Livros da moda: enquanto alguns fizeram a cabeça de gerações, outros viveram apenas um derradeiro sucesso

06 fevereiro 2013


Rapaz!! Você se lembra do lançamento do primeiro livro da série Harry Potter? Eu me lembro... e como lembro! Foi uma febre mundial, como um vírus que começou “contaminando” (no bom sentido, é claro) os states, depois a Europa, em seguida o continente africano, o sul-americano e em pouco tempo, pessoas no mundo todo estavam “infectadas” pela chamada ‘HarryPottermania”.
E quanto ao “Exorcista”, de William Peter Blatty? Eu tinha 11 anos quando o livro foi lançado e outros 13 anos quando a história chegou aos cinemas. Apesar da pouca idade, me recordo da histeria que tomou conta de milhares de leitores e cinéfilos. Pessoas que não conseguiam ler o livro inteiro ou então assistir ao filme porque passavam mal; lendas urbanas que surgiam, criando uma aura maldita em torno do livro e do filme; boatos de mortes e acidentes graves envolvendo pessoas ligadas direta ou indiretamente às duas obras:  literária e cinéfila.
Ah! E que tal a saga Crepúsculo? A escritora americana, Stephenie Meyer conseguiu uma proeza que poucos do ramo conseguiram. Transformar seres horríveis, ardilosos, perversos e sanguinários em verdadeiros anjinhos. Imagine um vampiro adolescente;  lindo de morrer, bonzinho.. bonzinho...  mas bonzinho ao extremo! Mas tão inocente e meigo que é capaz de ficar de quatro por uma simples mortal. Esse vampiro chamado Edward Cullen virou uma febre mundial, fazendo com que muitas adolescentes sonhassem dia e noite com ele, querendo ter o gato em sua cama só para elas.
Estes foram apenas três livros que tiveram o dom de ditar normas, conseguindo mudar hábitos e até mesmo valores de uma geração de leitores, sejam eles, adultos ou adolescentes. São os chamados “livros da moda” que surgem a cada três, cinco ou oito anos. Alguns se tornam meros modismos, caindo no esquecimento num curto espaço de tempo; enquanto outros  acabam fazendo uma verdadeira revolução, cujo resulto dura anos e anos, passando de geração para geração.
Vejam bem, não pretendo escrever um post sobre clássicos literários. Nada a ver, pessoal. Mesmo porque existem verdadeiras obras de arte da literatura que não tiveram nenhuma influencia em determinado grupo social. Foram livros exaltados pela crítica ou então que se tornaram cults, mas não tiveram força para mudar a rotina normal de um número avassalador de leitores. Por isso, com certeza, alguns livros que citarei nessa relação podem ser considerados  “lixos culturais” ou simplesmente obras sem nenhuma expressão, mas mesmo assim, por algum motivo, causaram um grande impacto na vida de jovens e adultos.
A idéia para escrever esse post não foi minha, mas de um amigo blogueiro: o Augusto Fernandes Salles, do Gato Smucky. Após ler um post que escrevi sobre os 12 livros mais vendidos em todo o País, ele me disse isso, literalmente: “-  Já percebeu que, nos últimos tempos, todo ano tem um "livro da moda"? Há alguns meses eram os da saga Crepúsculo. Antes disso, Harry Potter. Depois, A Cabana. Há um pouco mais de tempo, O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol. Já pensou em fazer um post sobre isso? Sobre essas febres  e suas quase sempre inevitáveis versões cinematográficas?” Adorei a idéia e mandei ver. Pronto, surgiu assim esse post que espero agrade, pelo menos, uma pequena parcela dos internautas que visitam esse espaço.
Bem, chega de lero-lero e blá-blá-blá e vamos aos livros que na minha opinião se tornaram verdadeiras febres.
01 – Saga Harry Potter (1997)
A saga do menino bruxo idealizada por J.K.Rowling é na minha visão, o maior fenômeno literário de todos os tempos. Para aqueles que duvidam, me respondam qual foi o enredo literário que teve fôlego suficiente para lançar sete livros num período de 10 anos e transformar todos esses sete livros em uma febre mundial? Isso é pouco? Tá bem, deixa eu prosseguir. Qual série de livros vendeu aproximadamente 400 milhões exemplares e foi traduzida em mais de 67 idiomas? Ainda não te convenci? Beleza. Que tal essa. Qual escritor ou escritora conseguiu se tornar o mais rico entre todos os escritores, escrevendo apenas uma série de livros com os mesmos personagens?
