Cara, que livro! Livraço com ‘aço’.
“Viva e Deixe Morrer” é um dos melhores de toda a saga do agente secreto
inglês. Acredito que Ian Fleming estava inspiradíssimo quando escreveu a obra
em 1954.
Ele brinda os seus leitores com muita ação,
suspense e um vilão terrível. Mr. Big, de fato se impõe e consequentemente mete
medo na galera.
O livro pode ser considerado uma
sequencia de “Cassino Royale”, onde James Bond após ter se recuperado da
tortura imposta por Le Chiffre - onde por um triz quase ‘bateu as botas’ - é
convocado para investigar um caso de contrabando de moedas de ouro. E adivinhe
quem está operando esse esquema? O temido Mr. Big. O vilão utiliza as moedas
contrabandeadas para financiar as ações criminosas da SMERSH em território
americano. A missão de 007 é chegar até Mr. Big e desmantelar o seu esquema,
destruindo o tesouro, cortando assim, os recursos direcionados para a
organização criminosa.
Fleming utiliza boa parte do
capitulo três de “Viva e Deixa Morrer” para descrever a perigosa figura do
vilão haitiano Mr. Big. Devido a sua desmesurada altura e corpulência, ele era
chamado na infância de Big Boy ou simplesmente Big. Quando ele ganha fama no submundo
do crime, passa a ser chamado por Mr. Big. Já que era mestre no culto vodu,
sabiamente, plantou o boato de que era um zumbi ou o cadáver animado do Barão Samedi, o temido príncipe das trevas, segundo
a crença vodu.
Mr. Big é a própria essência do
mal. Matar para ele é um hobby, o qual desempenha por prazer e sem nenhuma
ponta de remorso. Ardiloso, esperto, inteligente e carismático. Tudo isso o transforma
num dos mais letais inimigos de 007.
O livro é muito diferente do filme
de 1973 e que marcou a estréia de Roger Moore na ‘pele’ do icônico agente
secreto inglês. Pra ser sincero, “Viva e Deixe Morrer” – que também foi lançado
no Brasil com o título “Os Outros Que se Danem” - virou
picadinho nas mãos dos roteiristas e produtores.; Cara, a obra de Fleming emprestou
fragmentos de sua história para três filmes: “007- Viva e Deixe Morrer”,
“Somente para Seus Olhos” e “Licença para Matar”. Com relação à “Viva e Deixe
Morrer”, os tais fragmentos emprestados foram maiores, entre eles: as
características pessoais de Mr. Big – excetuando a sua doença no coração, já
que no livro de Fleming, o vilão tinha o coração inchado -, a Bond-girl
Solitaire também é bem parecida com a do filme ... que mais... que mais... Ah!
Aqueles lances de vodu, macumba também são bem parecidos. E Zefini. Esqueça a
cena de Bond pisando nas cacundas dos crocodilos, foi pura invenção do diretor
Hamilton; esqueça também a ameaça (apenas ameaça) do capanga de Mr. Big/ Dr.
Kananga em quebrar ou decepar um dos dedos das mãos de Bond após a sua captura.
O livro pode ser considerado muito mais violento do que o filme. Por exemplo, na
obra literária, o agente secreto tem, de fato, o dedo mindinho quebrado. Tanto é
que ele passa a maior parte da investigação com o dedo – quero dizer, com o
braço – engessado. Já no filme, Solitaire salva o dedinho de 007. O confronto
entre Bond e Mr. Bog que culmina com a morte do grandão também é completamente
diferente daquela que você assistiu nas telonas. No livro é muito mais
dramática.
Li o enredo de Fleming numa tacada
só. “Viva e Deixe Morrer” foge totalmente das características dos outros livros
da saga do agente secreto de Sua Majestade onde a ação chega, mas em doses
homeopáticas.
“Viva e Deixe Morrer” é pauleira do
início ao fim.
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