Tenho o hábito de publicar as minhas postagens a cada
quatro ou cinco dias e quando estou no sufoco, por causa de alguns afazeres
profissionais, os post podem demorar até uma semana para “pingar” aqui no blog –
‘coisas’ de quem mantem sozinho um blog – mas acontece que esse mês de maio foi
atípico para o “Livros e Opinião”. Explico o porquê. Depois de ter dado uma
pausa no blog (como conto melhor aqui) resolvi retornar justamente no final de
abril, para ser exato no dia 24; e assim, lá vou eu escrever um texto sobre o
tal retorno e os motivos da minha pausa. Três dias antes, os meios de
comunicação em todo o mundo soltaram a bomba: “O papa Francisco morreu!”. Então
pensei comigo: “tenho que aproveitar a atualidade do assunto para prestar a
minha homenagem a esse papa tão especial. E adivinhem? Lá vou eu, novamente,
preparar um post, dessa vez sobre a morte do papa (ver aqui). “Entonce” me
lembrei de uma causa muito importante que abracei há algum tempo – sem nenhuma
conexão com literatura. Trata-se de um projeto de lei que beneficiaria todos os
aposentados por invalidez e pessoas com deficiência, mas que de maneira
surpreendente e decepcionante foi vetado pelo presidente Lula. Como esse veto
cruel vai ser analisado e votado pelo Congresso Nacional no próximo dia 27,
decidi escrever um post sobre o assunto, já que estou engajado nessa luta (o
post vai ser publicado nesta terça-feira, dia 6). Acabou? Não; tem mais. Vejam
só, enquanto preparava essas postagens chegou a informação de que o Vaticano havia,
finalmente, definido uma data para a realização do conclave que escolherá o
novo papa que irá substituir Francisco. E, adivinhem??? Lá vou eu escrever um
post sobre isso e que já foi publicado anteriormente (confira aqui).
Ufa! Quando estava começando a respirar... Êpa! Tá faltando
alguma coisa aí – pensei. É isso! O Dia da Mães, caramba! 12 de Maio está
praticamente aí e eu não preparei nenhum post! – exclamei. Lembrando que se eu
fosse publicar uma lista sugerindo livros para as mães – como de fato, estou
fazendo nessa postagem - teria de publicar essa lista com uma antecedência - já no aperto e passando da hora – de pelo
menos sete dias para que as mães ou os seus filhos tivessem tempo de hábil de
comprar as obras pela Internet.
Taí a galera, o motivo de ter publicado um post ontem
e, imediatamente, outro no dia seguinte. Lembrando que para aqueles que estão
lendo esse texto no dia 4 de maio/2025 ainda verão mais uma postagem na terça-feira
(6).
Mas não fiquem alegres ou tristes, depende (rs).
Passados esses dias atípicos, o “Livros e Opinião” voltará a seguir o seu
cronograma habitual de postagens.
Mas vamos nessa galera, vamos “falar” de livros para o
Dia das Mães que está chegando. Neste post indiquei 8 obras sobre a relação “Mãe
& Filhos”. Os enredos abordam relações familiares, a educação de filhos e o
que eles podem ensinar às mães, adoção, criação de expectativas e sonhos, a
vida além da maternidade das mulheres.
Ah! Antes que me esqueça, deixe-me revelar um dado
interessante. Vocês sabiam que as mulheres – tenham filhos ou não - são 57% dos
leitores brasileiros, segundo a pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, feita
no final de 2023 a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL)? Pois é;
interessante, não acham?
Conheça abaixo oito livros sobre relações maternais
para dar de presente neste domingo (12), Dia das Mães.
01
– Minha mãe é um sucesso (Maria Alícia Lima Peralta)
O livro organizado pela executiva Maria Alicia Lima Peralta
ensina como conciliar uma carreira de sucesso com a maternidade reunindo 21
relatos de mães que são destaques no mundo corporativo e compartilham os seus desafios,
escolhas e sacrifícios na busca por esse equilíbrio.
A obra traz ainda uma perspectiva inédita a essa
jornada: a emocionante narrativa dos filhos dessas executivas, dando voz às
suas experiências e revelando como o percurso profissional das mães influenciou
suas próprias trajetórias.
Quem já leu Minha
mãe é um sucesso afirma que o livro é um convite para enxergar o lado mais
humano, afetivo e transformador da jornada de mulheres que equilibram grandes
responsabilidades profissionais com a missão de educar, acolher e inspirar
dentro de casa.
Editora: Labrador
Páginas: 272
Ano de edição: 2025
Encadernação: Brochura
Formato: 16 x 23 x 1,5
02
– A culpa é da mãe? (Elizabeth Monteiro)
Elizabeth Monteiro é psicoterapeuta, escritora e
palestrante internacional. Foi colunista da revista “Pais e Filhos” e já teve
um quadro no programa “Domingão do Faustão”, na rede Globo, e um programa de
TV, com sua filha Gabriela Monteiro, chamado “Acontece Lá em Casa”, no SBT.
Trabalhou como monitora da cadeira de Psicologia Médica, no Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
É autora de vários livros sobre a relação pais e
filhos, entre os quais: Criando filhos em
tempos difíceis e Cadê o pai dessa
criança?, mas sem dúvida a sua obra mais conhecida é A culpa é da mãe?.
