O Meu Pé de Laranja Lima: a relação de amizade entre Zezé e o Português me fizeram, novamente, reler a obra e... chorar

23 outubro 2025

Olha galera, quero avisar já de antemão que esse post terá alguns spoilers que talvez possam fazer com que a leitura perca um pouco de seu impacto, principalmente para aqueles que ainda não leram a obra de José Mauro de Vasconcelos ou então não assistiram as suas adaptações no cinema e na TV. Mas prometo que tentarei ser o mais discreto possível, mesmo assim serei obrigado a dizer escrever: “leiam por conta e risco”.

Bem, vamos lá. Já tinha lido e relido O Meu Pé de Laranja Lima e amado de paixão a história daquele menino travesso – e ‘bota’ travesso nisso -, sonhador e carinhoso chamado Zezé e de seu pé de laranja lima. Gostei tanto que acabei escrevendo uma resenha que publiquei há pouco mais de oito anos (veja aqui).

A prova de que amei a história de Zezé foi a de que, novamente, bateu uma vontade enorme de reler o livro e foi isso que eu fiz. Um dos momentos mais emocionantes do enredo e confesso que chorei, chorei mesmo, foi o capítulo envolvendo Zezé e Manoel Valadares, mais conhecido pelo seu apelido de Português. 

A relação de amor e respeito entre esses dois personagens é uma das ‘coisas’ mais lindas de O Meu Pé de Laranja Lima. Este relacionamento nos ensina o que é a amizade incondicional, ou seja, aquela amizade que não impõe condições – por menores que sejam. Ela é baseada num único elemento, no amor. O tipo da amizade na qual caberiam frases como: “Por você eu faria qualquer sacrifício”, “você é muito importante para mim” e principalmente: “eu te amo”.

Quando comecei a reler, pela segunda vez, a obra de Vasconcelos tinha a intenção de reler apenas os capítulos em que apareciam Zezé e o Português (a quem Zezé chamava carinhosamente de ‘Portuga’) mas acontece que o enredo do livro é tão viciante que acabei relendo todas as suas páginas quarta vez. E querem saber? Chorei, novamente, quarta vez.

Cara, aliás, não tem como não chorar no momento em que a ‘tesoura do destino’ corta o fio dessa amizade de uma maneira tão trágica e marca profundamente a vida de um menino, incompreendido até mesmo pelos seus pais e irmãos e que havia encontrado no ‘Portuga’ tudo o que ele necessitava: amor, carinho, compreensão e principalmente correção fraterna, sem surras, mas com palavras e gestos que valem muito mais do que palmadas ou tapas.

O protagonista Zezé tem 6 anos de idade e mora num bairro modesto, na zona norte do Rio de Janeiro. O pai está desempregado, e a família passa por dificuldades. O menino vive aprontando, se jamais se conformar com as limitações que o mundo lhe impõe – viaja com a sua imaginação, brinca, explora, descobre, responde aos adultos, mete-se em confusões, causa pequenos desastres.

As surras que lhe aplicam seu pai e sua irmã mais velha são o seu suplício, a ponto de fazê-lo querer desistir da vida. Tudo isso muda quando o “Portuga” entra em cena. A sensação que tive ao concluir a leitura de O Meu Pé de Laranja Lima foi a de que o Português foi um anjo muito especial aqui na terra e que após cumprir a sua missão...

Encerro, convidando a galera para que leiam o livro. Se você ainda não conhece a história de Zezé, com certeza, entrará para o meu time; o time daqueles que jamais irão se cansar de reler esse enredo fantástico.

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