Cara, palavra de honra que antes de escrever esse post fui me aconselhar com uma multidão de pessoas mais ‘chegadas’. Sobrou pra todo mundo: namorada, irmão, amigos, colegas, tio, sobrinho e pasmem até para o ‘seo’ Touro. Pera aí, calma... calma... não se trata de nenhum animal de corte ou reprodutor, mesmo porque não sou o Dr. Dolittle para conversar com os bichos. Touro é o apelido do meu querido velho que ficou conhecido assim por causa de sua fortaleza física e mental, apesar dos seus tão decantados 88 anos.
Bem pessoal, todos eles, menos o Touro torceram o nariz para a minha idéia, alguns chegaram ao ponto de me acusar de falta de criatividade. “Vira o disco! De novo vai falar sobre King!!”; “Logo, logo o seu blog vai ficar descaracterizado, afinal a ‘maioria’ dos posts só falam desse tal King!”; “José... o cara é bom, sei disso, mas está dando a impressão que ele tá lhe passando um jabazinho para sair tantas vezes no blog; dá um stop pô!”. Olha, confesso que essa última acusação doeu, aliás me quebrou no meio; imagine só, Stephen King me pagando um jabá!! Como se ele precisasse disso e como se esse blogueiro aqui, fizesse parte da corja do mensalão. Pensei comigo mesmo: se existisse um ‘mensalão dos blogs literários’ eu seria o réu principal!
Resumindo, descartei todas as pedradas, pauladas, tesouras voadoras e ponta-pés; e segui apenas o conselho do ‘seo’ Touro.
- “O blog não é seu? Então faz o que quiser!”.
- “Valeu Touro!!”. Então o Sr. Sabe quem é Stephen King?!”
- “Hãa?? Quem??
Portanto galera, se vocês são fãs do grande mestre do terror e estavam afim de garimpar mais algumas ‘cositas’ com relação a “Sob a Redoma”, novo livro de King que será lançado no Brasil daqui há pouco mais de um mês, agradeçam ao Touro que mesmo não conhecendo o famoso autor acabou me dando uma força para a missão (rss).
Mas chega de enrolação e explicações. Vamos ao que interessa. “Sob a Redoma” será lançado em terras brasileiras no dia 1º de outubro próximo. Essa data, com certeza já está sendo comemorada pela grande legião de fãs ‘verde e amarelo’ de Stephen King. Afinal, estamos se referindo ao lançamento do livro de uma das ‘lendas vivas’ da literatura de terror que não publicava uma obra inédita no Brasil há muitos anos.
E seguindo a risca o “estilo King”, o novo livro do autor mais se parecerá um calhamaço com uma montanha de folhas. São ‘somente’ 960 páginas à serem devoradas! Digo ‘estilo King’, porque é difícil ver uma obra do mestre com poucas páginas. Ele pode demorar para escrever, mas quando resolve publicar um livro, os leitores podem se preparar porque o dito cujo chega ‘rasgando’, ultrapassando as 800 e beirando as 1.000 páginas!
Segundo release da Editora Objetiva - da qual a Suma de Letras, responsável pelo lançamento do livro no Brasil, faz parte - a história de “Sob a Redoma” se passa em Chester’s Mill, no Maine. Na trama, em um dia como outro qualquer, a pequena cidade é subitamente isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela veio e quando — ou se — ela irá desaparecer. Os moradores de Chester’s Mill percebem que terão de lutar por sua sobrevivência. Pessoas morrem, aparelhos eletrônicos entram em pane ao se aproximar da redoma e a situação fica ainda mais grave quando a cidade se vê exposta às graves consequências ecológicas da barreira. Para piorar a situação, James “Big Jim” Rennie, político dissimulado e um dos três membros do conselho executivo da cidade, usa a redoma como um meio de dominar a cidade. Enquanto isso, o veterano da guerra do Iraque, Dale Barbara, é reincorporado ao serviço militar e promovido à posição de coronel. Big Jim, insatisfeito com a perda de autoridade que tal manobra poderia significar, encoraja um sentimento local de pânico para aumentar seu poder de influência. O veterano se une a um grupo de moradores para manter a situação sob controle e impedir que o caos se instaure. Junto a ele estão a proprietária do jornal local, uma enfermeira, uma vereadora e três crianças destemidas.
