Forrest Gump – O Contador de Histórias

04 março 2013


Já ocorreu alguém lhe contar uma piada engraçada, mas tão engraçada que após ouvi-la, você acaba perdendo o controle sobre ela? Pêra aí, acho que me expressei mal. O que eu quis dizer é que existem situações tão engraçadas em nossas vidas – incluindo aquela piadinha infame contada por um amigo mais infame ainda – que insistem em permanecer na nossa memória. Pior do que isso; essas tais recordações se afloram quando menos esperamos e nos momentos mais impróprios. Por exemplo, você está expondo um tema seríssimo, como convidado especial, numa mesa redonda  e então, de repente, “bomba” em sua mente a cena daquele tombo engraçado de um amigo ou então a piada ultra-infame que lhe contaram há algum tempo. Essas lembranças emergem em sua cabeça com uma rapidez avassaladora, com a velocidade da luz e então... e então... Ahahahahha!!! No meio de sua exposição e para o espanto de todos os presentes, você solta aquela sonora gargalhada. E pimba! Sua palestra vai para o brejo e você acaba pagando o maior mico de toda a sua vida profissional.
Pois é, você que lê esse post, agora, pode acreditar que essa cena inusitada aconteceu comigo. E tudo por culpa de um livro que tinha acabado de ler há menos de uma semana. Aliás, culpa de uma única passagem desse livro.
Não estava participando de nenhuma mesa redonda e tampouco expondo algum assunto importante; a pobre vítima aqui, estava apresentando o noticiário principal de um dos núcleos de uma rede de rádio. E justamente no momento em que comentava um homicídio brutal ocorrido na região, começou a sair do fundo das entranhas dos meus neurônios, o capítulo do... do pum’ ... É!! Do peido! Pronto! Enrolei, enrolei e acabei falando em letras claras e garrafais. Que me perdoem as mais puritanas, mas a palavra chula já saiu. Portanto, não vejo problema nenhum em repeti-la; então lá vai: o trecho do peido que o Forrest soltou durante uma partida de xadrez com o “Honesto Ivan” num salão de eventos completamente lotado. Cara! Esse momento foi gostosamente hilariante! Foi o chamado pum “rasga mortalha” ou “torpedeiro”. Daqueles que abalam todas as estruturas físicas e psíquicas. Digno daquele tradicional grito das festas de pões: “Seguraaaaa, porque o chão vai tremer!!!” Foi um desses ‘puns’ que o Forrest soltou e que acabou por nocautear o seu adversário no exato momento em que ele estava pronto para dar o xeque-mate.
Taí! Foi esta passagem do livro “Forrest Gump – O Contador de Histórias”, de Winston Groom que também acabou me nocauteando na hora mais imprópria de toda a minha vida. No momento em que eu não poderia jamais dar o mínimo sorriso. Mas sei lá, aconteceu. Nem mesmo agora, quando escrevo esse post, consigo ficar livre da imagem que a minha mente criou em cima do trecho brilhantemente escrito por Groom. Se você pudesse ver a minha cara, agora, iria rachar de rir. Meu amigo!! Eu estou digitando essas linhas e rindo como um louco! Não só por causa do pum do Forrest, mas também por muitos outros foras do Forrest registrados no livro.
E ‘aquela’ em que o presidente dos Estados Unidos pergunta ao Forrest onde ele foi ferido na Guerra do Vietnã e ele, inocentemente, abaixa as calças e a cueca vira as nádegas na cara do presidente e responde apontando o dedo para a cicatriz na “poupança”: “- Aqui oh!!”
Mas nem todos os foras são do protagonista da história. Muitas ‘distrações’ – digamos assim – são de ‘autoria’ coletiva, como por exemplo, o momento em que toda a China pára para ver o líder comunista e revolucionário, Mao Tsé-Tung – já velho, com mais de 80 anos e com uma pança de dar medo – fazer uma aparição pública bem diferente. Ele iria entrar num rio e nadar publicamente. O dirigente chinês entrou na água e todo mundo começou a bater fotos e fazer festa. Bem, agora seguem as palavras de Forrest que presenciou o fato: “Ele tava na metade da travessia do rio quando parou e ergueu a mão, acenando pra gente. Todos mundo acenou de volta. Um minuto depois, ele acenou de novo e todos acenaram de volta. Pouco tempo depois o dirigente Mao acenou mais uma vez e todos responderam ao aceno com um sorriso bem largo e feliz”...
Gente, tudo seria normal se na realidade o velho dirigente chinês não estivesse se afogando!!!! Ele não estava acenando, mas pedindo pelo amor de Deus que alguém lhe ajudasse a sair da água juntamente com a sua pança!! E Forrest fez isso. Ele mergulhou de maneira corajosa no rio e lá foi o nosso herói. Herói?. Bem, você não imagina o fóra homérico que Forrest cometeu ao mergulhar naquele rio!!! Resultado: mais gargalhadas para os leitores.
É por essa e muitas outras passagens que não considero o livro de Groom, uma obra dramática. Aliás, um dos motivos que me fez procurar de maneira desesperada essa obra, foi por imaginá-la ser bem dramática. Sei lá, estava a fim de ver o mundo pela ótica de uma pessoa especial como Forrest. Então, quando começo a ler, pronto... chegam as risadas. Parei e disse: -“Pera aí; cadê o drama??!! Você quer mesmo saber? Pois bem, o drama estava só no final do livro. No finalzinho mesmo; quando Forrest ... Bem, deixa pra lá, seria sacanagem de minha parte dar pistas desse final que realmente emociona o leitor. Mas de resto, risadas, gargalhadas e mais gargalhadas.
Talvez por essa quebra de expectativa não tenha gostado muito do livro, mesmo porque estava à procura, naquele momento de uma história que se encaixasse no gênero drama. Mas, com certeza, se você estiver a fim de um enredo leve, para dar uma desestressada irá adorar “Forrest Gump – O Contador de Histórias”. E olha que já adianto que o Forrest do livro é bem diferente do Forrest do cinema. O personagem das páginas é mais maroto, mais ácido do que o Forrest “inocentão” das telas.
E não se preocupe se você já assistiu ao filme. O enredo do livro fica a quilômetros de distância da produção cinematográfica. Muito diferente.
Enfim; fica a dica de leitura para aqueles que quiserem esfriar a cabeça,  lendo algo leve e divertido, com uma ‘pontona’ de drama somente nas últimas páginas.
É isso aí pessoal!

5 comentários

  1. O livro é muito engraçado, mas eu vi o filme primeiro (que eu acho melhor que o livro), então fiquei com a imagem fixa do Tom Hanks na cabeça oque é uma pena, já que não consegui imaginar o Forrest obeso, uma perda, infelizmente.

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    1. Então Otávio, tbém achei o filme melhor... mais sério e dramático, até. Qto as diferenças entre os personagens das telas e dos livros, como escrevi no post, nem se discute... desde as atitudes até a aparencia; muda tudo.
      Abcs!

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  2. olá, gostaria de saber quantas paginas tem o livro

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  3. Gostei mil vezes mais do livro, tem muita crítica à guerra que o filme, logicamente não faz. A personagem Jenny foi totalmente alterada no filme, já o seu papel no livro é bem mais interessante

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