Neste livro, a autora conta desde a época que em que
foi neta, como eram as relações familiares antes e como foram se desenvolvendo
até o período em que publicou o seu livro, em 2012. Ela praticamente faz um
manual para mães e pais sobre a família no que se refere a educação dos filhos.
Trata-se de um livro catártico onde a escritora e psicoterapeuta
relata suas experiências – muitas vezes desastradas – como mãe de quatro
filhos. Como já escrevi acima, ela parte das relações familiares na época de
sua avó e passando pela própria infância, onde mostra que as mães
independentemente da geração erram, mas não devem se sentir culpadas por isso.
Detalhes
técnicos:
Editora:
Grupo Summus Editorial
Páginas:
280
Ano
de edição: 2012
Encadernação:
Brochura
Formato:
21 x 14 x 1,8
03
– As primeiras quatro estações (Fernada Witwytzky)
Neste livro, Fernada Witwytzky relata como ela sentiu
e viveu o primeiro ano de vida de seus filhos, compartilha suas angústias e
estratégias, além de mostrar como foi sua relação com Deus durante todo esse
período – as mudanças e novas responsabilidades e os momentos mais difíceis e
cansativos. Frisando que em sua primeira gravidez, ela acabou descobrindo que
esperava não apenas um, mas dois bebês de uma vez só.
Segundo a autora, assim como as estações do ano, a
maternidade também traz consigo um novo olhar sobre a passagem dos dias. Cada
estação tem suas peculiaridades: dias frios ou quentes, folhas coloridas ou
secas. Mas Deus quer trabalhar “em cada uma de nós na exata estação em que
estamos”. Fernanda diz que “no inverno ou no verão, no outono ou na primavera,
podemos sempre contar com a ajuda de Deus, que é o dono de todas as estações”.
Para a autora esse livro é um abraço para todas as
mães que se sentem inseguras em seu primeiro ano de vida com um bebê em casa. Segundo
ela, a obra não serve para trazer respostas para essas mães e também falar o
que fazer o tempo inteiro com um bebê. “O objetivo de As primeiras quatro estações é fazer com que as mães enxerguem a
maternidade sob a perspectiva de um Deus que quer trabalhar nessas mulheres o
dom de ser mães, em qualquer estação”.
Detalhes
técnicos:
Editora:
Thomas Nelson Brasil; Pilgrim
Páginas:
160
Ano
de edição: 2021
Encadernação:
Capa dura
Formato:
21,4 x 14 x 1,4
04
– Uma mulher (Annie Ernaux)
O livro de apenas 64 páginas é o último lançamento da
autora no Brasil e foi publicado pela editora Fósforo. A escritora francesa Annie
Ernaux ganhou prêmio Nobel pelo conjunto de sua obra em 2022.
Os leitores que já leram Uma mulher acharam a narrativa impecável, sensível e humana. Há
melancolia, tristeza, negação dos fatos e muita emoção envolta da protagonista.
Estes leitores adoraram mãe e filha.
Em Uma Mulher,
a autora faz um breve histórico reflexivo sobre sua convivência com a mãe,
enfatizando os momentos que marcaram esse convívio.
À flor da pele, Annie Ernaux atenta para as muitas
facetas da dor, desde as mais ínfimas. “Alguns pensamentos deixam um buraco em
mim: pela primeira vez, ela não vai ver a primavera.” Apesar disso, ela reconhece
a dimensão social de seu luto: “perdi o último vínculo com o mundo do qual
vim”. Nascida no início do século 20, sua mãe foi operária desde os doze anos.
Tinha orgulho do ofício e de buscar a independência. “Ir longe”, assim Ernaux
define o princípio que regeu a vida dessa mulher. Depois de se casar, abriu com
o marido o café-mercearia onde trabalhou até a terceira idade.
Leitora voraz e aberta para o mundo, estimulava os
estudos da filha na tentativa de lhe prover o que nunca tivera. Quando, já
viúva, vai viver com Ernaux e os netos. A partir daí, mãe e filha experimentam
nas miudezas do cotidiano a distância que a ascensão social da filha singrou
entre as duas. Com precisão cirúrgica, a autora recupera os detalhes dos gestos
maternos, as expressões, a inquietude e a vivacidade que a mãe manteve até o
fim da vida, numa casa de repouso, já acometida pelo Alzheimer. Um livro
comovente na opinião dos leitores.
Editora: Fósforo Editora
Páginas: 64
Ano de edição: 2024
Encadernação: Brochura
Formato: 13,5 x 1 x 20
05
– Minha criança trans (Thamirys Nunes)
Lançado em 2022 de forma independente, a obra é um
relato de uma mãe que percebe a transgeneridade da filha ainda criança e muda
as próprias crenças e seus sonhos para acolher a menina.
Thamirys ― dona de um perfil de mesmo nome nas redes
sociais, onde fala sobre a relação com a filha chamada Ágatha ― aborda o quanto
foi desacreditada por todos que estavam a sua volta, além de suas dúvidas e
incertezas.