No entanto, Big Jim está disposto até a matar para continuar no poder, apoiado por seu filho, que guarda a sete chaves um segredo. Mas os efeitos da redoma e das manobras políticas de Jim Rennie não são as únicas preocupações dos habitantes. O isolamento expõe os medos e as ambições de cada um, até os sentimentos mais reprimidos. Assim, enquanto correm contra o pouco tempo que têm para descobrir a origem da redoma e uma forma de desfazê-la, ainda terão de combater a crueldade humana em sua forma mais primitiva.
Taí um breve resumo de “Sob a Redoma”. Mais uma vez, King provou que para escrever uma boa história de terror não há a necessidade de se apelar para monstros horripilantes ou gosmentos ou, ainda, mutilações, mortos vivos e isso ou aquilo. Não estou afirmando que King nunca se utilizou desses artifícios. É evidente que em algumas de suas histórias aparecem esses elementos, mas ele não faz disso uma regra. Pelo contrário, o seu forte é o chamado ‘terror psicológico’ e também o ‘terror real’, ou seja, quando o medo está arraigado em nossos pensamentos ou então faz parte das coisas rotineiras do nosso dia a dia.
“Sob a Redoma” explora bem esse tipo de terror. Em Chester’s Mill não há a necessidade de seres sobrenaturais para assustar os leitores; as próprias atitudes dos moradores fazem isso. A cada página que lemos descobrimos do que o ser humano acuado ou privado de sua liberdade é capaz. Alguns personagens da história, que no início julgávamos centrados e coerentes, passam a mostrar o seu ‘lado monstro’ por causa da pressão ou do perigo que enfrentam.
Agora, só resta esperar e contar nos dedos os dias que faltam para a chegada de 1º de outubro quando as livrarias tupiniquins receberão “Sob a Redoma”. Depois disso é só preparar o coração para a chegada de “11/22/63” que na terra do Tio Sam já ganhou o status de “obra prima”.
Valeu!
8 comentários
Não sei se serve de consolo quanto à suposta "descaracterização" do seu blog, mas o fato de ter feito posts recentes sobre o King me fez visitá-lo várias vezes.
ResponderExcluirEnfim...
Pela resenha, esse novo livro aí não vai ser tão focado no terror e sim numa espécie de ficção-científica com possíveis lições de moral. Ou retratos da natureza humana. Algo do tipo.
Pessoalmente, prefiro o estilo mais clássico do autor. Ah, e o Tourão aí tem razão: o blog é seu então você escreve sobre o que te der na telha. Não imponha regras a si próprio quanto a isso.
Ah, e tô lendo Christine.
Abraço.
gatosmucky.blogspot.com
Pois é Augusto, vamos ver como King se sai nesse novo estilo. Aliás, 11/22/63 não foge muito disso, ou seja, o terror passa longe. Vc escreveu que está lendo Christine. Sabe, esse é um dos livros que estou na dúvida: se leio ou não... O que está achando??
ExcluirAbcs!!
Também demorei uns sete meses para lê-lo depois que comprei. Fiquei um pouco receoso quanto ao tema, mas até agora - estou na página trezentos e alguma coisa - está legal.
ResponderExcluirPor enquanto não está nada assustador, mas a gente é forçado a admitir que o texto do cara é gostoso pra caramba de ser lido.
Quando terminar, te digo se realmente gostei ou não.
Abraço.
regthorpe.blogspot.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstou preparando um especial sobre o livro no stephenking.com.br. Dá uma passadinha lá pra dar uma conferida, se puder... Abraço!
ResponderExcluirOlá! Somos da Suma de Letras e gostaríamos de falar com você sobre Stephen King. Pode nos escrever em blogs@objetiva.com.br?
ResponderExcluirOlá, tbm tenho um blog aparentemente livre de temáticas e essa sua observação da descaracterização tbm parece que se aplica a mim, pois já fiz vários posts sobre o king e nem havia percebido!Mal posso esperar para por as mãos nesse livro. A propósito me visite:Wesleycreek.blogspot.com.br
ResponderExcluirQuem bom que esse 'lance de descaracterização Kingniana'não atinge só a mim (rsss).
ExcluirÉ claro que visitarei o seu blog e deixarei comentários..
Gde abraço!!