Se ainda não consegui te convencer, só posso dizer que você, de fato, é duro na queda e deve participar do rodeio em Barretos, porque jamais vai cair do lombo de um touro.
A série de livros Harry Potter conseguiu revolucionar uma geração inteira de leitores. Aqueles que começaram a ler as aventuras do menino bruxo com 13 anos continuaram lendo até os seus 23 anos, não abandonando, por nada, durante uma década, as peripécias de Harry, Hermione, Rony, professor Dumbledore e Cia.
Com o lançamento dos sete filmes que foram adaptados fielmente das páginas, a febre cresceu ainda mais, com os fãs da série passando a seguir o visual dos seus personagens favoritos.
Cara! Sobrou até para as corujas! Por causa dos livros, a demanda por corujas como bichinhos de estimação aumentou muito, mas com o fim da série, os bichinhos começaram a ser abandonados.
Harry Potter e sua turma conseguiram segurar o cetro por uma década inteirinha, mudando os hábitos e costumes de todos os adolescentes dos anos 80. Para se ter uma idéia do poder de persuasão do universo criado por Rowling, nem mesmo o, então na época, Príncipe Charles conseguiu escapar dos encantos da série, se declarando um fã de carteirinha dos livros de Potter.
02 – Saga Crepúsculo (2005)
Adolescentes e adultos ainda estavam vivendo a febre do lançamento de “O Enigma do Príncipe” – penúltimo livro da série Harry Potter – quando, aproximadamente, três meses depois, o mundo passaria a conhecer um novo fenômeno editorial. No início de outubro de 2005, Stephenie Meyer lançaria Crepúsculo, o primeiro volume da saga de Edward Cullen e Bella Swan.
Meyer decidiu implodir o mito do vampiro mau, ardiloso e com uma aparência maquiavélica. Ela deve ter dado um grito de independência, do tipo: “Nada disso!”.  Os vampiros da família Cullen criados pela autora são sedutores, honestos e lindos de morrer. Prova disso é que o protagonista da saga, Edward arrasou milhares de corações adolescentes pelo mundo afora. Garotas de 15, 18 anos ou mais chegavam perto da histeria quando Robert Patisson aparecia nas telas dos cinemas, na adaptação do romance, vivendo o vampirão Edward Cullen.
Quando “Lua Nova”, segundo livro da saga Crepúsculo, foi lançado em 2007, filas enormes de leitores se formaram nas livrarias americanas e européias, deixando evidente que Harry Potter já tinha um substituto a altura para ocupar o trono: o vampiro ultra-apaixonado Edward.
Nem mesmo os protestos de Stephen King que numa entrevista acabou revelando que detestava o universo criado por Meyer, mas idolatrava o mundo de Potter, serviu para atrapalhar as vendas dos livros da saga.
 “Crepúsculo”, “Lua Nova” e “Amanhecer” - já venderam cerca de 120 milhões de cópias ao redor do mundo, com traduções em 37 línguas diferentes, para 50 países. 
03 – O Exorcista (1972)
Se houve um livro que conseguiu provocar histeria em massa, fazendo que muitas pessoas, na época de seu lançamento, sofressem mudanças comportamentais significativas foi “O Exorcista”. E quais seriam essas mudanças comportamentais significativas? Por exemplo, muitos que leram o livro nos anos 70, tiveram auto-sugestão de que estavam possuídos e começaram a agir de maneira estranha. Também, devido a profundidade da história, inúmeros leitores sofreram crises nervosas.
O lançamento do filme baseado na obra de William Peter Blatty, em 1973,  serviu para aumentar, ainda mais, essa histeria coletiva. Pessoas que desmaiavam ou passavam mal durante a exibição do filme; outras que começavam a agir de maneira estranha; e por aí afora.
Os grupos de discussões sobre o tema proliferaram da noite para o dia. A grande imprensa transformaria tanto o livro, quanto o filme na “bola da vez”. Enquanto isso, Blatty seria transformado, em pouco tempo, numa celebridade mundial.
Acredito que nem mesmo o próprio autor ‘levava fé’ de que o seu livro atravessaria décadas e mais décadas sem perder a atualidade. E foi, exatamente, isso que aconteceu. Após 40 anos, a história sobre a possessão diabólica de uma criança de apenas 12 anos – a pequena Regan – ainda continua assustando muitas pessoas e criando polêmica.
Duas passagens antológicas do livro que foram transpostas para as telonas dos cinemas, acabaram se tornando verdadeiros ícones da literatura e do cinema de terror. A primeira delas, a pequena Regan descendo a escadaria de seu quarto, toda encurvada para trás como se fosse uma aranha. E a outra, o giro de 360 graus que a personagem dá em sua cabeça, como se não tivesse pescoço. Esta última passagem ocorre durante o exorcismo de Regan feito pelos padres Merrin e Karras.