Mas, principalmente, fala sobre a felicidade e o
bem-estar que percebia na filha quando ela podia brincar com determinados
brinquedos e usar algumas roupas específicas, dentre outros elementos que
observou.
Apesar de muitas dúvidas e incertezas, totalmente
desacreditada por todos que a rodeavam, Thamirys Nunes não se bastou. A
felicidade, o amor e o bem-estar de sua criança eram a sua prioridade
Enfim, Thamirys conta com detalhes as mudanças em sua
vida ao perceber que era mãe de uma criança trans num livro autobiográfico e
emocionante.
Além do livro, Thamirys também fundou em 2022 a “ONG
Minha Criança Trans”, uma organização não governamental que trata
exclusivamente das questões que envolvem crianças e adolescentes transgêneros.
Detalhes
técnicos:
Editora:
Autores Paranaenses
Páginas:
236
Ano
de edição: 2021
Encadernação:
Brochura
Formato:
16 x 23
06
– Extraordinário (R.J. Palacio)
No best seller publicado em 2012, Raquel Jaramillo,
sob o pseudônimo R. J. Palacio. conta a história de Auggie Pullman, um garoto
que sofre da síndrome de Treacher Collins, que causa deformação facial.
Palacio escreveu o livro após um incidente onde ela e
seu filho, então com três anos de idade, estavam numa fila para comprar
sorvete. Seu filho viu uma menina com deformidades faciais e começou a chorar.
Tentando controlar a situação, Raquel tentou ir para longe com seu filho para
não chatear a menina ou a família dela, mas isto acabou piorando a situação.
Após ouvir a canção "Wonder", de Natalie Merchant, a autora se deu
conta de que o incidente poderia ensinar uma lição à sociedade, e assim começou
a escrever o livro, que leva o nome da canção.
Em Extraordinário,
o personagem Auggie é um menino que nasceu com uma síndrome genética rara e
precisou passar por diversas cirurgias no rosto. A mãe dele ensina-o, com seu
amor e criatividade, a usar a imaginação para lidar com problemas e
preconceitos.
Sendo o primeiro livro lançado da escritora R. J
Palacio, Extraordinário é
narrado em primeira pessoa, e possui uma linguagem simples que reflete
exatamente a idade do personagem.
Possuindo uma relação admirável com os pais, a irmã e
os amigos Summer e Jack Will, August é um garoto consciente, compreensível, e
com o decorrer do livro só fica cada vez mais maduro, e o leitor mais
apaixonado pelo personagem.
O livro foi adaptado para o cinema em 2017 e fez um
grande sucesso.
Detalhes técnicos:
Editora:
Intrínseca
Páginas:
320
Ano
de edição: 2013
Encadernação:
Brochura
Formato:
22,8 x 16 x 2 cm
07
– Mika na vida real (Emiko Jean)
Dezesseis anos após entregar Penny para adoção, Mika,
35 anos, recebe um telefonema da filha, que está determinada a construir uma
relação com a mãe biológica.
A vida de Mika está uma bagunça, mas, para
impressionar a adolescente, se vê forçada a inventar outra realidade.
Ela finge ser uma mulher madura e bem-sucedida na vida
profissional e amorosa. Mas, apesar dos detalhes não serem verdadeiros, tudo o
que compartilha com Penny é real: desejos, sonhos, medos e a relação com a
cultura japonesa.
O livro, lançado em 2024 pela editora Intrínseca, é a
mais nova obra da autora best-seller do New York Times Emiko Jean. De acordo
com a maioria dos comentários de leitores nas redes sociais, trata-se de uma
obra divertida e emocionante sobre maternidade e o verdadeiro significado de
família.
Páginas: 368
Ano de edição: 2024
Encadernação: Brochura
Formato: 13,5 x 2,4 x 21 cm
08
– Mães atípicas: A maternidade que ninguém vê (Mariana Sotero Bonnás)
Ninguém melhor do que Mariana Sotero Bonnás para
escrever um livro com esse conteúdo. Ela é psicóloga e pedagoga e atende
exclusivamente mulheres que têm filhos com necessidades específicas.
Segundo release da editora Gente, Mães atípicas: A maternidade que ninguém vê oferece ferramentas e
reflexões para que as mães nessa situação encontrem força e resiliência, além
de apresentar maneiras para que elas vivenciem momentos de felicidade genuína
na sua trajetória.
Com base nas próprias vivências e em relatos de muitas
outras mães, Mariana lembra que o amor e a coragem podem superar qualquer
obstáculo e que ter um desenvolvimento atípico é, em todos os aspectos, ser
extraordinário.
Editora:
Gente
Páginas:
192
Ano
de edição: 2025
Encadernação:
Brochura
Formato:
16 x 1 x 23 cm
Taí, espero ter ajudado os filhos que ainda estão
pensando qual livro deverão comprar para presentear as mamães leitoras. Por
outro lado, você que é mãe e leu essa postagem, não precisa esperar pelo
presente do filho. Basta visitar qualquer livraria física ou virtual e escolher
o tema que mais lhe interessou. Quem sabe, você não acabe ganhando dois livros
(rs)?
Inté!
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