Os 10 confrontos "heróis x vilões" mais eletrizantes da literatura

28 agosto 2011
Os duelos entre heróis e vilões estão ficando cada vez mais raros na literatura. E quando digo duelo, estou me referindo aquele confronto “tetê-a-tête”, onde tanto herói quanto vilão não conta com a ajuda de nenhum aliado para vencer. São somente os dois: cara a cara e que vença o melhor.
Na realidade o que há em abundância nos quadrinhos, falta nos livros. Basta você abrir uma revista da Marvel ou da DC Comics para perceber que herói ou vilão que se preze “pega o touro a unha” sozinho, sem depender de ninguém. Prova disso são os combates antológicos entre Homem Aranha e Duende Verde, Super Homem e Lex Luthor, Batman e Coringa, Hulk e Abominável, Demolidor e Rei do Crime, além de tantos outros.
Na literatura contemporânea o que vemos são “mocinhos” assessorados por uma horda de auxiliares ou guarda costas enfrentando bandidos cercados por capangas. No final das contas, os grupos de apoio do bem e do mal é quem acabam suando a camisa para que os seus “chefinhos” se saiam vencedores. Francamente! Assim não tem graça!
Por isso, hoje, tive a idéia de homenagear os verdadeiros heróis e vilões. Aqueles personagens que dispensaram qualquer tipo de ajuda para liquidar o seu oponente. E a melhor forma que encontrei para isso foi selecionar dez confrontos entre “mocinho e bandido” que marcaram época na literatura romanceada, alguns deles antológicos. Confesso que foi difícil, mas no final deu para fazer uma seleção de embates. Os duelos selecionados fazem parte do meu contexto literário, mas com certeza, existem outros que estão em livros que desconheço ou então que ainda não tive a oportunidade de ler.
Mas chega de blá-blá-blá e vamos ao que interessa. Aos combates da literatura que deixaram saudades.
01 – Jason Bourne x Carlos, “O Chacal” ("A Identidade Bourne" e "O Ultimato Bourne") 
Jason Bourne
Esqueça aquele Jason Bourne dos cinemas, vivido pelo ator Matt Damon. Vamos nos centrar no Bourne dos livros, criado por um dos mestres da literatura de espionagem, Robert Ludlum. Ao contrário do Bourne de Matt Damon que enfrenta um bando de matadores treinados pela Treadstone,  braço assassino da CIA; o Bourne de Ludlum age a moda antiga, ou seja, prefere enfrentar um vilão clássico, no caso, o terrorista internacional Carlos, “O Chacal”.
O livro “A Identidade Bourne”, lançado em 1980 e eleito o segundo melhor romance de espionagem de todos os tempos pela Publishers Weekly, brinda os seus leitores com uma luta eletrizante entre Jason Bourne e Carlos “O Chacal nas páginas finais. A descrição do embate entre os dois personagens letais é impágável e faz com que o leitor não desprenda os olhos das páginas um minuto sequer.
Considero a disputa entre Bourne e “O Chacal”, no livro “A Identidade Bourne”, como a segunda melhor sequencia de luta da história da literatura, só conseguindo ser superada pela extraordinária batalha do Monte Badon entre os exércitos de Artur e os saxões, presente no livro “Excalibur”, de Bernard Cornwell.
Carlos, "O Chacal"
Confira a descrição de um pequeno trecho do combate dos dois e veja se não tenho razão: “Bourne lançou a cabeça rapidamente para trás enquanto o fio afiado como navalha da lâmina cortava a carne debaixo do queixo, a erupção do sangue derramando-se pela mão que empunhava a faca.. Ele lançou com força o pé direito para frente, atingindo o atacante invisível na rótula, depois fez o pivô e bateu com o calcanhar esquerdo na virilha do homem. Carlos se virou e de novo a lâmina surgiu...” Cara, vou para por aqui para não estragar a surpresa daqueles que pretendem ler “A Identidade Bourne”, mas a transcrição da luta escrita por Ludlum é uma verdadeira odisséia.
Bourne e “O Chacal” ainda voltariam a se encontrar no desafio final, onde só um conseguiu sair vivo. A conclusão da saga dos personagens se dá no livro “O Ultimato Borune” que fecha a trilogia escrita por Robert Ludlum – no segundo livro da série “A Supremacia Bourne”, “O Chacal” dá um tempo e Jason Bourne enfrenta um outro inimigo .
Em “O Ultimato Bourne”, os dois personagens, já velhos, voltam a se degladiar e apesar da idade avançada não negam fogo, com a pancadaria e o festival de tiroteio rolando soltos, mas só entre os dois, como prevê uma verdadeira luta de “mocinho e “bandido”.
