Depois de O Massacre da Serra Elétrica, a coleção ‘Dissecando – Filmes Clássicos de Terror’ ataca de “A Morte do Demônio”

28 abril 2013


“A Morte do Demônio (Evil Dead)” foi um dos filmes de terror que marcou a minha geração. Lembro que, nessa época, tinha apenas  22 anos de idade e todos os finais de semana saía da locadora de minha cidade com duas sacolas cheias de VHS para assistir em casa. Quantos finais de semana com os amigos, namorada, bebidas e curtição foram deixados de lado em troca de multi-sessões de filmes regadas à muito VHS na tranqüilidade de meu quarto.
Posso garantir que de todos os clássicos de terror que assisti nesse período especial de minha vida, excetuando “O Exorcista” (é evidente), “A Morte do Demônio” foi aquele que mais mexeu comigo e com a minha ‘tchurma’. Presença constante em minhas manjadas sacolinhas de VHS; o filme de Sam Raimi era o tema preferido em nossas rodinhas de amigos. Um dos comentários mais constantes era o de que o filme possuía cenas tão impressionantes que não era aconselhável assistir sozinho e muito menos à noite. Enquanto vou redigindo esse post, as lembranças do passado vão sendo reativadas em minha memória e me lembro, agora, de que eu e minha turma decidimos assistir “A Morte do Demônio” numa madrugada, na casa dos meus pais, após chegarmos do que vocês chamam hoje de balada . Uhauauaua!! E que balada foi aquela! Já era bem tarde da noite e colocamos a fitona no saudoso videocassete que tinha no quarto e pimba! Começamos assistir. Caraca, quase mijei de medo. O Silva, um colega nosso, metido a valentão, na cena em que o demônio caminha pela floresta – que tem um impacto muito grande no filme – soltou um miado de pavor. Hahahahaha...Hahahahahaha... Hahahahahahaha... Pera um pouquinho aí pessoal, ainda estou me esborrachando de ir... Hahahahahahahahahaha!!! É só lembrar daquilo que eu não consigo segurar a gargalhada. Logo o Silva! O mais valente e destemido dos colegas do passado. Logo o Silva! O escoteiro que tinha o hábito de acampar em matas virgens, fosse de noite ou de dia, ao lado de cobras, aranhas e escorpiões. Logo ele!!
Mesmo após quase 30 anos, o miado de medo do Silva ficou gravado em minha mente. Sabem aquele miado sofrido sem a vogal “a”. Coisa do tipo: Mi__uuuuuuuuuu!!!!! Com o “u” sumindo aos poucos no final? É assim que me lembro do Silva que hoje ocupa um cargo importante na Polícia Militar da capital.
Depois que o Silva soltou o miado de medo, tivemos de suspender temporariamente a “sessão videocinematográfica” para que soltássemos toda a risada do peito. Então depois, mais relaxados, recomeçamos a ver o filme de Raimi e garanto que eu e meus amigos (estávamos em cinco, se não me engano) não miamos como o Silva, mas abafamos muitos gritos e exclamações de medo.
Acredito que até hoje, “A Morte do Demônio” ainda provoque calafrios. O filme nunca perderá a sua atualidade, pois já entrou para o rol das produções antológicas, mesmo sem nunca ter sido lançado nos cinemas brasileiros. O filme estreou em 1981 nos Estados Unidos, mas só chegou em terras tupiniquins dois anos depois e direto em vídeo.
Nós da geração VHS não éramos presenteados com cenas extras, entrevistas e muito menos making of no final do filme, como acontece nos dias de hoje. A brontossáurica fitinha não dispunha de recursos que possibilitassem essa tecnologia. Por isso, tão logo terminava o filme ficávamos chupando o dedo, morrendo de vontade em saber como teria sido gravada aquela cena que nos deixou vidrados na tela ou então, a opinião de diretores e atores sobre o roteiro. Podem acreditar, há quase três décadas já tínhamos essa curiosidade ‘pós filme’ ou você achava que esse interesse só surgiu com a geração DVD? (rs)
Cena do filme de Raimi lançado diretamente em video no Brasil em 1983
Eu e meus amigos, incluindo o amedrontado Silva ficamos morrendo de vontade de ouvir a opinião do Raimi e principalmente do ator Bruce Campbell que interpretou o impagável Ash. Então, quando soube que “A Morte do Demônio”  havia sido lançado em DVD, não pensei duas vezes, comprei logo o meu, mas quando verifiquei as informações na capa... Cadê os extras??? Só havia uma breve biografia e a sinopse do filme!!!! Cara, fiquei derrubadaço! O golpe foi certeiro e atingiu o queixo me levando à nocaute.
Só fui me recuperar do golpe há pouco tempo, quando soube que a editora carioca DarkSide já havia definido qual seria o filme a ser abordado no segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. E adivinhem qual foi a produção selecionada? Fácil né? O próprio: “A Morte do Demônio!” Ihauuuuuuu!! Cara, vibrei muito, pois agora tinha a certeza de que iria ‘ ficar por dentro’ de tudo, absolutamente tudo o que rolou nos bastidores das filmagens. Sem contar as entrevistas e fotos inéditas. Caraca! Demaisss!
Fiquei eufórico e confiante porque já conhecia a qualidade do primeiro volume da série que dissecou outra produção fantástica do cinema de terror: “O Massacre da Serra Elétrica”. Pensei comigo: “- Lógicamente o pessoal da DarkSide vai querer manter a qualidade inicial”. Não marquei bobeira e já reservei a obra que está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
O livro “ A Morte do Demônio” foi escrito por Bill Warren que é um conceituado crítico de cinema. De acordo com a DarkSide, Warren que teve acesso total ao arquivo de Raimi e também das três produções -‘A Morte do Demônio’ (Evil Dead 1), ‘Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2) e ‘Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead 3) – revela detalhadamente em sua obra o making of dos filmes, incluindo entrevistas exclusivas com o elenco e equipe de produção. O livro ainda promete trazer uma miscelânea de fotos raras e inéditas da filmagem; o storyboard; esboços dos concepts e figurinos dos demônios; histórias dos bastidores das filmagens e mais isso e aquilo. Enfim, um oceano de informações sobre a obra-prima de Raimi.
A previsão é de que o segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror: A Morte do Demônio” chegue às livarias no dia 30 desse mês. Por isso, paciência galera que já está chegando a hora.
PS: Não fiz citações ao remake do filme no post, porque ainda não assisti. E para ser sincero... nem sei se assistirei.

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