Os tempos mudaram! Está “chovendo” lançamentos e relançamentos de Stephen King. Destaque para “O Concorrente” que retorna acompanhado de um filme

12 julho 2025

Ainda hoje me lembro como era tenso ficar na expectativa do lançamento de um livro de Stephen King. Cara, era trash; alias muito trash, para todos nós, fás de carteirinha do mestre do terror. Primeiro vinham os boatos, depois as notícias desencontradas, na sequência as dúvidas, até que finalmente vinha a confirmação, mas a confirmação da publicação do livro nos ‘States”; quanto a sua tão aguardada chegada nas livrarias brasileiras, bem... nós, fãs do Tio King ainda tínhamos uma outra via crucis para enfrentar: a data da chegada da obra, aqui na ‘Terrinha’ já traduzida para o nosso idioma. Pois é, era um novo ciclo de agonia enfrentado pelos leitores.

Estou me referindo aos “áureos” e “sofridos” tempos de A Coisa (ainda na época da editora Objetiva e com aquela capa medonha e mal feita), Tripulação de Esqueletos, A Dança da Morte, A Espera de Um Milagre, e outras obras primas dos anos 80, 90 e algumas dos anos 2000, entre as quais posso citar Novembro de 63. E por falar nesse tal novembro do Tio King; cara... como esse livro gerou expectativas no Brasil com relação ao seu lançamento! Tanto é verdade que no dia de sua “aterrissagem” nas livrarias brasileiras, formaram-se filas enormes de leitores impacientes em adquirir o novo calhamaço do autor.

Mas recuperando a minha linha de raciocínio; estou contando tudo isso que expus no início da postagem porque estranhei a mudança radical no contexto envolvendo lançamentos de King. Cara, numa ‘lapada’ só teremos no mês de agosto um lançamento e um relançamento do autor. Considero O Garoto do Colorado um lançamento, pelo menos para nós leitores  brasileiros, porque apesar da obra ter sido publicada nos Estados Unidos e parte da Europa em 2005; só agora, no mês de agosto, ela chegará às livrarias tupiniquins. Quanto ao relançamento – O Concorrente – a história já havia sido publicada por aqui, pela Suma, em 1982.

Nova capa do relançamento de "O Concorrente"

Ah! Pensou que chegou ao fim a avalanche de lançamentos do Tio King para os leitores brasileiros?  Se pensou, errou; porquê em maio os fãs do autor ganharam um outro presentaço: o inédito Não Pisque que partiu para o abraço nos leitores brasileiros em 27 de maio de 2025. Galera, é muita emoção para todos nós que amamos os enredos criados pelo nosso tiozão.

Aproveitando esse assunto, quero escrever algo sobre o relançamento de O Concorrente que acontecerá no mesmo mês do lançamento do filme homônimo que na realidade é um remake da ´produção de 1987 com Arnold Schwarzenegger.

O motivo de escrever pela segunda vez um post sobre O Concorrente não tem nada a ver com a chegada de um filme baseado na obra e muito menos o “lançamento, praticamente, casado” de livro e filme. O motivo é outro: simplesmente, eu amei a obra literária e quero escrever novamente sobre ‘ela’. ‘Entonce’ como surgiu essa oportunidade, vamos à luta.

No post que publiquei ainda no primeiro ano da criação do blog, isso lá nos idos de 2011, enalteci o livro e critiquei o filme (veja aqui). Hoje, após quase 15 anos não mudo a minha opinião. Trata-se de um livraço; quanto ao filme, não posso fazer a mesma afirmação.

O livro O Concorrente é fantástico e não é a toa que o próprio Stephen King o considera o melhor dos cinco livros escritos pelo seu alter ego Richard Bachman.

Utilizando-se de uma narrativa extremamente vigorosa e realista, Bachman/King, transporta o leitor para um mundo futurista, em 2025  (frisando que o autor escreveu a história em 1982), dominado pelos meios de comunicação onde a televisão é a grande vedete. Ela invade os lares americanos saciando o desejo de sangue dos telespectadores através de uma rede de TV especialista em promover jogos onde o vencedor ganha como prêmio a vida e o perdedor, a morte. A impressão que temos, ao ler o livro, é que estamos retrocedendo à Roma dos gladiadores, mas à uma Roma do futuro.

