Dia das mães: 8 livros sobre relações maternais para celebrar o amor entre mães e filhos

04 maio 2025

Tenho o hábito de publicar as minhas postagens a cada quatro ou cinco dias e quando estou no sufoco, por causa de alguns afazeres profissionais, os post podem demorar até uma semana para “pingar” aqui no blog – ‘coisas’ de quem mantem sozinho um blog – mas acontece que esse mês de maio foi atípico para o “Livros e Opinião”. Explico o porquê. Depois de ter dado uma pausa no blog (como conto melhor aqui) resolvi retornar justamente no final de abril, para ser exato no dia 24; e assim, lá vou eu escrever um texto sobre o tal retorno e os motivos da minha pausa. Três dias antes, os meios de comunicação em todo o mundo soltaram a bomba: “O papa Francisco morreu!”. Então pensei comigo: “tenho que aproveitar a atualidade do assunto para prestar a minha homenagem a esse papa tão especial. E adivinhem? Lá vou eu, novamente, preparar um post, dessa vez sobre a morte do papa (ver aqui). “Entonce” me lembrei de uma causa muito importante que abracei há algum tempo – sem nenhuma conexão com literatura. Trata-se de um projeto de lei que beneficiaria todos os aposentados por invalidez e pessoas com deficiência, mas que de maneira surpreendente e decepcionante foi vetado pelo presidente Lula. Como esse veto cruel vai ser analisado e votado pelo Congresso Nacional no próximo dia 27, decidi escrever um post sobre o assunto, já que estou engajado nessa luta (o post vai ser publicado nesta terça-feira, dia 6). Acabou? Não; tem mais. Vejam só, enquanto preparava essas postagens chegou a informação de que o Vaticano havia, finalmente, definido uma data para a realização do conclave que escolherá o novo papa que irá substituir Francisco. E, adivinhem??? Lá vou eu escrever um post sobre isso e que já foi publicado anteriormente (confira aqui). 

Ufa! Quando estava começando a respirar... Êpa! Tá faltando alguma coisa aí – pensei. É isso! O Dia da Mães, caramba! 12 de Maio está praticamente aí e eu não preparei nenhum post! – exclamei. Lembrando que se eu fosse publicar uma lista sugerindo livros para as mães – como de fato, estou fazendo nessa postagem - teria de publicar essa lista com uma antecedência  - já no aperto e passando da hora – de pelo menos sete dias para que as mães ou os seus filhos tivessem tempo de hábil de comprar as obras pela Internet.

Taí a galera, o motivo de ter publicado um post ontem e, imediatamente, outro no dia seguinte. Lembrando que para aqueles que estão lendo esse texto no dia 4 de maio/2025 ainda verão mais uma postagem na terça-feira (6).

Mas não fiquem alegres ou tristes, depende (rs). Passados esses dias atípicos, o “Livros e Opinião” voltará a seguir o seu cronograma habitual de postagens.

Mas vamos nessa galera, vamos “falar” de livros para o Dia das Mães que está chegando. Neste post indiquei 8 obras sobre a relação “Mãe & Filhos”. Os enredos abordam relações familiares, a educação de filhos e o que eles podem ensinar às mães, adoção, criação de expectativas e sonhos, a vida além da maternidade das mulheres.

Ah! Antes que me esqueça, deixe-me revelar um dado interessante. Vocês sabiam que as mulheres – tenham filhos ou não - são 57% dos leitores brasileiros, segundo a pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, feita no final de 2023 a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL)? Pois é; interessante, não acham?

Conheça abaixo oito livros sobre relações maternais para dar de presente neste domingo (12), Dia das Mães.

01 – Minha mãe é um sucesso (Maria Alícia Lima Peralta)

O livro organizado pela executiva Maria Alicia Lima Peralta ensina como conciliar uma carreira de sucesso com a maternidade reunindo 21 relatos de mães que são destaques no mundo corporativo e compartilham os seus desafios, escolhas e sacrifícios na busca por esse equilíbrio. 

A obra traz ainda uma perspectiva inédita a essa jornada: a emocionante narrativa dos filhos dessas executivas, dando voz às suas experiências e revelando como o percurso profissional das mães influenciou suas próprias trajetórias.

Quem já leu Minha mãe é um sucesso afirma que o livro é um convite para enxergar o lado mais humano, afetivo e transformador da jornada de mulheres que equilibram grandes responsabilidades profissionais com a missão de educar, acolher e inspirar dentro de casa.

Detalhes técnicos:

Editora: Labrador

Páginas: 272

Ano de edição: 2025

Encadernação: Brochura

Formato: 16 x 23 x 1,5

02 – A culpa é da mãe? (Elizabeth Monteiro)

Elizabeth Monteiro é psicoterapeuta, escritora e palestrante internacional. Foi colunista da revista “Pais e Filhos” e já teve um quadro no programa “Domingão do Faustão”, na rede Globo, e um programa de TV, com sua filha Gabriela Monteiro, chamado “Acontece Lá em Casa”, no SBT. Trabalhou como monitora da cadeira de Psicologia Médica, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. 