Por tudo isso, não resta dúvidas de que o livro de Blatty revolucionou
gerações.
04 – O Código Da Vinci (2003)
Sei que muitos leitores torcem o nariz para Dan Brown que é o tipo de escritor “me ame ou me deixe”. Mas não há como negar que o seu livro “O Código Da Vinci” criou uma celeuma danada em todo o mundo. Na época em que a obra foi lançada, chegamos perto de uma guerra santa. Ehehehe, brincadeirinha. Mas escrevendo sério agora; tudo bem que não tivemos uma guerra santa, mas que o texto ousado, amalucado, esquisito ou sei lá o quê, foi algo muito corajoso.
O livro causou polêmica ao questionar a divindade de Jesus Cristo. A trama do livro envolve desde grandes organizações católicas como o Opus Dei, até a sociedade secreta conhecida como Priorado de Sião, que, de acordo com documentos encontrados na Biblioteca Nacional de Paris, possuía inúmeros membros famosos como Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo da Vinci.
Brown criou ao mesmo tempo um dos personagens mais carismáticos da literatura policial e de suspense: o professor de simbologia da Universidade de Harvard, Robert Langdon.
O livro tem recebido críticas de religiosos, argumentando que Brown distorceu os fatos históricos. O modo controverso como Dan Brown trata a Igreja Católica gerou  uma série de protestos. Por esse motivo, a obra tem tido muitas vezes uma resposta negativa entre grupos cristãos.
“O Código Da Vinci” polemizou ao extremo quando questionou verdadeiros dogmas que transcendem o catolicismo, atingindo outras religiões, entre os quais – como já mencionei – a divindade de Jesus.
Esta suposição levantada por Brown em seu primeiro sucesso literário, rebombou nos meios religiosos gerando controvérsias e discussões entre teólogos, padres, pastores e leigos.
“O Código Da Vinci” é um livro com a “cara” de seu autor e que por isso também faz jus a máxima: “Me ame ou me odeie.”
05 – A Guerra dos Mundos (1898)
Escrito há mais de um século, esse livro, simplesmente, deu origem ao que hoje conhecemos por ficção científica. Acho que só essa frase já serve para justificar a inclusão da obra de H.G. Wells na lista desse post, mas como hoje estou inspirado vou escrever algo mais sobre “A Guerra dos Mundos”. Lançado originalmente em 1898, o livro ‘empestiou” (no bom sentido) a mente de muitas crianças daquela época que após lerem a história de Wells passaram a sonhar em serem cientistas um dia. E com certeza muitas delas seguiram ‘ à risca’ o seu sonho de criança, lançando-se nos estudos – influenciadas pelo enredo de “A Guerra dos Mundos” – ingressando numa universidade e se tornando pesquisadores respeitados no campo da ciência espacial.
Como não bastasse influenciar diretamente muitas crianças e jovens há dezenas e mais dezenas de anos atrás, o livro de Wells, também levou pânico há mais de 1,2 milhão de pessoas nos Estados Unidos. Em 30 de outubro de 1938, a rede de rádio CBS interromperia a sua programação para noticiar uma suposta invasão alienígena. Na verdade, nada mais era que um programa semanal, onde a história de A Guerra dos Mundos era dramatizada em forma de programa jornalístico. Resultado: nem todos os ouvintes ligaram o rádio no início da dramatização e assim, perderam a explicação de que tudo não passava de uma encenação. Esses ouvintes –cerca de 1,2 milhões - entraram em pânico e saíram as pressas de suas casas, causando congestionamentos no trânsito e aglomerações nas ruas de inúmeras cidades onde as ondas da rádio CBS chegavam.
Acredite; “A Guerra dos Mundos” foi capaz de fazer tudo isto. Uma obra, de fato, antológica e que até hoje, decorridos mais de 100 anos, continua atual, já tendo mais de uma vez, o seu enredo adaptado fielmente para as telonas dos cinemas. A primeira em 1954, quando faturou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais, e a mais recente, em 2005, com Tom Cruise, tendo na direção Steven Spielberg.
06 – Saga O Senhor dos Anéis (1954)
A deslumbrante trilogia “O Senhor dos Anéis” vem sendo lida pelos jovens em todo mundo há aproximadamente seis gerações, ganhando assim, o status de obra antológica. Talvez a trilogia de J.R.R. Tolkien – “A Sociedade do Anel”, “ As Duas Torres” e “O Retorno do Rei” – tenham sido os livros mais emblemáticos das últimas décadas.