02 – Harry Potter x Voldemort ("Harry Potter  e As Relíquias da Morte")
É deles o troféu “Duelo mais longo da literatura”. Também não é para menos! Os dois brigaram durante sete anos, ou se preferirem, em sete livros. No início, Voldemort estava meio “acabadaço”, após tentar matar o recém nascido Harry Potter, no berço, lançando o feitiço mortal Avada Kedavra. Mas como já é do conhecimento de todos que leram a série, a azaração não atingiu Harry que estava resguardado por um intransponível feitiço de proteção preparado pelos seus pais. Pior para Voldemort, que acabou bebendo do seu próprio veneno, pois o feitiço lançado se voltou contra ele. Resultado: Voldemort teve o seu corpo carnal destruído e só foi recuperá-lo, novamente, nos dois últimos volumes da saga.
No período em que era só carcaça, Voldemort usou outros aliados para perseguir o pequeno Potter, a maioria deles, professores de Artes das Trevas da Escola de Bruxaria de Hogwarts que faziam de tudo para agradar o seu mestre. Se os livros de J.K. Rowling continuassem nesse ritmo, certamente, Potter e Voldemort não mereceriam fazer parte da galeria desse post, além de que, o próprio menino-bruxo contou, nessa época, com a ajuda dos seus inseparáveis amigos Ron Weasley e Hermione Granger para conseguir se safar de inúmeras situações provocadas pelos fiéis seguidores “Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”. Mas então, surgiu um livro chamado “As Relíquias da Morte” que mudou todo esse panorama. Na obra, Voldemort está totalmente recuperado e mais forte do que nunca. Quanto a Harry, deixou de ser aquele menino-bruxo dependente de seus dois amigos, principalmente de Hermione.
Em “As Relíquias da Morte”, Harry já pode ser considerado um pós- adolescente com uma personalidade firme, destemido e com espírito de liderança, além de dominar com perfeição a sua varinha mágica. O que isso significava? Simples. Que os dois personagens estavam prontos para o confronto final. Somente os dois; sem a ajuda de ninguém. E foi o que aconteceu na notável obra de Rowling.
O confronto entre Harry Potter e Voldemort no salão principal da Escola de Bruxaria de Hogwarts – quase que totalmente destruída após o ataque dos comensais da morte – é de tirar o fôlego. Expelliarmus x Avada Kedavra; quem vencerá? Pois é, já é do conhecimento de todos que Harry Potter mandou “Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado” para o outro mundo; não sem antes quase “bater as botas”. É importante lembrar que anteriormente ao duelo final em Hogwarts, os dois já haviam se enfrentado na Floresta Proibida e nessa luta, Harry levou a pior, só conseguindo se salvar graças a intervenção – nada normal – de Narcisa, mãe de Draco Malfoy, que após escutar o coração de Harry confirmou para Voldemort que o menino-bruxo estava morto. Um tremendo golpe baixo em Voldemort aplicado pela mamãe de um dos inimigos declarados de Harry. Acho que não é preciso lembrar aos pottermaniacos que naquele momento, Harry estava “vivinho da silva”.
03 – Sherlock Holmes x Professor Moriarty ("O Problema Final")
Considero James Moriarty um dos maiores vilões da literatura. E olha que estou em dúvida se não o reputo como o “maior”. O sujeito é fera! Afinal de contas, ele conseguiu matar o herói do livro! Está certo que ele também morreu, mas levou junto consigo para o além o seu adversário. Ok, ok, você deve estar pensando que o adversário do professor foi um “heróizinho” medíocre, afinal de contas, ele deixou-se matar. Nada a ver. Moriarty tirou a vida de ninguém menos do que o maior detetive que o mundo já conheceu; uma verdadeira lenda da literatura policial: Sherlock Holmes.
Conan Doyle, o intrépido criador do famoso detetive inglês decidiu matar o seu personagem em 1893 no livro “O Problema Final”. Para essa tarefa criou um gênio do crime, tão inteligente e perspicaz quanto Holmes. Duas mentes brilhantes, uma à serviço do bem e outra à serviço do mal. O confronto entre Sherlock Holmes e James Moriarty pode entrar para os anais da literatura policial.
