O que vocês acham de “O Pequeno Príncipe” de Antoine
de Saint-Exupéry? Com certeza, amam, estou certo? Pois é, e se eu lhes
dissesse que esse autor francês encontrou inspiração para escrever “O Pequeno
Príncipe” graças a uma obra desconhecida e que se perdeu através dos tempos?
Que coisa, não é?! Muitos leitores tem a convicção
de que Saint-Exupéry não se inspirou em nenhuma outra obra, manuscrito, papiro,
pergaminho ou o escambau a quatro para compor o seu famoso princepizinho em
1943. Mas a realidade pode ter sido outra. Saint-Exupéry teria se inspirado em
outro menino chamado Patachou para escrever o seu livro. Mas enquanto “O
Pequeno Príncipe” rompeu a ‘barreira do som’ se tornando um clássico da
literatura mundial, sendo traduzido para mais de 200 idiomas e chegando a
vender uma média de 300 mil exemplares por ano só no Brasil, as obras “Patachou, Petit Garçon” e “Les
Histoires de Patachou” fizeram sucesso somente na França a partir do final dos
anos 1920 – mas acabaram pouco conhecidas fora do país, incluindo a nossa amada
terrinha, sem traduções para o
português.
As coletâneas de contos que inspiraram o autor Saint-Exupéry
foi escrita pelo poeta francês Tristan Dèreme que narra várias histórias de um
menino chamado Patachou (Patachu na tradução para o português). Depois de
fazerem muito sucesso, e de serem publicadas em versões ilustradas pelo artista
André-Hellé, as histórias de Patachu ficaram perdidas. No Brasil, por exemplo,
ninguém ouviu falar delas. Bem... pelo menos até agora, já que a Editora Piu
iniciou há algum tempo uma vaquinha virtual – que inclusive, termina nesta
terça-feira, dia 12 – com o objetivo de publicar os dois volumes escritos por Dèreme.
As histórias criadas pelo poeta francês falam de
Patachou, um garoto que ganhou esse apelido porque, um belo dia, foi
surpreendido com o dedo em uma pâte à choux (uma massa francesa que é base para
várias receitas de confeitaria). Os livros são divididos em pequenos contos que
misturam prosa e poesia, trazem brincadeiras e revelam a descoberta do mundo
pelos olhos da infância.
“O texto é de 1929, mas, assim como outros tantos
livros clássicos, ele aborda questões universais que são comuns a crianças de
todas as épocas, culturas e lugares. O autor enfatiza a imaginação, o ritmo, a
musicalidade, o humor e, ao mesmo tempo, uma pitada de melancolia. Dizem que
Saint-Exupéry se inspirou justamente nesse estilo”, diz a escritora Paula
Taitelbaum, que está à frente da editora Piu e do financiamento coletivo para
trazer a obra ao Brasil.
E aqueles que estão aguardando com expectativa a
publicação dessa coletânea já podem comemorar, porque tudo indica que a
vaquinha vitual que tinha por objetivo arrecadar R$ 34 mil, deu certo. Até
agora, a arrecadação está na casa dos R$ 37 mil. Portanto, com certeza teremos
o lançamento das aventuras de Patachu no Brasil.
Valeu!
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