Desde a primeira vez em que foi lançado, em 1954, nunca mais parou de ganhar admiradores. O sucesso da obra do escritor britânico seria consolidado de maneira definitiva logo após a adaptação cinematográfica idealizada por Peter Jackson. Pronto! “O Senhor dos Anéis”  se tornaria sucesso inquestionável de público e crítica.
Para que vocês tenham uma idéia do poder de fogo dessa obra através dos tempos, basta dizer que até agora, “fuçando” na Net não vi nenhuma crítica contrária a trilogia. Posso dizer que “O Senhor dos Anéis” é unanimidade de crítica e público.
Apesar de seu lançamento ter acontecido em 1955 no Reino Unido,  a trilogia só começou a ser publicada no Brasil em 1974 pela Artenova. A partir de 1994, os livros de Tolkien passariam a ser publicados pela Martins Fontes.
Acredito que alguns internautas que estejam lendo esse post, questionem porque não incluí “O Hobbit” nessa relação, já que o livro pode ser considerado o pai da trilogia. Ocorre que tanto a obra literária quanto o filme “O Hobbit” não tiveram repercussão semelhante ao “Senhor dos Anéis”.
07- Laranja Mecânica (1962)
Apesar de alguns considerarem uma leitura difícil por causa das gírias faladas pelos personagens, não há como negar que a obra de Anthony Burgess se transformou num livro de cabeceira de uma multidão de pessoas nesses últimos 50 anos. Foram jovens do passado  que leram e curtiram a história de Alex e sua gang e depois de casados “doaram” o livro para os seus filhos, indicando a leitura. Por isso, “Laranja Mecânica” acabou passando de geração para geração.
O enredo criado por Burgess influenciou até mesmo o cineasta Stanley Kubrick que em 1971 faria uma adaptação do famoso romance para as telonas. O filme, à exemplo do livro, foi um sucesso mundial, entrando na maioria das listas de obras cinematográficas e literárias mais famosas de todos os tempos e que fizeram a cabeça de gerações.
08 – O Diário de Anne Frank (1947)
A história de Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, se tornou conhecida em todo mundo. O diário da garota alemã, de origem judaica, com apenas 13 anos e que de repente viu a sua existência sofrer uma transformação radical, ao ver o seu País ser invadido pelos nazistas emocionou muitos leitores através de décadas. Embora tenha nascido em Frankfurt, Anne passou a maior parte da vida em Amsterdã, nos Países Baixos. Sua família se mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazistas ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território neerlandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país. A família de Anne passou a se esconder em julho de 1942, abrigando-se em cômodos secretos de um edifício comercial. A garota e sua irmã morreram num campo de concentração, presenciando inúmeras atrocidades cometidas pelos nazistas. Ela escreveu em um diário as suas intimidades e também das pessoas que a cercavam, além do sofrimento do povo nos campo de concentração, onde ela se encontrava.
Consta que Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amsterdã depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O livro se tornaria um dos mais traduzidos em todo o mundo. Com certeza, de 1947 até os tempos atuais, milhares de leitores tiveram a oportunidade de conhecer a intimidade de Anne Frank.
09 – Saga Operação Cavalo de Tróia (1987)
Polícia! Socorro!! Prende! Prende o cara porque ele ficou loouco!!! Sei que muitos internautas quando “baterem os olhos” nesse trecho do post irão gritar ou exclamar algo semelhante. Certamente, o espanto deve-se a escolha do livro do escritor espanhol J.J. Benitez. Sei, também, que muitos consideram todos os livros dessa saga mais do que lixo cultural, uma verdadeira perda de tempo, uma piada. Mas também há aqueles que devoraram toda a coleção com muita avidez e consideram os livros do espanhol verdadeiras obras primas. Não posso negar que a saga “Operação Cavalo de Tróia” vem se renovando há 25 anos!! Cara, me responda uma cosita: “Uma saga que tem fôlego para manter a expectativa de seus leitores acessa por duas décadas e meia, não merece fazer parte dessa humilde listinha?