Tive a oportunidade de ler o livro e escrevo sem medo de errar que o detetive inglês encontrou o seu pior pesadelo. No livro, Holmes consegue desvendar o mistério que envolve os negócios escusos de Moriarty e assim dá o golpe final na organização criminosa do professor, desmantelando a sua rede com ramificações em praticamente todo o mundo. Um verdadeiro golpe de mestre. Mas é a partir daí que começa o pesadelo de Holmes. Jurando vingança, o professor Moriarty vai atrás do detetive como um pitibul enlouquecido. Dessa maneira, Sherlock Holmes é forçado a fugir. Cara! Quando eu li esse trecho não acreditei! Holmes fugindo de um vilão??!! Acredite, isso aconteceu. O mais famoso e destemido detetive que o mundo já conheceu fugindo para escapar da vingança de um adversário.
O professor Moriarty persegue o detetive até nos confins da Suíça e consegue encontrá-lo perto das cataratas de Reichenbach. É neste local que acontece um violento combate corpo a corpo com os dois caindo agarrados um ao outro do topo das cataratas. Pronto. É o fim do maior detetive de todos os tempos.
Depois de alguns anos, atendendo aos pedidos de seus leitores, Conan Doyle acabou ressuscitando Sherlock Holmes no conto “A Casa Vazia”.
04 - Tom Sanders x Meredith Johnson ("Revelação")
Olha, pra ser sincero, esqueça a Cruela Cruel, considerada a vilã mais malvada da Disney; a Feiticeira Branca que espalhou o terror no mundo mágico de Nárnia; esqueça também a Bruxa Malvada, considerada a algoz de Branca Neve. Meredith Johnson coloca todas essas personagens más no bolso.
Ela é dissimulada, perversa, cruel, depravada e vingativa. Pronto, será que preciso dizer mais alguma coisa sobre ela? Meredith é de uma letalidade à toda prova e o curioso: sem usar nenhum tipo de armamento ou feitiços. A moça é perigosa utilizando somente a sua inteligência, beleza e sensualidade. E que mulherão! Capaz de virar a cabeça de qualquer homem, seja ele casado, enrolado ou celibatário.
Você deve estar curioso para saber quem é essa mulher fatal. Está bem, vou revelar quem ela é. Meredith Johnson é uma das personagens centrais do livro “Revelação”, de Michael Crichton que deu origem ao filme “Assédio Sexual” com Demi Moore e Michael Douglas. Aliás, a personagem Meredith Johnson caiu como uma luva para a Demi Moore que na época do lançamento do filme, em 1994, era considerada um verdadeiro símbolo sexual de Hollywood.
Capa do livro de Michael Crichton
E para variar, o livro é muito melhor do que o filme, explorando de maneira completa a personalidade maléfica de Meredith que transforma a vida de Tom Sanders num verdadeiro inferno, levando o homem as raias da loucura.
Em resumo, o livro conta a história de Sanders, um executivo de uma bem sucedida empresa de computação que acredita ter chegado a sua vez de ser promovido a diretor, mas de maneira surpreendente, quem acaba ocupando o cargo é uma mulher (a própria Meredith) com quem ele teve um envolvimento no passado. Apesar da frustração e do constrangimento, ele resolve, em nome do profissionalismo, acatar as ordens de sua chefe, mas  logo ele descobre que um dos objetivos dela é seduzi-lo. Em virtude da recusa de Sanders, a sua chefe jura destruí-lo na empresa e assim, arma uma teia diabólica da qual Tom não consegue escapar.  
Cartaz polêmico do filme "Assédio Sexual"
O plano de Meredith é tão perfeito quanto ardiloso. Ela consegue destruir o casamento de Sanders; humilha o coitado nas reuniões da empresa, fazendo-o passar por incompetente; sabota todos os seus projetos; além de provocar a sua demissão numa inversão de papéis, já que apesar de Sanders ter sido vítima de asseio sexual, quem acaba perdendo o emprego é ele. A vilã inventou que foi o seu empregado quem tentou seduzi-la, forçando-a a ter relações sexuais com ele.
Depois de atingir o fundo do poço, o pobre homem resolve ir a luta e com a ajuda de uma advogada também arma um plano perfeito para desmascarar a sua algoz. O duelo dos dois personagens prende o leitor a partir do meio do livro quando o embate pega fogo. Defino a contenda entre Tom Sandres e Meredith Johnson como um jogo de xadrez, onde o jogador que der um lance errado perde a partida.
05 – Chiyo (Sayuri) x Hatsumomo ("Memórias de uma Gueixa")  

