Olha galera, quero avisar já de antemão que esse post
terá alguns spoilers que talvez possam fazer com que a leitura perca um pouco
de seu impacto, principalmente para aqueles que ainda não leram a obra de José
Mauro de Vasconcelos ou então não assistiram as suas adaptações no cinema e na
TV. Mas prometo que tentarei ser o mais discreto possível, mesmo assim serei
obrigado a dizer escrever: “leiam por conta e risco”.
Bem, vamos lá. Já tinha lido e relido O Meu Pé de Laranja Lima e amado de
paixão a história daquele menino travesso – e ‘bota’ travesso nisso -, sonhador
e carinhoso chamado Zezé e de seu pé de laranja lima. Gostei tanto que acabei
escrevendo uma resenha que publiquei há pouco mais de oito anos (veja aqui).
A prova de que amei a história de Zezé foi a de que, novamente, bateu uma vontade enorme de reler o livro e foi isso que eu fiz. Um dos momentos mais emocionantes do enredo e confesso que chorei, chorei mesmo, foi o capítulo envolvendo Zezé e Manoel Valadares, mais conhecido pelo seu apelido de Português.
A relação de amor e respeito entre esses dois personagens é uma
das ‘coisas’ mais lindas de O Meu Pé de
Laranja Lima. Este relacionamento nos ensina o que é a amizade
incondicional, ou seja, aquela amizade que não impõe condições – por menores
que sejam. Ela é baseada num único elemento, no amor. O tipo da amizade na qual
caberiam frases como: “Por você eu faria qualquer sacrifício”, “você é muito
importante para mim” e principalmente: “eu te amo”.
Quando comecei a reler, pela segunda vez, a obra de
Vasconcelos tinha a intenção de reler apenas os capítulos em que apareciam Zezé
e o Português (a quem Zezé chamava carinhosamente de ‘Portuga’) mas acontece
que o enredo do livro é tão viciante que acabei relendo todas as suas páginas quarta
vez. E querem saber? Chorei, novamente, quarta vez.
Cara, aliás, não tem como não chorar no momento em que
a ‘tesoura do destino’ corta o fio dessa amizade de uma maneira tão trágica e
marca profundamente a vida de um menino, incompreendido até mesmo pelos seus
pais e irmãos e que havia encontrado no ‘Portuga’ tudo o que ele necessitava:
amor, carinho, compreensão e principalmente correção fraterna, sem surras, mas
com palavras e gestos que valem muito mais do que palmadas ou tapas.
O protagonista Zezé tem 6 anos de idade e mora num
bairro modesto, na zona norte do Rio de Janeiro. O pai está desempregado, e a
família passa por dificuldades. O menino vive aprontando, se jamais se
conformar com as limitações que o mundo lhe impõe – viaja com a sua imaginação,
brinca, explora, descobre, responde aos adultos, mete-se em confusões, causa
pequenos desastres.
As surras que lhe aplicam seu pai e sua irmã mais
velha são o seu suplício, a ponto de fazê-lo querer desistir da vida. Tudo isso
muda quando o “Portuga” entra em cena. A sensação que tive ao concluir a
leitura de O Meu Pé de Laranja Lima
foi a de que o Português foi um anjo muito especial aqui na terra e que após
cumprir a sua missão...
Encerro, convidando a galera para que leiam o livro.
Se você ainda não conhece a história de Zezé, com certeza, entrará para o meu
time; o time daqueles que jamais irão se cansar de reler esse enredo fantástico.
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