Pois é, “Operação Cavalo de Tróia” já está em seu nono volume e vendeu mais de seis milhões de exemplares. Em sua obra, Benitez conta a história de um militar americano que participou de uma experiência da NASA, que lhe possibilitava realizar uma viagem no tempo. A época escolhida por ele foram os últimos sete dias de Jesus Cristo na terra. Dessa maneira, o viajante do tempo pôde acompanhar todos os passos de Jesus Cristo naquele período.
Benitez alega que a história é real e que ele jamais teria imaginação suficiente para criar um romance com passagens tão detalhadas sobre a vida de Jesus Cristo. Outros consideram tudo isso uma fraude. Mas fraude ou não, a verdade é que “Operação Cavalo de Tróia” está bombando nas livrarias desde 1987, com os livros sobre a viagem do militar conhecido apenas por ‘major’, saindo aos borbolhões. 
10 – Eram os Deuses Astronautas (1968)
Um livro que foi um sucesso e revolucionou o modo de pensar da humanidade. Foi exatamente isso que me levou a escolher a obra de Eric Von Daniken a fazer parte dessa lista. Confesso que estava em dúvida entre o livro do escritor suíço e o polêmico “Cristiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída. Cheguei a dar uma balançada, pois as duas obras fizeram o maior barulho na época de seus lançamentos, mas no final acabei pendendo para von Daniken, cujo livro, creio eu, teve um peso maior, já que questionou abertamente idéias que eram verdadeiros dogmas científicos e religiosos há quase cinco décadas.
Em seu livro que já está perto de alcançar a sua 50ª edição, o autor questiona sobre a possibilidade de as antigas civilizações terrestres serem resultado de alienígenas que para cá teriam se deslocado. Como provas das ligações com os ETs, ele citava as pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da Ilha de Páscoa, entre outros grandes mistérios arquitetônicos. Ele também cria uma teoria de cruzamentos entre os extraterrestres e espécies primatas, gerando a espécie humana.
Ficou abismado?! Agora imagine essas idéias sendo lançadas no final da década de 60! Não dá pra negar que o livro criou uma polemica enorme através dos tempos. Tanto é que von Daniken continua sendo um dos palestrantes mais requisitados em todo o mundo para abordar o tema ufologia.
10 e um pouquinho mais... – Feliz Ano Velho (1982)
Tudo bem, tudo bem. Sei que esse post deveria ter apenas 10 livros e só. Mas é que eu não poderia deixar de fora um escritor nacional e que merece fazer parte desse post, graças a sua obra fantástica. Entonce... o motivo desse "um pouquinho mais" no post.  “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, publicado pela primeira vez em 1982, marcou toda uma geração de leitores brasileiros e se tornou uma obra de referencia na literatura contemporânea em nosso País. Quer fazer um teste? Ok. Peça para 10 amigos leitores citarem um livro de um autor brasileiro que marcou a sua adolescência nos anos 80. Com certeza, mais de cinco irão responder “Feliz Ano Velho”.
O livro – uma verdadeira lição de vida - é um relato real do acidente que deixou Marcelo tetraplégico, a poucos dias do Natal de 1979. Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, estudante de Engenharia Agrícola na Unicamp, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo, de farra, resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de Feliz Ano Velho.
A partir do acidente, Marcelo vê sua vida mudar radicalmente. Seus dias no hospital, as visitas que recebeu, as histórias que viveu são relatadas sob uma nova perspectiva: a de um jovem que sempre fez tudo o que podia e queria, e que, agora, sentado em uma cadeira de rodas, vê-se impotente diante dos acontecimentos, dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver. Apesar do tema trágico, Feliz Ano Velho – vencedor do Prêmio Jabuti e adaptado para o teatro e cinema – tem momentos de humor, ternura e erotismo. Marcelo se encarrega de colocar em palavras a relação de amor e respeito à mãe, o carinho das irmãs, a camaradagem e encorajamento da turma, as festas e as fantasias sexuais. O acidente no lago seria o segundo tranco na vida do garoto. O primeiro foi aos 11 anos: o “desaparecimento” do pai – o ex-deputado federal Rubens Paiva – pela ditadura militar.
Definitivamente, um livro mais do que emblemático. Encantador, audacioso. Sei lá. Acho que tudo isso no mesmo bolo.
Valeu!

