Nunca Minta

10 novembro 2025

Não posso negar que o plot twist que saiu da cabeça de Freida McFadden em Nunca Minta é ‘trucão’; daqueles que desmontam qualquer leitor. Mas... fora isso, o novo livro da autora é pura enrolação. Pelo menos foi o que eu achei. Várias vezes cheguei a contar as páginas que faltavam para chegar ao final do livro. 

A história se resume a um jovem casal, recém-casados, Ethan e Trícia, que devido ao mau tempo acabam sendo obrigados a ficar isolados numa casa enorme que no passado pertenceu a uma psiquiatra famosa que foi assassinada. Para matar o tempo, a mulher resolve ouvir, sem que o seu marido saiba, algumas gravações das sessões que a psiquiatra fazia com os seus pacientes – mais para a frente dou outros detalhes sobre o enredo. Quanto mais ela ouve as gravações, mais ela desconfia de seu marido e... e... só. A história trava nisso e nisso fica. Páginas vão sendo viradas e nada de novo.

As tramas paralelas, entre as quais envolvendo o desaparecimento da conhecida psiquiatra; as histórias e os segredos de seus pacientes que vão sendo revelados; as descobertas que Trícia faz de seu marido Ethan; além de outras subtramas, por serem desinteressantes não prendem a atenção do leitor. Mas então, perto do final, Freida solta a sua bomba e você se surpreende. Mas para se surpreender com essa revelação bombástica – que eu reputo do mesmo nível de um dos plots de O Massacre daFamília Hope de Riley Sager – você tem que ser persistente, aliás, muito persistente.

Outro problema da obra é a chamada “quebra do clima final”. Vou explicar. Isto acontece, geralmente após o plot twist final quando alguns autores decidem alinhavar a sua história, explicando o que os personagens fizeram depois da reviravolta no enredo. Coisas do tipo: “fulano se casou e foi feliz”; fulana todos os dias passou a ver sua filha brincando ao por do sol!” ou ainda “casaram-se e foram felizes para sempre”. Esses desfechos acabam “esfriando” ou até mesmo “gelando” o impacto do plot twist. E, foi isso que percebi em Nunca Minta.

Como leitor que ama livros com reviravoltas surpreendentes, acredito que esse artifício adotado por alguns autores só deve ser usado quando necessário e com muito cuidado para não “matar” o plot twist.

Ainda ontem, conversando com um amigo leitor, eu disse que se ele aturar as enrolações do enredo e conseguir chegar até o final da história, com certeza, irá se surpreender.

Em Nunca Minta, Trícia e Ethan estão recém-casados e decidem visitar um casarão antigo no meio de uma floresta no estado de Nova York. No entanto, durante a viagem até a mansão que pertenceu à Dra. Adrienne Hale – uma renomada psiquiatra que desapareceu sem deixar vestígio três anos antes - uma nevasca terrível começa a cair. Com isso, o casal fica preso na mansão abandonada. É nesse momento que Trícia descobre as gravações das sessões dos pacientes da psiquiatra e começa a ouvi-las.

Enfim galera, é isso aí.

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