A Coisa (It)

07 abril 2011
Há livros gigantes (no tamanho) e que à primeira vista podem assustar o leitor. “Cara! Jamais vou conseguir ler essa montanha!” Geralmente fazemos tal exclamação quando deparamos com um “Titanic” de páginas a nossa frente. Mas então começamos a ler, a ler e a ler, e quando percebemos já “devoramos” uma boa parte do outrora assustador calhamaço de páginas”. Este é o tipo da obra que assusta pelo seu tamanho, mas não pelo seu conteúdo. “A Coisa”, do mestre do terror, Stephen King, pode se encaixar tranquilamente nesta categoria.
Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, num palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final. Na primeira vez, quando crianças, eles conseguiram vencer a Coisa e ficarem vivos; mas e agora, na luta final? Quem sobreviverá e quem morrerá?
O livro de Stephen King é claustrofóbico, angustiante, tenso e mete medo pra caramba. Enfim, tudo o que uma obra de terror que se preze deva ter. O palhaço Pennywise das páginas é muito mais assustador do que o da versão para a TV feita em 1990 (o filme não foi lançado no cinema, apenas da TV e em vídeo).
De todos os vilões da literatura de terror, confesso que Pennywise foi o que mais me assustou; assustou não, pior... ainda causa calafrios; e olha que eu não tenho fobia de palhaços. Ele é a própria essência do mal e ainda por cima com uma aparência maligna sob a forma de palhaço.
A malignidade da criatura fica evidente quando Stanley, um dos sete amigos, ao receber o telefonema de Mike Hanlon, o único que ficou morando em Derry, avisando que a Coisa voltou e que eles precisarão se reunir para enfrenta-la novamente, prefere se matar. Antes de cometer o suicídio dentro da banheira, Stan ainda consegue escrever com o próprio sangue o nome da criatura: IT, ou seja, A Coisa.
O terror de Stan ao se lembrar de Pennywise coloca uma dúvida cruel na cabeça do leitor: “Será que os seis amigos que restaram – agora que ficaram adultos – terão a coragem suficiente para travar um novo duelo com o ser diabólico?”. “Qual deles sucumbirá?”. “A Coisa conseguirá destruir o forte elo que une os seis amigos?”. São perguntas que serão esclarecidas durante a leitura das 750 páginas do livro, que eu garanto serão lidas bem rapidamente.
Em seu livro, Stephen King também aborda o valor da verdadeira amizade, mostrando como seis crianças com personalidades tão distintas conseguiram superar suas diferenças para se tornarem grandes amigos. Uma amizade capaz de fazer com que o grupo – hoje adulto – deixe as suas famílias e responsabilidades de lado para se reunir novamente, mesmo sabendo que tal encontro pode significar a morte.
“A Coisa” é uma leitura obrigatória para os amantes do gênero de terror. E vou mais além, talvez a melhor obra do gênio Stephen King. Insuperável.
Ah! E não se assustem com o calhamaço de páginas. Garanto que serão lidas rapidamente.
  

5 comentários

  1. Excelente resenha! Me deu vontade de ler! Abraço!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Thanks Alex!
      E não fique só na vontade, leia, de fato, porque vale à pena. Afinal de contas, muitos fãs do mestre do terror consideram "A Coisa" a sua obra prima.
      Abraços!

      Excluir
  2. Eis que me deparo com outro de seus excelentes textos, e bem no momento em que estou prestes a iniciar "It: A Coisa".

    Estou apenas aguardando o término de "Os Irmãos Karamázov" para "engatar" esta leitura. E olhe que antes de ler o seu texto, eu tinha este livro do Stephen King na fila, mas para ler apenas após "Escritos da Casa Morta", do Dostoiévski.

    Obrigado, mais uma vez. Há tempos estou desejando uma boa história de horror, novamente. :)

    ResponderExcluir
  3. Olá Marcos! Feliz por ter gostado do post sobre "It". Sabia que escrevi esse texto logo nos primórdios do blog? Verdade, acho que o blog estava em seu primeiro ano. Acredito que há outros posts sobre "It" neste espaço. Experimente usar a lupinha de "procura". Espero que goste da obra, assim como eu gostei. Excelente leitura! Abcs.

    ResponderExcluir
  4. Puxa, é verdade! O texto é de 2011! Que bacana! :)

    Vou dar uma pesquisada, então, para ler outros posts sobre o livro.

    Já iniciei a leitura, e estou gostando!

    Grande abraço.

    ResponderExcluir

Instagram