As Brigadas Fantasma

10 março 2018

Acabei de ler “As Brigadas Fantasma” e gostei; mas para ter gostado tive que me libertar totalmente da sombra de “Guerra do Velho” que me causou uma baita ressaca literária. E confesso que nos primeiros capítulos foi difícil engrenar a leitura. Sei lá, não ia. Acho que esperava uma continuação direta do primeiro livro, acreditando encontrar novamente por lá o personagem com o qual havia me identificado tanto. Ele mesmo: John Perry, o próprio.
Estava louco para saber como seria o seu reencontro com Jane Sagan depois da épica Batalha de Coral contra os Rraeys. Se eles iriam, de fato, ficar juntos ou não. Além disso, após ter sido promovido, certamente, Perry teria novos desafios como focial das Forças Coloniais de Defesa (FCD). ‘Entonce’, fiquei sabendo através de um amigo que havia lido “As Brigadas Fantasma”  que apesar da obra pertencer ao mesmo universo de “Guerra do Velho”, a história contava com novos personagens - sem muitos daqueles que estiveram no primeiro livro, inclusive Perry – além de não ser uma sequência direta do primeiro livro. Para que o leitor tenha uma idéia, o nome de Perry é citado duas ou três vezes no enredo, com ênfase maior no final da história, no mais, John Scalzi preferiu ignorar o “velhinho” maneiro neste livro.
Agora, se você se interessou pelas tropas de elite das Forças Coloniais de Defesa – as famosas Brigadas Fantasma - que arrasaram em “Guerra do Velho”, pode ir dando os seus pulinhos de alegria porque o segundo volume da saga é dedicado com honras e glórias à elas.
Sai Perry e seus companheiros de pelotão das Forças Coloniais de Defesa e entra Jared Dirac e a galera explosiva das Brigadas Fantasma, incluindo, é evidente, Jane Sagan.
Conforme a leitura ia se aprofundando, confesso que a minha decepção foi deixando de existir porque a trama criada por Scalzi é fantástica e prende o leitor como uma teia de aranha. Além do mais, Dirac que, ao lado de Sagan, ganhou o papel de protagonista da história é bem carismático - se não tanto quanto Perry, pelo menos chega perto - e assim, você acaba torcendo pelo cara que é obrigado a superar uma série de desafios e dificuldades ao longo da história.
Como já disse acima, o segundo volume da saga pertence exclusivamente às Brigadas Fantasma. Nele, o autor cria uma trama ardilosa onde a tenente Sagan descobre um ardil sendo tramado contra a humanidade e um plano para a subjugação e a erradicação de toda a raça humana. Trata-se de um genocídio planejado detalhadamente com base na cooperação, até então inédita, entre três raças alienígenas, contando também com a participação de um ser humano, um traidor.
Planejados para serem mais fortes, espertos e inteligentes, os soldados que integram as Brigadas Fantasma são convocados para tentar evitar esse extermínio em massa.
Scalzi destrincha as Brigadas Fantasma nesse segundo livro da saga. O leitor aprender tudo sobre os super-soldados: como pensam, como ocorre a integração entre eles, como é o seu treinamento. Tudo isso sob a ótica de Jared Dirac, o novo recruta das brigadas.
Para os fãs de John Perry, o autor reserva um presentão nas páginas finais, ou melhor, na página final: a insinuação – que mais parece uma certeza – de que John Perry poderá voltar no terceiro volume da saga.
Vamos aguardar e principalmente torcer.

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