Capa do livro publicado no Brasil em 1982

Nesse futuro distópico, os Estados Unidos afundaram em miséria, poluição e repressão. A única coisa que ainda funciona - e muito bem - é a televisão. Controlada por uma megacorporação implacável, a programação oferece ao povo o que ele mais deseja: violência, drama e sangue ao vivo. É nesse contexto sufocante que Ben Richards, um homem desesperado, sem emprego e com uma filha doente, aceita participar de O Foragido, o reality show mais mortal da grade: trinta dias de fuga ininterrupta, enquanto é caçado por assassinos profissionais. Cada passo seu é filmado. Se ele conseguir escapar com vida desse jogo, ele recebe uma grande quantia em dinheiro que poderá mudar a sua vida e mais do que isso, salvar a vida de sua filha.

O Ben Richards criado por King é um personagem complexo, movido pelo ódio que brota de sua alma por não ter dinheiro suficiente para salvar a filha. Esse ódio cresce ainda mais, quando ele é obrigado a se humilhar na frente de milhares de pessoas que passam a caçá-lo como um animal, querendo o seu sangue em troca da vida de sua filha. Essa personalidade conflituosa do personagem das páginas de King/Bachman não existe no brutamontes interpretado por Schwarzenegger que só pensa em fugir, lutar e bater.

O relançamento de O Concorrente, com uma nova tradução, faz parte de um projeto da editora Suma, já em andamento, para trazer de volta obras de King escritas sob o pseudônimo de Richard Bachman, explorando gêneros além do horror, como o de ficção científica presente neste livro.

Em "O Concorrente", remake do filme "O Sobrevivente", Glen Powell assume o papel que foi de Arnold Schwarzenegger na produção de 1987

Galera, vocês prestaram atenção nas linhas que eu escrevi nesse penúltimo parágrafo? Cara, tenha certeza de que eu quase surtei quando soube dessa informação. E não é para menos: a Suma decidiu relançar todas as histórias escritas pelo Tio King na época em que ele adotou o pseudônimo Richard Bachman. Isto quer dizer que ainda seremos presenteados com os relançamentos de A Auto-Estrada (1981), A Maldição do Cigano (1984) e Os Justiceiros (1996), os três com um novo layout e uma nova tradução, seguindo o mesmo projeto gráfico de A Longa Marcha lançado em 2023 e de O Concorrente que chega no mês de agosto.

Vamos também torcer para que dentro do pacote do projeto “Os Livros de Bachman” da Suma esteja Blaze, romance inédito de King, escrito antes de Carrie. Vale lembrar que King reescreveu, editou e atualizou a novela inteira.

Quanto a Rage (1977) publicado no Brasil com o título de Fúria é bom não alimentarmos nenhuma esperança já que após o tiroteio na escola Heath High, King anunciou a proibição do livro temendo que isso pudesse inspirar tragédias semelhantes. Fúria por um tempo continuou a estar disponível no Brasil em Os Livros Bachman. Por isso aqueles que tiverem um exemplar dessa obra publicada em 1977 pela editora Francisco Alves, guarde num cofre cercado de seguranças porque você tem em mãos um verdadeiro tesouro. Destaco ainda que em uma nota de rodapé no prefácio de Blaze, de 30 de Janeiro de 2007, King escreveu sobre Rage:. “Agora fora de catálogo, e é uma coisa boa.”

Pera aí, deixe-me escrever algumas linhas sobre o remake do filme medonho com Arnold Schwarzenegger. Vamos lá: o novo filme que vai se chamar “O Concorrente” – mesmo título do livro de Richard Bachman) - estreia em 06 de novembro de 2025 e será estrelado por Glen Powell, que assume o papel de Arnold Schwarzenegger, e conta com a direção de Edgar Wright. 4. Powell, para quem não sabe, interpretou o piloto Jake ‘Hangman’ Seresin em “Top Gun: Maverick”, um jovem e arrogante piloto da Marinha dos EUA. Ele também esteve presente no filme Twisters lnaçdo em 2024.

Tomara que o filme “O Concorrente” seja melhor do que o seu antecessor.

Valeu galera!

 

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