Sayuri, na reprodução da capa do livro

Hatsumomo, no filme baseado no livro
Chiyo – mais tarde, Sayuri – e Hatsumomo são personagens do livro “Memórias de uma Gueixa”, de Arthur Golden, que também deu origem a um belo filme em 2005, apesar de malhado injustamente pela crítica especializada.
Chiyo é uma menina pobre, filha de um pescador viúvo, que é vendida para uma casa de gueixas na cidade japonesa de Kyoto. Chegando ao local, ela passa a ser tratada como escrava realizando todos os trabalhos pesados da okyia (casa de gueixas) sendo muito maltratada pelos donos e também pela principal gueixa da casa, Hatsumomo. A vilã Hatsumomo é tão bela quanto invejosa e faz de tudo para humilhar e prejudicar Chiyo, a quem enxerga como rival. Na realidade, Hatsumomo vê um potencial enorme na garota e que se for descoberto por alguém poderá transformá-la numa gueixa muito mais bonita do que ela própria. Por isso, Hatsumomo tenta de todas as formas destruir a força de vontade existente na pequena Chiyo, fazendo intrigas, contando calunias e a humilhando.
A inveja de Hatsumomo fica incontrolável quando Chiyo é acolhida pela sua maior rival, Mameha. Sob sua tutela, Chiyo inicia um duro aprendizado até se tornar a gueixa Sayuri. Como uma gueixa reconhecida, ela passa a fazer parte de uma sociedade cheia de riquezas, privilégios e intrigas, mas sempre cercada pela inveja de Hatsumomo.
No decorrer da história, percebemos a evolução de Sayuri e a decadência de Hatsumomo. É a chance de Chiyo, agora uma gueixa famosa, devolver todas as humilhações sofridas.
06 – James Bond x Blofeld ("A Serviço Secreto de Sua Majestade" e "A Morte no Japão")
Do vasto rol de vilões de James Bond, indubitavelmente, Ernst Stavro Blofeld é o maior e mais terrível adversário que o agente inglês já enfrentou. Os dois brindaram os leitores dos livros: “A Serviço Secreto de Sua Majestade” e “A Morte no Japão” com combates homéricos, daqueles que não dá para esquecer mesmo com o passar dos anos.
Blofeld foi o único da lista que conseguiu deixar o herói com seqüelas, aliás, duas seqüelas, uma em cada livro. O primeiro golpe que desnorteou completamente James Bond foi em “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, quando o vilão da Espectro, após conseguir escapar de 007 durante uma perseguição frenética, assassinou a mulher com a qual o espião inglês iria se casar. Para que os leitores tenham uma noção do impacto desse golpe na vida de James Bond, basta expor que Tracy foi a única mulher que ele realmente amou em toda a sua vida, chegando ao ponto de lhe propor casamento! Dá para imaginar 007 casado?! Dá para imaginar, 007 “carregando um caminhão de cimento nas costas” por uma mulher?! Taí, uma mulher conseguiu mudar todos os conceitos machistas do agente inglês. Fiz essa breve colocação para que vocês entendam a importância de Tracy na vida de Bond e como foi grande o golpe sofrido com a sua morte. Essa perda fez com que o famoso espião de sua Majestade sofresse um colapso nervoso, custando para recuperar a razão. Por esse motivo, ele quase foi desligado do Serviço Secreto Britânico, perdendo o “duplo zero” que dá licença para matar.
O outro golpe do espião da Espectro que atingiu em cheio 007, aconteceu no livro “A Morte no Japão”, quando após descobrir os negócios escusos de Blofeld; Bond mesmo eliminando o vilão,  acabou sendo vítima de uma explosão que lhe deixou com amnésia. Pronto! Esta foi a “brecha” que os russos estavam esperando para capturar Bond e lhe fazer uma lavagem cerebral. A SMERSH planejava usar Bond para assassinar “M”, o todo poderoso do Serviço Secreto Britânico. E por pouco essa tragédia não acontece logo no início do livro “O Homem do Revólver de Ouro” quando “M” conseguiu escapar por um triz.
Com um vilão desse naipe, certamente as cenas de ação são garantidas. E foi o que aconteceu nos dois livros (À Serviço Secreto de Sua Majestade e A Morte no Japão) que renderam confrontos antológicos entre Bond e Blofeld. No livro “À Serviço Secreto de Sua Majestade” destaco a perseguição em trenós de gelo entre Bond e Blofeld. Na época em que li o livro não desgrudei das páginas um momento sequer. Imagine dois trenós deslizando loucamente por uma montanha de gelo repleta de armadilhas. Já em “A Morte no Japão”, o confronto entre Bond e Blofeld atinge o clímax quando o agente inglês, após conseguir escapar de ser assado vivo em uma armadilha sai na captura de Blofeld dando início a uma luta de espadas eletrizante. Após vários golpes de lado a lado, Bond consegue matar Blofeld e assim vingar a sua amada Tracy. Mas a vingança pediu um preço bem caro: a memória de Bond; que ao tentar escapar do castelo em ebulição de Blofeld, sofre uma forte pancada na cabela ficando completamente desmemoriado. O agente inglês é dado como morto pelo Serviço Secreto de Sua Majestade.
Enfim, um dos maiores duelos entre herói e vilão na literatura policial, merecendo fazer parte dessa galeria.
07 – Van Helsing x Drácula ("Drácula de Bram Stocker")
Alguns leitores do post podem achar que estou entrando em contradição ao incluir o duelo dos personagens de Drácula de Bram Stocker nesta galeria. Para aqueles que já exclamaram: -“Van Helsing não enfrentou Drácula sozinho, mas acompanhado de um grupo de homens, por isso não merece estar nessa galeria!”; eu respondo que ele merece estar sim e com todos os méritos.