8 comentários

  1. Ficou ótimo o post. E valeu pela citação ao Gato Smucky.

    Abraço.

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  2. Merecia estar na lista, As Brumas de Avalon.

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  3. Parabéns pelo post! Só queria saber o que crepúsculo está fazendo aí no meio.

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  4. Que post incrível, você faz ótimas análises sobre os livros, me deixou muito interessado em lê-los(alguns é claro) raramente comento em blogs, mas esse aqui "está de parabéns"!

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  5. Luís, é duro trabalhar com um número de livros já definido para postagem. Realmente, ficaram de fora da relação de 10 obras, outras que se adequariam ao tema do post; entre elas "As Brumas"... Ma trata-se de uma lista pessoal e na minha opinião "aqueles 10" são os da hora.
    Abcs e volte sempre!!
    Wabessa, primeiramente obrigado. bem, Crepúsculo está na lista porque não há como negar que é uma saga da moda. Deu origem há quatro filmes de sucesso; estourou em vendagens; criou personagens carismáticos que conseguiram transferir esse carisma para as telas, taí o exemplo de Pattinson; além da obra ter sido comentada em praticamente todo mundo. Agora, se irá fazer a cabeça de gerações ou se transformará apenas em um derradeiro sucesso, só o tempo poderá responder.
    Douglas... cara! Fiquei feliz pelo seu comentário. Thanks pelo Livros e Opinião ter sido um dos poucos blogs que vc participa publicamente. Qto aos livros que constam no post, há boas sugestões de leitura... Escolha, devore e delicie-se.
    Abcs!

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  6. Nunca passei nem do terceiro capítulo de as brumas.... achei tedioso !

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  7. Nossa José, não consigo mais sair do seu blog, só conseguirei sair quando for direto à livraria para adquirir alguns exemplares que tu apresentaste aqui. Abraço.

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    1. Olá Nádia fico feliz que o blog esteja lhe ajudando na escolha de algumas obras.
      Abcs!

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