. Mas vamos ao que interesse. Não posso lhe dar a minha opinião, dizendo se o livro de Lobão é bom ou ruim, pque ainda não tive oportunidade de lê-lo. Vou lhe indicar um post bem esclarecedor, o qual li e gostei, pque me seu uma visão bem ampla da obra de Lobão. Quem escreveu foi o Marcelo do blog "Gaveta da Bagunça. Anote:
    http://gavetadbagunca.blogspot.com.br/2013/05/lobao-manifesto-do-nada-na-terra-do.html

    Quando ler a obra postarei comentário no "Livros e Opinião".
    Sinto não poder ajudá-lo de outra forma.
    Abcs e volte sempre!!

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