É autora de vários livros sobre a relação pais e filhos, entre os quais: Criando filhos em tempos difíceis e Cadê o pai dessa criança?, mas sem dúvida a sua obra mais conhecida é A culpa é da mãe?.

Neste livro, a autora conta desde a época que em que foi neta, como eram as relações familiares antes e como foram se desenvolvendo até o período em que publicou o seu livro, em 2012. Ela praticamente faz um manual para mães e pais sobre a família no que se refere a educação dos filhos.

Trata-se de um livro catártico onde a escritora e psicoterapeuta relata suas experiências – muitas vezes desastradas – como mãe de quatro filhos. Como já escrevi acima, ela parte das relações familiares na época de sua avó e passando pela própria infância, onde mostra que as mães independentemente da geração erram, mas não devem se sentir culpadas por isso.

Detalhes técnicos:

Editora: Grupo Summus Editorial

Páginas: 280

Ano de edição: 2012

Encadernação: Brochura

Formato: 21 x 14 x 1,8

03 – As primeiras quatro estações (Fernada Witwytzky)

Neste livro, Fernada Witwytzky relata como ela sentiu e viveu o primeiro ano de vida de seus filhos, compartilha suas angústias e estratégias, além de mostrar como foi sua relação com Deus durante todo esse período – as mudanças e novas responsabilidades e os momentos mais difíceis e cansativos. Frisando que em sua primeira gravidez, ela acabou descobrindo que esperava não apenas um, mas dois bebês de uma vez só.  

Segundo a autora, assim como as estações do ano, a maternidade também traz consigo um novo olhar sobre a passagem dos dias. Cada estação tem suas peculiaridades: dias frios ou quentes, folhas coloridas ou secas. Mas Deus quer trabalhar “em cada uma de nós na exata estação em que estamos”. Fernanda diz que “no inverno ou no verão, no outono ou na primavera, podemos sempre contar com a ajuda de Deus, que é o dono de todas as estações”.

Para a autora esse livro é um abraço para todas as mães que se sentem inseguras em seu primeiro ano de vida com um bebê em casa. Segundo ela, a obra não serve para trazer respostas para essas mães e também falar o que fazer o tempo inteiro com um bebê. “O objetivo de As primeiras quatro estações é fazer com que as mães enxerguem a maternidade sob a perspectiva de um Deus que quer trabalhar nessas mulheres o dom de ser mães, em qualquer estação”.

Detalhes técnicos:

Editora: Thomas Nelson Brasil; Pilgrim

Páginas: 160

Ano de edição: 2021

Encadernação: Capa dura

Formato: 21,4 x 14 x 1,4

04 – Uma mulher (Annie Ernaux)

O livro de apenas 64 páginas é o último lançamento da autora no Brasil e foi publicado pela editora Fósforo. A escritora francesa Annie Ernaux ganhou prêmio Nobel pelo conjunto de sua obra em 2022.

Os leitores que já leram Uma mulher acharam a narrativa impecável, sensível e humana. Há melancolia, tristeza, negação dos fatos e muita emoção envolta da protagonista. Estes leitores adoraram mãe e filha.

Em Uma Mulher, a autora faz um breve histórico reflexivo sobre sua convivência com a mãe, enfatizando os momentos que marcaram esse convívio.

À flor da pele, Annie Ernaux atenta para as muitas facetas da dor, desde as mais ínfimas. “Alguns pensamentos deixam um buraco em mim: pela primeira vez, ela não vai ver a primavera.” Apesar disso, ela reconhece a dimensão social de seu luto: “perdi o último vínculo com o mundo do qual vim”. Nascida no início do século 20, sua mãe foi operária desde os doze anos. Tinha orgulho do ofício e de buscar a independência. “Ir longe”, assim Ernaux define o princípio que regeu a vida dessa mulher. Depois de se casar, abriu com o marido o café-mercearia onde trabalhou até a terceira idade.  

Leitora voraz e aberta para o mundo, estimulava os estudos da filha na tentativa de lhe prover o que nunca tivera. Quando, já viúva, vai viver com Ernaux e os netos. A partir daí, mãe e filha experimentam nas miudezas do cotidiano a distância que a ascensão social da filha singrou entre as duas. Com precisão cirúrgica, a autora recupera os detalhes dos gestos maternos, as expressões, a inquietude e a vivacidade que a mãe manteve até o fim da vida, numa casa de repouso, já acometida pelo Alzheimer. Um livro comovente na opinião dos leitores.

Detalhes técnicos:

Editora: Fósforo Editora

Páginas: 64

Ano de edição: 2024

Encadernação: Brochura

Formato: 13,5 x 1 x 20

05 – Minha criança trans (Thamirys Nunes)

Lançado em 2022 de forma independente, a obra é um relato de uma mãe que percebe a transgeneridade da filha ainda criança e muda as próprias crenças e seus sonhos para acolher a menina.

Thamirys ― dona de um perfil de mesmo nome nas redes sociais, onde fala sobre a relação com a filha chamada Ágatha ― aborda o quanto foi desacreditada por todos que estavam a sua volta, além de suas dúvidas e incertezas.