Tá certo que na obra de Stcker, o célebre professor Van Helsing, especialista em doenças obscuras, foi até o castelo do conde vampiro, na Transilvânia, acompanhado do Dr. Sweard e do destemido caçador Arthur Holmwood, mas na realidade quem segurou o rojão na hora do “vamu vê” foi Van Helsing. Quando o vampiro deu as caras, se não fosse o brilhante professor enfrentá-lo cara a cara, o grupo inteiro tinha ido para o além... e o que é pior, na forma de mortos vivos.
No livro, Van Helsing começa a sua caçada em Londres e só termina na própria Transilvânia, onde ele consegue destruir o Conde Drácula depois de um duelo mortal. Por isso, é uma questão de justiça tê-lo aqui em nossa galeria, juntamente com Drácula, é claro.
08 – Peter Pan x Capitão Gancho ("Peter Pan")
Não é apenas a literatura adulta que tem confrontos memoráveis entre heróis e vilões. Alguns livros infanto-juvenis também podem ser incluídos neste contexto, como é o caso de “Peter Pan” escrito por J.M. Barrie em 1911. Faz muito tempo que li “Peter Pan”; acho que na biblioteca da minha escola primária, mas a história de Barrie me marcou muito. Ela é empolgante e ao mesmo tempo triste e alegre, sem contar a perseguição do malvado Capitão Gancho aos meninos da Terra do Nunca que contam com a proteção de Peter Pan.
O primeiro encontro de Peter Pan com o Capitão Gancho está guardado na memória da maioria das “crianças de ontem - adultos de hoje”. É nesse duelo que o pirata tem a mão amputada por um golpe de espada após uma luta empedernida com o “menino que não queria crescer”. Quem tira proveito dessa disputa é um enorme crocodilo que abocanhou a mão do capitão e com um relógio de brinde. O animal apreciou tanto o sabor da “iguaria”, que passou a perseguir o Capitão Gancho para devorar o que lhe restou desde então. Por sorte, o crocodilo engoliu um relógio e sempre que se aproxima do navio o 'tic tac' previne Gancho de ser devorado.
Na luta final, Peter derruba Gancho na água que se depara com o terrível jacaré (agora sem o relógio) pronto para saborear o pirata.
09 – Will Graham x Fada dos Dentes ("Dragão Vermelho")
Agente especial do FBI, Will Graham, no filme
Dragão Vermelho, lançado em 2002
Não vou detalhar esse tópico por um motivo bem simples. Acabei de ler “Dragão Vermelho”, de Thomas Harris, que será o tema da minha próxima resenha, por isso, vou deixar para explorar o confronto dos dois personagens principais oportunamente. Basta dizer que o duelo entre o agente do FBI, Will Graham e o psicopata Francis Dolarhyde, vulgo “Fada dos Dentes” é exaltante. Algo que “cola” o leitor nas páginas do intrigante romance policial.
Para que você tenha uma noção do enredo de “Dragão Vermelho”, o agente especial do FBI, Will Graham por pouco não foi morto por Hannibal Lecter quando tentava capturá-lo. Com Lecter já preso, Graham é obrigado a usar o psicopata como consultor para obter maiores informações sobre Francis Dolarhyde, o “Fada dos Dentes”, um serial killer que tem deixado a cidade em pânico. Mas o que Graham não sabe é que ao mesmo tempo em que Lecter o auxilia em sua investigação também repassa ao próprio Fada dos Dentes informações sobre a família do policial.
Ralph  Fiennes como o serial killer "Fada dos Dentes"
Êpa! Pêra aí! Um livro com Hannibal Lecter, onde ele não é o personagem principal?! Isso mesmo. Em “Dragão Vermelho”, o famoso Hannibal “O Canibal”, não passa de um simples coadjuvante. Mas isto, é assunto para a resenha que estarei postando brevemente por aqui.
Durante quase todo o livro, Will Graham conta com a ajuda de uma equipe de especialistas do FBI para localizar o serial Killer Fada dos Dentes, mas quem coordena todas as ações é o próprio Grahan que é considerado paranormal por ter uma percepção aguçada. O “Fada dos Dentes” também não fica para trás, pois apesar de ser um desequilibrado mental possui um QI acima da média. Mas nas últimas páginas do livro, o embate final acontece apenas entre os dois: Graham e Dolarhyde e que vença o melhor.
Um duelo de titãs e que, de fato, deixa o leitor de “Dragão Vermelho” roendo as unhas, pois tanto herói quanto vilão tem um QI acima da média. Um encontro que merece estar nesta galeria.
Damien Karras x Demônio ("O Exorcista")
Pe. Damien Karras prosseguindo com o exorcismo de Reagan,
após  a morte do Pe. Merrin
Meu amigo... Resolvi fechar o post com esse encontro porque a briga entre o Padre Karras e o encardido saiu faísca! Quem leu “O Exorcista”, de William Peter Baltty sabe que a endemoniada Reagan deu trabalho para os padres Merrin e Karras.
As páginas onde Peter Blatty narra o exorcismo de Reagan praticado pelos dois sacerdotes são aterradoras e prendem a atenção dos leitores mais corajosos. Durante o ritual, o demônio acaba matando o Padre Merrin, então sobra para o outrora descrente Karras enfrentar o bicho. É aí que o caldo engrossa para o príncipe das trevas, pois o Pe. Karras, apesar de mais jovem e menos experiente que Merrin – num embate mortal – consegue expulsar o demônio Pazuzu do corpo da menina Reagan, mas pagando com a sua própria vida.
Como já escrevi no post sobre o livro “O Exorcista”, a cena em que Karras expulsa o demônio no “muque” é antológica.
Tai pessoal, os 10 confrontos “herói versus” vilão” mais eletrizantes da literatura, isto é, dos livros que tive a oportunidade de ler. Espero que tenham gostado.
Inté a próxima!


