Não posso negar que o plot twist que saiu da cabeça de
Freida McFadden em Nunca Minta é ‘trucão’;
daqueles que desmontam qualquer leitor. Mas... fora isso, o novo livro da
autora é pura enrolação. Pelo menos foi o que eu achei. Várias vezes cheguei a contar
as páginas que faltavam para chegar ao final do livro.
A história se resume a um jovem casal, recém-casados, Ethan
e Trícia, que devido ao mau tempo acabam sendo obrigados a ficar isolados numa
casa enorme que no passado pertenceu a uma psiquiatra famosa que foi
assassinada. Para matar o tempo, a mulher resolve ouvir, sem que o seu marido
saiba, algumas gravações das sessões que a psiquiatra fazia com os seus
pacientes – mais para a frente dou outros detalhes sobre o enredo. Quanto mais
ela ouve as gravações, mais ela desconfia de seu marido e... e... só. A
história trava nisso e nisso fica. Páginas vão sendo viradas e nada de novo.
As tramas paralelas, entre as quais envolvendo o desaparecimento
da conhecida psiquiatra; as histórias e os segredos de seus pacientes que vão
sendo revelados; as descobertas que Trícia faz de seu marido Ethan; além de
outras subtramas, por serem desinteressantes não prendem a atenção do leitor.
Mas então, perto do final, Freida solta a sua bomba e você se surpreende. Mas
para se surpreender com essa revelação bombástica – que eu reputo do mesmo
nível de um dos plots de O Massacre daFamília Hope de Riley Sager – você tem que ser persistente, aliás, muito
persistente.
Outro problema da obra é a chamada “quebra do clima
final”. Vou explicar. Isto acontece, geralmente após o plot twist final quando alguns
autores decidem alinhavar a sua história, explicando o que os personagens
fizeram depois da reviravolta no enredo. Coisas do tipo: “fulano se casou e foi
feliz”; fulana todos os dias passou a ver sua filha brincando ao por do sol!”
ou ainda “casaram-se e foram felizes para sempre”. Esses desfechos acabam “esfriando”
ou até mesmo “gelando” o impacto do plot twist. E, foi isso que percebi em Nunca Minta.
Como leitor que ama livros com reviravoltas surpreendentes,
acredito que esse artifício adotado por alguns autores só deve ser usado quando
necessário e com muito cuidado para não “matar” o plot twist.
Ainda ontem, conversando com um amigo leitor, eu disse
que se ele aturar as enrolações do enredo e conseguir chegar até o final da
história, com certeza, irá se surpreender.
Em Nunca Minta,
Trícia e Ethan estão recém-casados e decidem visitar um casarão antigo no meio
de uma floresta no estado de Nova York. No entanto, durante a viagem até a
mansão que pertenceu à Dra. Adrienne Hale – uma renomada psiquiatra que
desapareceu sem deixar vestígio três anos antes - uma nevasca terrível começa a
cair. Com isso, o casal fica preso na mansão abandonada. É nesse momento que
Trícia descobre as gravações das sessões dos pacientes da psiquiatra e começa a
ouvi-las.
Enfim galera, é isso aí.


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