Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake

17 maio 2015
Um dos filmes de terror que marcou a minha geração foi “Sexta-Feira 13”, o primeiro, de 1980, e não as bagaceiras posteriores – principalmente à partir da 4ª parte - que transformaram a franquia numa piada de mau gosto.  
Na minha opinião, o filme que deu origem a série é a pedra fundamental, incomparável e a anos-luz de distância dos outros. – “Ah! Mas o Jason nem aparece com a famosa máscara de hóquei. Não tem graça nenhuma!” Sei que muitos podem fazer tal afirmação, mas eu respondo com toda segurança que tem graça sim, porque  a produção do início dos anos 80 foi tão boa, mas tão boa que não precisou da ajuda de nenhum gigante homicida de quase dois metros de altura, escondido sob uma máscara do Detroit Red Wings, esfaqueando quem cruzasse o seu caminho. Cara, só a primeira parte já basta! Filmaço! Mas nós sabemos da gula por dólares da máquina Hollywoodiana, então ela resolveu transformar o filme numa franquia e deu no que deu: alguns bons e outros verdadeiras bombas homéricas. Posso até aceitar três filmes, mas 12?!
Portanto, quando a DarkSide anunciou que iria lançar um livro revelando todos os detalhes dos bastidores do primeiro filme... Mêo! Quase pirei! Fiquei contando nos dedos a chegada de “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake” nas livrarias. Afinal de contas, teria a oportunidade de conhecer  todos os segredos que rolaram atrás das câmeras do filme de terror que mais me intrigou, depois de “O Exorcista”, é claro.
Reservei a minha edição tão logo o livro foi colocado em pré-venda nas lojas virtuais e quando a belezura caiu em minhas mãos comecei a lê-lo simultaneamente com “Escuridão Total Sem Estrelas” de Stephen King.
Alguns acusam a DarkSide de tentar esconder um conteúdo fraco atrás de capas sedutoras capazes de atrair a atenção, até mesmo, de pessoas que tem ojeriza à leitura. Não concordo; pelo menos, com relação a “Serial Killers: Anatomia do Mal” e, agora, “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake” – os únicos que li da editora – não sei quanto aos demais.
No caso de Sexta-feira 13, tanto o conteúdo quando a arte são fantásticos. O leitor vai encontrar um verdadeiro legado sobre o filme:  como foi o seu planejamento e execução, além de entrevistas com atores, diretores, produtores e maquiadores. E por falar em maquiadores, o prefácio da obra foi escrito pela fera Tom Saviani, profissional responsável pela maquiagem e efeitos especiais do filme. Ele faz revelações surpreendentes sobre a composição do personagem Jason Voorhees. É evidente que não quero e nem vou estragar esse texto com spoilers, mas basta dizer que Saviani revela como o Jason “deveria ser e não foi”. Deu pra entender? Explicando melhor: à princípio, o personagem deveria ter outras características, muito diferentes, daquelas que aparecem no filme, mas após alguns palpites de Saviani, tudo foi mudado.
A pesar de serem mínimas as informações sobre Kevin Bacon – garotão na época – que quatro anos depois explodiria em todo o mundo com o mega-sucesso “Footloose: Ritmo Louco”, elas são bem interessantes. Vale lembrar que Sexta-Feira 13 foi um de seus primeiros papéis e que a morte de seu personagem foi a mais famosa de toda a saga, tendo muito impacto naquela época. Já, Sean S. Cunningham é quem mais aparece no livro; também, pudera, ele foi, ao lado de Saviani, um dos maiores responsáveis pelo sucesso do filme.
A gravação de Sexta-feira 13 durou 28 dias e neste período muitas coisas boas e outras ruins rolaram entre direção e elenco. Boa parte delas são reveladas no livro da DarkSide. O relacionamento entre os atores era bom ou ruim? O que eles faziam durante as filmagens? Tudo isso é esclarecido na obra.
Caramba, me empolguei tanto com o livro que acabei omitindo o seu autor. Ok; David Grove é escritor e jornalista... e pronto. Pronto, porque, não conheço nada sobre o cara. Parece-me que ele escreveu um livro sobre os bastidores do filme “Quarteto Fantástico” e também alguma relacionada a série “Scream Queens”. Mas, confesso, que mesmo com poucas credenciais, o seu trabalho em “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake” meu surpreendeu. Gostei do texto e também da forma como foram conduzidas as entrevistas. Bem ágeis e interessantes, de fato, prende a atenção dos leitores. O autor também foi honesto em sua abordagem, ao publicar tanto as críticas positivas quanto as negativas sobre o filme. Ele cita, por exemplo, que alguns críticos malharam Sexta-feira 13, logo após o seu lançamento, acusando o filme de ser uma cópia descarada de “Halloween”, que tinha acabado de fazer grande sucesso nos cinemas.
Outro ponto alto da obra são as fotos das filmagens e também dos bastidores: mais de 300, muitas inéditas.
Como sempre acontece com os lançamentos dos livros da “Coleção Dissecando” (O Massacre da Serra Elétrica e Evil Dead) a DarkSide lançou duas versões de “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake”: a clássica, no formato brochura e a limitada com capa dura.

Escolha a sua e ‘enterre-se’ na leitura.

2 comentários

  1. Gosto muito dos filmes, e esse livro deve ser ótimo.

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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    1. Gostei muito do livro. Bem esclarecedor. O leitor entra no mundo dos bastidores de Sexta feira 13. Se gostou do filme, pode comprar sem medo.
      Abcs!!

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