10 comentários

  1. Ótima seleção de confrontos. Achei bem peculiar sua escolha de Meredith Johnson, mas pelo que vc falou, ela rivalizaria com o demônio do exorcista facinho aheeoihaei

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  2. Pode acreditar, a mulher é o bicho! A Meredith do livro é ainda mais cruel e dissimulada do que a do cinema.

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  3. Ótimo post!

    Já li o livro, há alguns anos e assisti ao filme diversas vezes... Tem certeza de que o Karras prossegue com o exorcismo de Regan após a morte do Padre Merrin?! ;)

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    1. Olá Vinícius!
      Prossegue sim; tanto no livro quanto no filme. é ele - que após um acesso de fúria - quem consegue expulsar o demônio do corpo de Reagan...
      Abcs e obrigado pela sua visita!!

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  4. post perfeito e muito bem escrito, seu blog no geral eh excelente fica aqui meus parabens pelo excelente trabalho q esta fazendo no seu blog

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  5. Post ótimo muito diferente em qualidade do que encontramos em outros blogs. Parabéns

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  6. Talvez vc não seja chato, mas crítico, e isso é bem diferente (rs). Aliás, toda crítica construtiva é benvinda. E pelo jeito consegui passar pelo seu crivo crítico. Valeu pela sugestão!
    Grde abraço!

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  7. Obrigado Paulo André!
    Que bom que gostou. É legal quando as pessoas reconhecem o nosso trabalho; e olha que esse post deu t-r-a-b-a-l-h-o. (rs)
    Abcs!

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