Fase de releituras: amei ter reencontrado Beatriz Prata e Charles Chaplin em “Vende-se este Futuro”

20 dezembro 2025

Como já adiantei neste espaço, estou vivendo a minha fase de releituras; uma fase pela qual todos nós, devoradores de livros passamos. Cara... e que fase gostosa! Simplesmente adoro! Da mesma forma que sentimos saudades de uma pessoa que amamos, mas depois por algum motivo nos deixa, também sentimos essa mesma nostalgia com um livro que marcou a nossa vida.

Fazendo uma analogia, pense da seguinte maneira: os anos vão passando, a saudade vai crescendo, até que o chega o momento de reencontrar essa pessoa para matar saudades de lembranças das quais você se recorda apenas vagamente. Pois é galera, também é assim com os livros.

E nesta minha fase de releituras, escolhi reler algumas obras que me proporcionaram viagens inesquecíveis. Terminei uma delas ontem e que viagem! Estou me referindo ao livro Vende-se este Futuro do escritor brasileiro Bruno Miquelino.

Como foi bom ter reencontrado Beatriz Prata. Que ‘menina’! Como já havia escrito, há alguns anos, quando resenhei o livro (ver aqui), Beatriz já entrou para o rol das minhas personagens femininas fodásticas da literatura. Ela se parece muito com uma Guinevere dos tempos modernos – como a Guinevere idealizada por Bernard Cornwell em a saga As Crônicas de  Artur (ver aqui, aqui, aqui e mais aqui). À exemplo da personagem arturiana reescrita por Cornwell, Beatriz é destemida sem ser incauta, inteligente mas nem por isso arrogante, além de carismática e corajosa, aliás muito corajosa, ao ponto de romper paradigmas considerados imutáveis quando se vê acusada por algo que não cometeu.

Beatriz é uma espécie de agente de viagens temporais. Explicando melhor: ela trabalha para uma agencia que promove viagens no tempo chamada Déja Vu que surgiu 2097 em São Paulo, numa época em que esse tipo de viagem era comum. A principal função da Déja Vu é transportar pessoas do passado para o futuro, para que elas adquiram outra identidade, longe dos holofotes, da polícia, de seus problemas, enfim, do que for. No futuro que elas escolhem, então lhes é concedida uma nova identidade e consequentemente uma nova vida. Mas chega um determinado momento que Beatriz descobre uma conspiração na Deja Vu que pode colocar em risco a vida de muitas pessoas.

Além de amar o gênero ficção científico, também amo enredos que misturam personagens históricos com personagens fictícios. É inebriante – pelo menos, para mim – ler um enredo onde um personagem famoso e real interage com outro protagonista fictício, mas querido pelos leitores. Vende-se este Futuro tem esse carisma. Amei ver Elvis Presley, Charles Chaplin e até mesmo Getúlio Vargas se interagindo com outros personagens fictícios, entre os quais, Beatriz Prata.

Para finalizar, não entendo porque Bruno Miquelino não lançou mais nenhum livro depois do sucesso de Vende-se este Futuro que foi publicado em 2018 e muito elogiado nas redes sociais.

Taí, uma releitura que valeu muito a pena. Acreditem: amei!!

Recomendo!

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