Mas, principalmente, fala sobre a felicidade e o bem-estar que percebia na filha quando ela podia brincar com determinados brinquedos e usar algumas roupas específicas, dentre outros elementos que observou.

Apesar de muitas dúvidas e incertezas, totalmente desacreditada por todos que a rodeavam, Thamirys Nunes não se bastou. A felicidade, o amor e o bem-estar de sua criança eram a sua prioridade

Enfim, Thamirys conta com detalhes as mudanças em sua vida ao perceber que era mãe de uma criança trans num livro autobiográfico e emocionante.

Além do livro, Thamirys também fundou em 2022 a “ONG Minha Criança Trans”, uma organização não governamental que trata exclusivamente das questões que envolvem crianças e adolescentes transgêneros.

Detalhes técnicos:

Editora: Autores Paranaenses

Páginas: 236

Ano de edição: 2021

Encadernação: Brochura

Formato: 16 x 23

06 – Extraordinário (R.J. Palacio)

No best seller publicado em 2012, Raquel Jaramillo, sob o pseudônimo R. J. Palacio. conta a história de Auggie Pullman, um garoto que sofre da síndrome de Treacher Collins, que causa deformação facial.

Palacio escreveu o livro após um incidente onde ela e seu filho, então com três anos de idade, estavam numa fila para comprar sorvete. Seu filho viu uma menina com deformidades faciais e começou a chorar. Tentando controlar a situação, Raquel tentou ir para longe com seu filho para não chatear a menina ou a família dela, mas isto acabou piorando a situação. Após ouvir a canção "Wonder", de Natalie Merchant, a autora se deu conta de que o incidente poderia ensinar uma lição à sociedade, e assim começou a escrever o livro, que leva o nome da canção.

Em Extraordinário, o personagem Auggie é um menino que nasceu com uma síndrome genética rara e precisou passar por diversas cirurgias no rosto. A mãe dele ensina-o, com seu amor e criatividade, a usar a imaginação para lidar com problemas e preconceitos.

Sendo o primeiro livro lançado da escritora R. J Palacio, Extraordinário é narrado em primeira pessoa, e possui uma linguagem simples que reflete exatamente a idade do personagem.

Possuindo uma relação admirável com os pais, a irmã e os amigos Summer e Jack Will, August é um garoto consciente, compreensível, e com o decorrer do livro só fica cada vez mais maduro, e o leitor mais apaixonado pelo personagem.

O livro foi adaptado para o cinema em 2017 e fez um grande sucesso.

Detalhes técnicos:

Editora: Intrínseca

Páginas: 320

Ano de edição: 2013

Encadernação: Brochura

Formato: 22,8 x 16 x 2 cm

07 – Mika na vida real (Emiko Jean)

Dezesseis anos após entregar Penny para adoção, Mika, 35 anos, recebe um telefonema da filha, que está determinada a construir uma relação com a mãe biológica.

A vida de Mika está uma bagunça, mas, para impressionar a adolescente, se vê forçada a inventar outra realidade.

Ela finge ser uma mulher madura e bem-sucedida na vida profissional e amorosa. Mas, apesar dos detalhes não serem verdadeiros, tudo o que compartilha com Penny é real: desejos, sonhos, medos e a relação com a cultura japonesa.

O livro, lançado em 2024 pela editora Intrínseca, é a mais nova obra da autora best-seller do New York Times Emiko Jean. De acordo com a maioria dos comentários de leitores nas redes sociais, trata-se de uma obra divertida e emocionante sobre maternidade e o verdadeiro significado de família.

Editora: Intrínseca

Páginas: 368

Ano de edição: 2024

Encadernação: Brochura

Formato: 13,5 x 2,4 x 21 cm

08 – Mães atípicas: A maternidade que ninguém vê (Mariana Sotero Bonnás)

Ninguém melhor do que Mariana Sotero Bonnás para escrever um livro com esse conteúdo. Ela é psicóloga e pedagoga e atende exclusivamente mulheres que têm filhos com necessidades específicas.

Segundo release da editora Gente, Mães atípicas: A maternidade que ninguém vê oferece ferramentas e reflexões para que as mães nessa situação encontrem força e resiliência, além de apresentar maneiras para que elas vivenciem momentos de felicidade genuína na sua trajetória.

Com base nas próprias vivências e em relatos de muitas outras mães, Mariana lembra que o amor e a coragem podem superar qualquer obstáculo e que ter um desenvolvimento atípico é, em todos os aspectos, ser extraordinário.

Editora: Gente

Páginas: 192

Ano de edição: 2025

Encadernação: Brochura

Formato: 16 x 1 x 23 cm

Taí, espero ter ajudado os filhos que ainda estão pensando qual livro deverão comprar para presentear as mamães leitoras. Por outro lado, você que é mãe e leu essa postagem, não precisa esperar pelo presente do filho. Basta visitar qualquer livraria física ou virtual e escolher o tema que mais lhe interessou. Quem sabe, você não acabe ganhando dois livros (rs)?

Inté!

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