Foi Trash, muito trash. Me desculpem galera, mas não
posso mentir para todos aqueles que seguem o blog, “dizendo” que gostei de “Mister
Magic” de Kiersten White. Aliás, pensando melhor; gostei sim. Gostei da premissa
do enredo e dos capítulos iniciais, mas depois... como diz o velho ditado
popular: “a maionese desandou”.
Veja se um plot com essas características não consegue
prender a sua atenção. Vamos lá: Pense num programa infantil de televisão de
grande sucesso – um verdadeiro fenômeno de audiência – apresentado por seis
crianças e um sujeito que faz o papel de um mágico misterioso que “funciona”
como mentor dessas crianças em suas brincadeiras. Ninguém vê o rosto desse
homem misterioso. Dentre os seis apresentadores mirins – três homens e três
mulheres – uma delas é a que mais se destaca. Ela se chama Valentine ou simplesmente
Val, mas por um motivo (motivo esse que só é revelado perto do final da trama) o
seu pai a sequestra e foge com a filha para um lugar bem isolado e ainda a proíbe
de falar com outras pessoas e de ir até a cidade sozinha. Este processo de
ruptura com o programa que ocorreu há 30 anos foi tão abrupto que acabou
criando um trauma em Val, hoje já adulta, que não se lembra absolutamente nada
do que aconteceu naquela época e nem do motivo que levou o seu pai a ter essa atitude.
Ela só acredita que algo muito grave aconteceu com o tal programa que se chamava
“Mister Mágic” e agora, após mais de três décadas, ela quer desvendar esse
mistério. Paro por aqui para não entregar mais detalhes e implodir o enredo com
spoilers.
Agora me respondam se esse plot não despertou o seu
interesse? Cara, eu fiquei curiosíssimo para descobrir “N” coisas. Primeiro:
por que a criança foi sequestrada pelo
seu próprio pai e se manteve incomunicável com o mundo exterior durante 30
anos? Segundo: por que o programa terminou de uma maneira tão rápida e
misteriosa? Terceiro: porque ninguém encontra nenhuma notícia de “Mister Magic”
nas redes sociais? Quarto: porque o tal apresentador misterioso nunca mostrou o
seu rosto? Além de outros questionamentos que vão surgindo no decorrer da
trama.
Mas então, conforme você vai virando as páginas, esse
plot super interessante empaca; trava, literalmente, porque fica dando voltas
em torno de si mesmo. Em resumo, o enredo não se desenvolve e com isso passa a
prevalecer diálogos e descrições desnecessárias. Essa enrolação prossegue até
perto dos capítulos finais quando finalmente o mistério do programa de TV
começa a ser desvendado e, na minha opinião, da pior maneira. A autora misturou
magia negra com cultos estranhos e forte pitada de sobrenatural. Juro que eu
estava esperando um final racional para a história sem espaço para o
sobrenatural, mas... não foi isso que aconteceu. E a solução sobrenatural,
escolhida por Kiersten, para explicar os mistérios da trama foi muito
esquisito; aliás um sobrenatural além de esquisito; confuso e sem graça.
Se eu fosse fazer uma analogia iria comparar “Mister
Magic” com uma maionese caseira que desandou. Daquelas em que você vai batendo,
batendo, então ela vai ficando bonita, cremosa e de repente, por causa de algum
problema, ela começa a desandar. O cremoso que tinha tudo para se transformar
numa maionese deliciosa acaba ficando xôxa e azeda.
Inté!
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